DEPOIS DA COFONÁLIA, DA MÚSICA BREGA, VEM AÍ A MPC: MÚSICA QUE O POVO CANTA.
A música não foi feita apenas para ser ouvida, mas também para ser sentida, criticada, apreciada e, principalmente para gerar polêmicas em torno de suas variações estilísticas. Rondando a música, estão os que cantam, os comentaristas, os aproveitadores, os que lançam gêneros abrindo caminho para outros, os que compram brigas inocentes e os que se acham no direito de opinar sem profundidade alguma no tema. Um dia todo mundo vai ouvir uma certa música e da qual não vai gostar, sempre foi assim, e assim sempre será. Felizmente, a música nunca vai deixar de ser assunto, haverá sempre uma fonte informando seus rumos. Foi para comemorar os 40 anos da MPC (nomenclatura lançada pelo jornal Extra) que o Extra está levando às bancas do Rio de Janeiro, a maior matéria já desenvolvida sobre o tema que o estado já teve. Claro que muito antes, gente como Aérton Perlingeiro, Haroldo de Andrade, Mauro Montalvao e o próprio Chacrinha, só faltaram dar o sangue em prol do reconhecimento da música popular por parte da crítica intelectual. Não conseguiram convencer muita gente, mas fizeram um barulho retumbante. Barulho que reverbera até hoje.
A música não foi feita apenas para ser ouvida, mas também para ser sentida, criticada, apreciada e, principalmente para gerar polêmicas em torno de suas variações estilísticas. Rondando a música, estão os que cantam, os comentaristas, os aproveitadores, os que lançam gêneros abrindo caminho para outros, os que compram brigas inocentes e os que se acham no direito de opinar sem profundidade alguma no tema. Um dia todo mundo vai ouvir uma certa música e da qual não vai gostar, sempre foi assim, e assim sempre será. Felizmente, a música nunca vai deixar de ser assunto, haverá sempre uma fonte informando seus rumos. Foi para comemorar os 40 anos da MPC (nomenclatura lançada pelo jornal Extra) que o Extra está levando às bancas do Rio de Janeiro, a maior matéria já desenvolvida sobre o tema que o estado já teve. Claro que muito antes, gente como Aérton Perlingeiro, Haroldo de Andrade, Mauro Montalvao e o próprio Chacrinha, só faltaram dar o sangue em prol do reconhecimento da música popular por parte da crítica intelectual. Não conseguiram convencer muita gente, mas fizeram um barulho retumbante. Barulho que reverbera até hoje.
A proposta do Extra é interessante porque ressuscita o tema e joga a polêmica nas mãos do povo e da crítica. É como se o tempo voltasse e tivéssemos nele, a oportunidade de comentar sobre preconceito e discriminação dando nome aos agressores, com um diferencial relevante: agora, bem mais capacitados de informação e abastecidos de material humano amadurecido. A partir do sucesso fenomenal da música de Paulo Sérgio em 1968, é que a reportagem seriada _ muito bem escrita a quatro mãos por Clarissa Monteagudo e Naiara Andrade_ conta o tempo de existência do “movimento” MPC. Paulo Sérgio quando surgiu no cenário, arrebentou o placar do romantismo, aglutinando sucesso atrás de sucesso, deixando nervoso e apavorado, o triste-mor da canção popular Roberto Carlos e sua tropa. Além de Paulo Sérgio, a MPC lançada pelo jornal, traz ainda Odair José, Lindomar Castilho, Ângelo Máximo, Evaldo Braga, Perla, Diana, Vanusa, Nelson Ned, Márcio Greyck, Benito Di Paula, Sidney Magal, Wando, Fernando Mendes, Antonio Marcos, Amado Batista, Reginaldo Rossi, José Augusto e outros. Alguns artistas destacados em pequenas entrevistas, ao longo da mátéria. Estrelas globais como Regina Duarte, Marcos Palmeira, Patrícia Pillar, Marcello Novaes e Cecília Dassi, recheiam a matéria dando depoimentos sobre a preferência pelos cantores da MPC. Regina Duarte se derrete quando confessa sua paixão por Wando, por exemplo. O leitor pode imaginar o som que faz a cabeça do galã Marcos Palmeira, o Tadeu da novela Pantanal?
Agnaldo Timóteo como sempre, lidera a polêmica. Coisa de artista que não perde a mania de querer ser o centro das atenções. Em torno da MPC, a discussão tão cedo vai ficar morna, segue esquentando numa crescente. A matéria seriada teve início no domingo dia 28 de setembro e termina dia 9 de outubro com um show do cantor goiano Amado Batista, no auditório do jornal. Diariamente o jornal tem reservado espaço privilegiado para comemorar e discutir a música que o povo canta e, como o tema é sensível, os mais exaltados já abriram o bocão e partiram para o ataque. Agnaldo Timóteo, dono de uma indiscutível voz, no decorrer da matéria já disse que João Gilberto não canta nada, e que Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, não sofreram com o exílio europeu, pois ninguém foi para Cuba, e sim para países capitalistas. Agnaldo esquece que Caetano Veloso merece respeito e reconhecimento por parte da MPC, pois sempre foi nitidamente contra o preconceito, sendo explícito em suas opiniões e mais, foi o primeiro dos adorados pela elite intelectual, que flertou escancaradamente com as letras mais simples, mesmo sendo ele autor de letras, até certo ponto de difícil compreensao, dada a profusão de neologismos usados pelo autor. Na primeira metade da década de 70, Caetano enfrentou a fúria dos universitários alienados ao subir no palco para cantar com seu convidado Odair José, a música “Vou Tirar Você Desse Lugar”, no show Phono 73. Antes, Caetano já tinha enaltecido Luiz Gonzaga, e até mesmo Orlando Dias, cantor que teve seu apogeu nos anos 60, mas que conquistava novos fãs a cada LP lançado nos anos 70 e 80. Qualquer pessoa pôde ver no YouTube Caetano cantando Tenho Ciúmes de Tudo, grande sucesso de Orlando. Portanto, Caetano é muito mais que um intelectual, ele é o poeta da inquietude popular. A versão online do jornal Extra pegou fogo com a participação do povo criticando e apoiando Timóteo. O ponto mais delicado da matéria, foi quarta-feira, dia primeiro, quando uma manchete de capa atraía a atenção do leitor para o drama que enfrenta Nelson Ned, cantor de inúmeros sucessos, conhecido internacionalmente, que no momento passa por dificuldades financeiras, decorrentes da diabetes que lhe impede de trabalhar. Agnaldo Timóteo com seu temperamento sangüíneo, assumiu a condição de ajudar o colega arrecadando verbas com os amigos milionários, mas se viu abandonado diante do descaso dos mesmos. Num ato impensado, Agnaldo rejeitou 2.000,00 que o cantor Daniel doou a Ned. Os leitores do jornal, inflamados pela ira contra Timóteo, ficaram do lado de Daniel. Mas não pense que a matéria ficou parada em Agnaldo Timóteo, ela seguiu crescendo em conteúdo e qualidade, revelando ao público paradeiros de artistas sumidos da mídia.
CARREIRAS QUE PRECISAM DE APOIO DA MÍDIA E DO POVO
As rádios há muito tempo deixaram de tocar Lindomar, Odair, Fernando Mendes, apesar da insistência do público que pede por telefone, e-mail, os “Djs” ignoram. Quando algum deles resolve tocar Odair, vai tocar Vou Tirar Você Desse Lugar, e nunca a música nova que precisa ser trabalhada. A indiferença por parte das emissoras, empurra o artista para o fatídico fracasso financeiro. Sem a música tocando nas rádios, o artista tende a se distanciar cada vez mais do seu público, consequentemente vai viver dos pequenos cachês, até que os convites passe a minguar por completo. Na luta pela sobrevivência da carreira à margem da mídia, o artista popular não tem com quem contar, os mais sensatos e precavidos tomaram atitutes inteligentes no auge do sucesso, guardaram dinheiro e investiram em bens como imóveis, gado e terras. Poucos fizeram isso. Um belo artigo escrito por Paulo Cesar Araújo, intitulado “a hora e a vez do orgulho brega”, encerra a matéria publicada na revista dominical Canal Extra, entre outras coisas, o escritor faz um passeio pela trajetória da MPC terminando com um apelo: “Chega de vergonha. Não dá mais para dissimular, disfarçar e esconder. Esta é a hora e a vez do orgulho brega”. Paulo Cesar, assim como Caetano, é do povo, e escreve para o povo, pena que alguns leitores se achem melhores do que outros, se autodenominando gênios acima do bem e do mal. A matéria do Extra traz a tona um tema que deveria ser discutido mais vezes, não sobre quem é bom ou ruim, mas sobre dignidade, acima de tudo, dignidade. O maravilho crítico Artur da Távola certamente aplaudiria do lado dos artistas, a magnífica iniciativa do jornal.
FOTOS REPRODUZIDAS DO JORNAL EXTRA LIVREMENTE .
3 comentários:
Josué.
Como você é jornalista, é complicado abrir uma rádio? Há algum tempo penso nesse projeto, mas não sei por onde começar. É claro, seria uma rádio para tocar MPC.
Prezado Josué,
parabéns pelo Blogger sensasional.
Li/vi muitas matéria de peso mesmo, gostei!
Que tal uma matéria com a querida Joelma (Jovem Guarda, de quem sou fã/amigo há mais de 20 anos?
Tenho fotos inéditas (fotografei muito a Joelma também) e poderei ceder inf./fotos dela e até de outros artistas.
Abraços e aguardo contato.
www.fotografo-expositor.brasilflog.com.br
fotografocardim@yahoo.com.br
Meu Presado Amigo Marciano Vasques
Meus Parabens pelo blog.
Vi muitas Matérias que me levaram ao Passado fiquei viajando Muito boa matéria as musicas nem se fala são maravilhosas Gostei muito e vou continuar a visitar seu blog. com todo o prazer adorei eu esperava isso de uma grande figura como voce e os demais que participam dessa maravilha continui sempre assim e que DEUS os Abençõe a voces todos e um Feliz 2010.
edison_tacao@hotmail.com
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