UM POETA QUE SOUBE FALAR DE SOLIDÃO E DE FÉ
Quando um artista se revela pelo avesso, ele abre mão da defesa que protege sua própria vida. Antonio Marcos foi um artista que não pensou no futuro, apesar de suas composições atemporais, viveu cada minuto como se fosse o tempo que lhe restava. Escreveu poemas lindos para alegrar almas rotas, bebeu além da conta pondo no copo o mar sombrio, amou como quem não queria separar-se, mas morreu como quem não sabia se amar.
A obra de Antonio Marcos leva o ouvinte para o mundo particular do artista. Ensina como não tropeçar no orgulho e não temer a ousadia. Ouvir uma canção de Antonio Marcos, sem se importar com o título, é aceitar compreender a alma angustiada (camuflada no início) de um compositor. Também serve para entender a nascente que banhava a MPB (popular de verdade) das multidões.
Antonio Marcos faz falta como poeta, músico e compositor. A foto que ilustra o texto faz parate da capa do LP de 1971.
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