21 setembro 2007

GABINO CORREA É A FORÇA QUE LEVANTA A MÚSICA BRASILEIRA NO MÉXICO



AUTOR DE MÚSICAS COMO "LONAS AZUIS" E "PORQUE CHORA A TARDE", GABINO CORREA IMPLANTA EMPRESA NO MÉXICO PARA DIVULGAR ARTISTAS BRASILEIROS, EM PARCERIA COM SUA FILHA, A FAMOSA JÚLIA GRACIELA
A música brasileira é tida como uma das melhores do mundo, já o povo brasileiro, não é preciso lembrar que é apreciador das músicas que outros países do mundo produzem. Talvez por causa disso, muitos artistas internacionais encontra no Brasil, largo espaço para divulgarem seus trabalhos fonográficos, alcançando êxito. Mas há quem faça diferente. O argentino Gabino Correa, produtor artístico, que também é compositor de sucessos inesquecíveis, além de ser muito respeitado no Brasil pela contribuição que deu à música popular brasileira, em meados da década de 70, produzindo discos e fazendo parcerias com artistas genuinamente brasileiros, hoje, mesmo residindo fora do Brasil, divulga nossa música nos Estados Unidos e países da América Latina. Faz mais, divulga artistas brasileiros lá fora, ou melhor, produz o disco, trabalha o nome e propaga a música. Enfim, Gabino é o nosso embaixador da música brasileira no México e em qualquer outro país que simpatize com ela.

Através da sua empresa, situada no México, a MPB Music International Records, em sociedade com a filha Júlia Graciela, Gabino tem dedicado 90% do cast a artistas brasileiros. Cantores famosos como Gilson de Souza (nos últimos anos, injustamente esquecido pela mídia brasileira), que em 1975 chegou ao topo das paradas com a música Pôxa, é um dos artistas que recebe os cuidados da MPB Music. Gilson conquistou prêmios como o Troféu Imprensa e fez apresentações no Japão, Espanha, Portugal e França. Quem não lembra do refrão que dizia “Pôxa, como foi bacana de encontrar de novo”? Samba de sua autoria, considerado o mais belo da época. Gilson merece atenção pelo talento que tem, Gabino merece aplausos, pela iniciativa brilhante de investir em artistas que ainda podem nos surpreender com suas músicas. Outro artista detentor de sucesso nas paradas do rádio brasileiro na década de 70, o grego radicado no Brasil, Patrick Dimon, encontrou na MPB Music, apoio para acelerar sua carreira e assim poder voltar novamente às paradas, como aconteceu em 1979, quando emplacou no primeiro lugar das paradas do sucesso, a música “Pigeon Without a Dove”, fenomenal sucesso da novela Pai Herói, da Rede Globo. Para dimensionarmos o tamanho do sucesso da música, Patrick vendeu mais 1 milhão de cópias do seu LP. Ainda sobre Patrick, era o cantor preferido do armador grego Aristóteles Onassis, de quem era convidado para cantar em suas festas particulares.

OS NOVOS TALENTOS DA MPB MUSIC

Gabino Correa aposta no sucesso dos seus novos contratados, jovens com talentos suficientes para enfrentar a concorrência do mercado. Scott Winter, filho do falecido cantor Terry Wintter (que também teve o apoio de Gabino em sua carreira, nos anos 70), está sendo lançado pela MPB Music para o mundo e em breve no Brasil. Adriano Barbiero, também com pai famoso, o locutor-cantor Altieris Barbiero, intérprete da música “Amar é Viver” (Gabino Correa e Júlia Graciela), sucesso em 1982 e lançado pelo próprio Gabino. Adriano Barbiero promete repetir no disco de lançamento, o mesmo sucesso que o pai obteve na carreira de cantor, quando esteve sob os cuidados do amigo Gabino. Dentre as revelações que a MPB Music promete lançar para o mundo e, que em breve também será divulgado por Gabino, aqui no Brasil, está Nicolas Urquiza (segurando na mão de Gabino, na foto acima), ganhador absoluto do prêmio ASCAP, de Nova York. Nicolas conquistou o prêmio pela composição “Dalo Por Hecho”, eleita a melhor canção regional do México. O grupo mexicano Raices, contratado da empresa, tem proporcionado momentos de grandes felicidades, sendo responsável pela boa vendagem dos discos produzidos pela empresa de Gabino. Mas a novidade que está seduzindo os mexicanos no momento, partiu de uma idéia criativa de Gabino em transformar músicas clássicas em ritmo de samba cem por cento brasileiro. Arte apurada, extraída do virtuosismo de dois grandes mestres brasileiros: Lelis (piano e percussão) e Osvaldinho da Cuíca.

CONHEÇA A TRAJETÓRIA DE GABINO CORREA

O leitor de pouco idade talvez esteja perguntando: quem é Gabino Correa? Pois bem, ele morou no Brasil durante a década de 70, permanecendo no país até 1986, ano em que a carreira da filha Júlia Graciela ganhou magnitude internacional. Júlia Graciela é a intérprete da música Anúncio de Jornal, lançada em 1980 pelo Chacrinha e que foi sucesso absoluto naquele ano. O sucesso da música foi tanto, que virou filme, levando milhares de espectadores ao cinema para assistirem a performance de Júlia como atriz. Quanto a Gabino, ele construiu uma carreira vitoriosa como produtor e compositor, fazendo parcerias com artistas super conhecidos. Com o saudoso Antonio Marcos, Gabino compôs Porque Chora a Tarde, proporcionando ao cantor, posição privilegiada na lista das músicas mais tocadas. Atualmente, a dupla Edson e Hudson gravou Porque Chora a Tarde, fazendo sucesso de norte a sul do país. Prova que um bom trabalho de composição nunca envelhece, se atualiza com o tempo. Foi assim com Antonio Marcos e agora com a dupla. Lonas Azuis, outra grande composição de Gabino Correa e que todos os brasileiros conhecem, foi imortalizada na voz do apresentador Raul Gil e volta novamente ao sucesso com a versão instrumental do pequeno virtuoso do sax, Caio Mesquita. O próprio Gabino registrou em cd, em formas de poesia e música, suas composições famosas, incluindo as músicas citadas, atendendo a pedidos de seus admiradores, o que obviamente será um sucesso também em vendas. É louvável a iniciativa de Gabino Correa, operário incansável da música, em batalhar para que cantores novos e profissionais de renome, alcancem a atual geração, que ouvirá, certamente interessada no resultado da velha experiência.

JÚLIA GRACIELA AGITA O MÉXICO EM HOMENAGEM ESPECIAL A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A cantora aproveitou a data do último dia 7 de setembro, para lançar seu novo trabalho musical, intitulado “Te Quero Coração”. A data não poderia ser mais especial, do que a comemoração pelo Dia da Independência do Brasil. Na ocasião da festa, Júlia (que aparece sorrindo na foto) cantou músicas do seu novo trabalho e Gabino apresentou ao público os artistas da MPB Music. Enquanto Gabino contava um pouco da trajetória dos artistas, o público ouvia de fundo, o som das músicas de cada artista. Um jantar especial foi oferecido aos convidados de Júlia Graciela, que recebeu amigos e fãs importantes, como o doutor César Cordova Gonzalez, influente personalidade mexicana. Júlia Graciela preserva os mesmos encantos de sua beleza, de quando estreou em 1980, no Cassino do Chacrinha. Mas uma pergunta, os muitos fãs da cantora por aqui, farão: quando será que Júlia Graciela virá ao Brasil para matar a saudade dos seus milhões de fãs admiradores? Para conhecer melhor o trabalho e a empresa que divulga artistas brasileiros, visite o site da empresa www.mpbmusic.com.mx

O CANTOR BALTHAZAR E SEUS SUCESSOS INESQUECÍVEIS

BALTHAZAR ENTROU NA VAGA DEIXADA POR EVALDO BRAGA E EXPLODIU COM UMA COMPOSIÇÃO DE RAUL SEIXAS

Balthazar é dono de uma potente voz e intérprete singular. Não fosse o equívoco recorrente no seu repertório, poderia figurar entre os maiores do Brasil. Sua carreira tem desenvoltura bastante interessante, basta lembrar que ele começou cantando rock com Raul Seixas, Serguei e outros. Entre as dificuldades que enfrentou para deslanchar como roqueiro, preferiu a estrada fácil da música popular e seu consumo intenso. E se deu bem. O país inteiro, um dia já cantou os sucessos de Balthazar. Quem não se lembra das músicas Se Ainda Existe Amor, Sara e Carta de Amor? Verdadeiros hinos da década de 70.
Egresso do rock, Balthazar entra no mercado fonográfico encaixando-se na vaga que Evaldo Braga deixara na gravadora Phonogram com sua morte, em 31 de janeiro de 1973. O convite para Balthazar preencher a lacuna deixada pelo ídolo negro, veio do então diretor de produção da gravadora, Jairo Pires. Balthazar era amigo de Evaldo Braga e, apesar de ainda não ter gravado discos, sua voz era bastante elogiada pelos profissionais da área. Foi através do primeiro compacto, gravado em 1973, que Balthazar despontou para o sucesso comercial. A boa aceitação do público diante da música “Carta de Amor” (Balthazar) serviu de respaldo para que a gravadora avançasse para o passo seguinte: gravar imediatamente, o primeiro LP de Balthazar. Segundo os dados oferecidos pelo próprio cantor em 2005, o disco vendeu em seis meses a quantidade recorde de 1.500 mil cópias. Resultado suficiente para brecar qualquer temor da gravadora em relação ao sucesso do contratado.

A INJUSTIÇA QUE PERSEGUE OS ARTISTAS POPULARES

As coletâneas de sucessos de Balthazar estão disponíveis no mercado e vendem bem, mas até quando o público que gosta de artistas como Balthazar, terá que se contentar com as tais coletâneas, que enriquecem as gravadoras e desampara os artistas? Por que não fazer uma homenagem justa para o artista, fazendo um contrato por obra, gravando um disco atual? Seria uma saída para prestigiar o público e principalmente o artista. Se as gravadoras esperam de cada artista que lançam, que eles vendam como Ivete Sangalo vende, vai esperar muito e sofrer a crise lamentando ou culpando a pirataria. Sugestão para as gravadoras detentoras dos direitos de artistas como Balthazar: freqüentar as feiras que acontecem em diversos pontos do país, pra comprovação do sucesso que os discos (LP) desses artistas fazem diante da procura do público. No Rio de Janeiro, na Praça XV, aos sábados, os senhores vão encontrar discos de Roberto Carlos a 1 Real, Tom Jobim a 3, Jorge Benjor a 5 e Balthazar a 45 Reais. Na faixa do preço que se paga por um Balthazar legítimo dos anos 70, estão os discos de Odair José, Diana (quando aparece, pois seus discos, apesar da procura, raramente aparecem), Gilberto Lemos, Rosemary, Perla e muitos outros. Sem falar no preço que acompanha os LPs de Waldick Soriano, vendidos até por 100 Reais. Na faixa de 1 Real, a que Roberto se encontra, estão os LPs de Gal Gosta, Elis Regina, Caetano, Gil, Bethânia, Fagner, Marisa Monte, Titãs e a turma toda dos anos 80. Quando não conseguem compradores, os vendedores abandonam, deixando-os jogados pelo chão (que vergonha para os vendedores). Em contrapartida, ninguém dá mole para os discos de Odair, Diana, Balthazar e Evaldo Braga.

AMADO BATISTA, O MIDAS DA MÚSICA POPULAR

O PRIMEIRO CANTOR BRASILEIRO PREMIADO COM O DISCO DE PLATINA DUPLO

Amado Batista recebeu o prêmio das mãos do Velho Guerreiro, o Chacrinha, fã e incentivador da carreira do cantor. Início dos anos 80.

Amado Batista é atualmente, dentro do segmento popular, o cantor mais atuante no mercado, chegando a fazer até 25 shows por mês. Seu prestígio junto ao público lhe rendeu padrão de vida considerável, acumulando bens como avião particular, fazendas e criação de gado. Sua presença nos programas da televisão brasileira é garantia de audiência. Apesar de declarar-se fã de Roberto Carlos, quando surgiu no cenário musical, Amado preferiu percorrer na trilha simples e segura de dois astros da música popular, Odair José e Fernando Mendes. Narrando dramas do cotidiano em composições como: O Fruto do Nosso Amor (Amor perfeito), Ah! Se Eu Pudesse, Lista de Compras, O Lixeiro e a Empregada, Nossa Casinha e assim por diante. Mesmo sendo um cantor autênticamente popular, detentor do posto de maior vendedor de discos no Brasil, dificilmente Amado Batista canta para quem realmente lhe consagrou, ou seja, para o povão. Seu status não lhe permite fazer shows em qualquer lugar. Casas de shows com coberturas de zinco, nem pensar. Os shows de Amado são caros e o fã, que por circunstâncias diversas, for pobre, terá que se contentar em ouvi-lo pelo rádio mesmo. Exceto nas apresentações promocionais realizadas em lugares públicos. Miséria para Amado Batista, só acontece nas letras das músicas que ele canta. Contudo, seu público é fiel e não desiste nunca.

11 setembro 2007

MAURÍCIO REIS O CANTOR DA MÚSICA VERÔNICA.

Ídolo da música popular, representante mor do estilo musical chamado “brega”, Maurício Reis morreu no dia 22 de julho de 2000 quando o carro que o conduzia, um Fiat Tempra, afundou nas águas da Barragem do Prata, que haviam inundado a pista da PE-109 por causa das fortes chuvas que caíam na região. Nascido na cidade de Santa Rita, na Paraíba, João Maurício da Costa adotou o nome artístico de Maurício Reis e teve uma carreira de 29 anos. O acidente aconteceu no distrito de Alto Bonito, em Bonito, no Agreste. Maurício Reis havia saído de Gravatá, onde morava há sete anos, para fazer um show em Xexéu, na Zona da Mata Sul. O carro estava sendo guiado pelo filho do cantor, o tecladista Maurício Inácio Costa, que sobreviveu ao acidente. Conhecido no Nordeste como o “Cantor das Rosas”, ele gravou 27 álbuns, entre LPs e CDs. Seus maiores sucessos são Verônica e Mercedão Vermelho.
O LP Fim de Noivado, lançado pela Phonogram em 1973, disco que contém o clássico Verônica (C. Blanco – versão de Fernado Adour), teve a direção de produção assinada por Luis Paulo e Hyldon Souza. Hyldon é o mesmo que em 1975 estourou no país inteiro com as músicas As Dores do Mundo e Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, ambas de autoria do cantor. Ironicamente, no mesmo disco a música Lenço Manchado (Isaias Souza), narra a história de um acidente automobilístico. Um homem apaixonada recebe a notícia de que sua mulher havia morrido num acidente na estrada. Os demais ocupantes saíram vivos, somente seu amor havia morrido. O único bem que ficou do amor, foi um lenço manchado de sangue. Dramático!

HOMENAGEM A SAMUEL ROSA

Se você curtiu os bonequinhos da coleção mais desejada pelas crianças dos anos 80, se deleite com esta foto da minha coleção particular. É a cara do vocalista do Skank, Samuel Rosa.

JOSÉ RIBEIRO QUERIA SER CANTOR DE BAIÃO

ATÉ ENCONTRAR UMA ROSA EM SEU CAMINHO E...
José Ribeiro é natural de Barbacena, Minas Gerais. Antes de ficar famoso pelo seu romantismo, Zé Ribeiro tentou a carreira como cantor de baião. O sotaque mineiro e a voz explicitamente nasalada foram os vilões da história do cantor. Ele queria de todo jeito ser um cantor de baião, mas entrar no ritmo não foi fácil. O rol agregava apenas representantes nordestinos. O sucesso como cantor romântico foi a vingança do artista. Em 1972 ele estourou de norte a sul do país fazendo parte do casting da gravadora mais importante do Brasil, a CBS. A música A Beleza da Rosa é até hoje uma das mais tocadas no nordeste do Brasil. O romantismo impregnado nas músicas de Zé Ribeiro, vem da inspiração no ídolo Anísio Silva. O LP Meu Coração Não Te Esquece (CBS-1973), tem como diretor artístico Renato Barros, o líder do grupo Renato e Seus Blue Caps. Das 12 faixas do disco, seis fizeram sucesso nas rádios do Brasil, entre elas Na Porta da Cozinha (Joel Teixeira e J. Cipriano), Um Amor Vai, Outro Vem (Niquinho e Othon Russo), Meu Coração Que Não Te Esquece (J. Cipriano e Pedrinho) e A Maior Saudade Minha (Fernando Barreto e J. Cipriano).

NA PORTA DA COZINHA
Entrei pela porta da sala
Ela chegou pela cozinha
Perguntei onde ela estava
Respondeu na casa da vizinha
Ela marcava a hora que eu chegava
Infelizmente o relógio atrasou
Cheguei cedo, quase que eu encontro meu bem
Nos braços de outro alguém
Não quero saber
Não quero saber
Não quero saber se você é feliz com outro alguém.


Zé Ribeiro hoje, atua no mercado como um dos cantores mais solicitados para shows no nordeste, praça que lhe acolheu e demonstra grande admiração pela carreira do artista.

A foto que ilustra a matéria é do LP lançado pela Phonogram, gravadora que tirou José Ribeiro da CBS.

10 setembro 2007

DA ESCOLA WALDIKIRIANA SÓ HÁ UMA LIÇÃO PARA SE GUARDAR: O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO.



A TRAJETÓRIA DE UM GRANDE ARTISTA BRASILEIRO

Quando ainda não existiam os ficantes, os caloteiros e os cantores fabricados, havia lá pelas bandas da Bahia, um herói adormecido no garimpo. No dia em que ele acordou, montou no seu garanhão e foi pra longe num galope rumo a história. Não demorou muito para que seu brado fosse escutado pelos quatro cantos da nação. Os primeiros registros da sua existência constam nos idos anos 50. De lá pra cá, sua lenda ganhou muitas versões, incluindo a versão do próprio Durango Kid do sertão, ao que seus seguidores reconhecem pelo nome de Waldik Soriano. A insígnia obrigatória dos apaixonados eternos.

Homem com homem dançando no forró do Chico Jacobina

A edição de 16 de junho de 1977, da revista Manchete, publicou uma matéria assinada pelo famoso Ronaldo Bôscoli sob o título de “Waldik Soriano – O machão brasileiro.” Até então o cantor já havia lançado 52 LP’s, quase uma centena de compactos e uma autobiografia “Lutas e Glórias de um Homem”. A longa matéria só não é maior do que os títulos que Ronaldo Bôscoli (um dos pais da Bossa Nova, ex-marido de Elis Regina e pai de João Marcelo Bôscoli, filho de Elis) acrescenta a Waldik. Recebido pelo cantor em sua mansão na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, o machão amolece a alma e conta casos engraçados vividos nos tempos do garimpo. “(...) resolvi descer a serra da Coruja para encarar um baile. Eu e meus companheiros de garimpo. Chegamos lá e quase caiu meu queixo! Homem dançando com homem e as mulheres só nos encostos. Saquei logo uma boazuda com a batata de perna arretada. E parti pra contradança. Veio o pai. O bode formado. Aí acabamos com a festa. Derrubamos a latada. Latada é o lugar que os caras arrumam pra fingir que é o salão. Dei um tiro certeiro no fifó, ficou tudo escuro. O pau comeu redondo. Aí veio machão, o mais sabido. Chamou a gente pra brigar na estrada. Quinze de cada lado. Meu bando só tinha homem do garimpo. Barra pesada mesmo. Acabou tudo bem. Voltamos pra festa e eu, depois de muito bem recebido pelo dono do baile, achei que ia ganhar a moça. “Cada terra tem sua lei. Aqui é assim. Por favor respeite a minha casa.” O velho me comoveu e eu tirei o Chico Jacobina pra dançar... olha meu amigo, dançar com homem é pior que namorar burra. Senti muita saudade da minha Boneca. Uma burrinha jeitosa que tinha cara de moça... peguei da sanfona, toquei e tomei cana até acordar no dia seguinte cheio de lama...” com Waldik é assim. Se for pra falar de desgraça, que seja recheada com humor e folclore, temperos que não podem faltar nas conversas do astro. Como o cantor reagiria ao perceber a zombaria de certas pessoas? Ele mesmo conta para o Bôscoli, a experiência vivida numa sofisticada casa da zona sul carioca. “Quando senti que os caras queriam curtir com a minha cara, fui bagunçando. Tirei paletó, gravata, subi no piano e cantei paca (...) quando eu cantava Eu Não Sou Cachorro Não, ouvi uns risinhos marotos. Parei e disse: quem tiver mais dinheiro no bolso do que eu fica com o meu carro. Um Camaro do ano. Mas quero ver grana viva. Nada de cartão de crédito. Puxei mil cruzeiros, botei em cima do piano e ninguém se manifestou. Bom, então eu paro o show aqui. Prefiro pagar a multa. Porque eu não sou cachorro não...” E concluiu: “Sabe que uma grã-fina se apaixonou por mim, no ato? Fomos para sua cobertura e tomamos banho de piscina.” São fragmentos da longa história do rei do bolero, na verdade, insignificante diante do trabalho magnífico que realizou em discos, acompanhados por maestros como Guerra Peixe, Waldemiro Lemke, Francisco Moraes, Portinho e outros imortais da batuta.

Patrícia Pillar e Waldik. Um novo gás para a carreira do ídolo

Waldik construiu uma das carreiras mais interessantes da história da música popular brasileira. Seu nome dispensa comentários acerca dos títulos lançados. Ao mesmo tempo, sua obra requer análise profunda por parte de pesquisadores e historiadores, profissionais sérios e livres de todo e qualquer ranço de preconceitos. Assim, sua obra será ouvida e conhecida pela nova geração. Até mesmo como integrante legal História da música popular brasileira, que ele é.

Certamente Waldik sobreviveria sem os impulsos da fã Patrícia Pillar. Mas dificilmente voltaria a ser assunto nacional e o que é mais raro ainda, volta recebendo elogios de críticos da velha guarda, aqueles que um dia já miraram o grafite na direção do cantor. Patrícia Pillar sabe usar muito bem seu nome famoso. Há muitos anos ela associa seu nome a causas nobres como apadrinhamentos de crianças carentes, saúde e educação. Não posso enxergar outra coisa na atitude da atriz senão o compromisso de contribuir com a nossa história, ou melhor, a História do Brasil. Cidadã consciente, Patrícia exerce brilhantemente a profissão de atriz, se distanciando anos luz dos protótipos de estrelinhas que sequer sabem quem foi Patativa do Assaré e o que é pior, nem se interessam em saber. Antes, se satisfazem plenamente ao receberem convites de revistas para freqüentarem balneários e ali, mostrarem que são ricas, famosas e vazias. Contudo, não posso acusar ninguém. Não se cobra de alguém aquilo que ele não pode oferecer. Quem sabe agora, depois do serviço prestado à cultura por Patrícia, alguém se mobilize e lance a campanha cultural Adote um ídolo esquecido. Já posso até vislumbrar a Débora Secco adotando o Balthazar, a Juliana Paes com o cantor César Sampaio, a Danielle Winits e Ângelo Máximo, o Duda Nagle abraçando Lady Zu, o Gugu apadrinhando todos aqueles cantores lançados por ele nos anos 80 (menos, né?). Não faltarão padrinhos e madrinhas fuçando os arquivos públicos atrás de informações sobre os cantores. Mas infelizmente terão que buscarem noutras fontes, pois ali não encontrarão nada sobre eles. Que triste! A campanha já acabou antes mesmo de começar.

A figura do homem de preto. Novamente Waldik na mídia

Na manhã em que escrevo essa crônica sem compromisso literário, mas cheio de boas intenções, fui surpreendido ao ligar a TV e deparar-me com Ana Maria Braga abrindo a porta para Waldik adentrar no Mais Você. Saltei da cadeira, aumentei o volume e abri as “oiças”. Estava ali o velho Waldik, aos 74 anos lançando cd e DVD com direção de Patrícia Pillar. Apesar da distração da apresentadora, que entre outras coisas confundiu Ciro Gomes com Sírio de Nazaré, perguntou o porquê de Waldik cantar tragédias e ostentar cabeleira loira. Ana é simpática, apesar de acordar cedo. Chamou Waldik de amigo de longa data, andaram de braços dados pelo cenário e cantou com ele. Coincidentemente o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, do jornal O Globo, escreveu na mesma manhã, uma crônica muito bonita e repleta de elogios, apresentando Waldik como o maior cantor brasileiro. Ana entregou o jornal para o cantor, que logo dobrou e pôs sobre a mesa. O Waldik voltou novamente. Não sei porque, mas quando o programa acabou, lembrei-me de quando morava em Fortaleza e estudava no colégio Santo Inácio. É que na casa de um amigo, estudando para fazer um trabalho de equipe, surgiu uma arenga entre meu amigo e sua irmã. No desejo de lhe ofender, ela o chamou de “seu chato! Seu Waldik Soriano! Acabo de recordar-me que foi saindo do colégio Santo Inácio, no final da aula, que num dia qualquer do ano 86, avistei um homem todo de preto cruzando a praça do Canal 10. Fiquei curioso diante daquele homem e sua indumentária. Caminhei na direção de duas moças que haviam recebido daquele homem um postal com sua foto, perguntei sobre o tal homem de preto e elas me responderam: Era Waldik saindo da Rádio Verdes Mares”. Nunca mais esqueci daquele homem.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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