


Inclui TV, Teatro e Música. Do creme dental Kolynos a Roberto Carlos. De Noel Rosa a Waldik Soriano. De Oberdan Junior a Papai Noel. E por aí segue o bloguinho popular. Contudo, o foco sempre será a boa Música Popular do Brasil.
RIFOU O CORAÇÃO E SE TORNOU EMBAIXADOR DO BOLERO
Lindomar Cabral nasceu no dia 21 de janeiro de 1939 em Santa Helena, então distrito de Rio Verde, Goiás. Um dos maiores vendedores de discos do Brasil nos anos 70, o cantor e compositor Lindomar Castilho é dono de uma biografia tão intensa e dramática como boa parte dos boleros que cantou.
Transferiu-se para Goiânia, onde cursou a Faculdade de Direito. Em 1960, após ser aprovado em concurso, ingressou na Secretaria de Segurança Pública e abandonou a faculdade no 2º ano. Antes, porém, havia trabalhado como diretor do escritório da companhia Viatécnica S/A.
Sua carreira musical começou quando o compositor e então diretor artístico da gravadora Continental, Diogo Mulero, o Palmeira, da dupla Palmeira & Biá esteve em Goiânia. Na residência do compositor e escritor Bariani Ortêncio, Palmeira ouviu o ponta-esquerda do Sírio Libanês, que chegou a ser convidado para fazer um teste no Corinthians, soltando o vozeirão. Imediatamente o convidou para gravar um LP e sugeriu que adotasse o pseudônimo de Lindomar Castilho. "O nome foi mudado justamente em função de um futuro sucesso latino-americano que ele previa para mim", revelou em 1976.
No final de 1962 gravou em São Paulo seu primeiro álbum, Canções que não se esquecem, cantando 12 sucessos do cantor, compositor e ator Vicente Celestino, sua principal influência artística. Nesse ano deixou de trabalhar na Secretaria de Segurança Pública. Lindomar mudou-se para São Paulo e ingressou como Chefe de Relação Públicas da firma de colchões de molas Epeda. Gravou ainda um compacto com a música "Margarida", de Lupicínio Rodrigues.
Em 1964 lançou pela Continental Alma, coração e vida (A. Flores e Wilson Brasil), seu segundo LP, conduzido pela faixa-título e por "Somente uma flor", e fez shows pelo país em nome da Epeda.
Já desligado da Epeda, gravou em 1965 Escuta minha oração, com destaque para as faixas "Falhaste coração" e, um de seus maiores sucessos como intérprete, "Ébrio de amor" (Palmeira e Ramoncito Gomes), gravada também em espanhol e lançada na América Latina.
No ano seguinte lançou Mensagem de carinho, que revelou as canções "Inesquecível" e "Por esta mesma porta", e entre 1967 e 68, gravou três álbuns homônimos, com destaque para "Amor de pobre", "Meu coração está de luto", "Esta tarde vi chover", "Contigo aprendi", "Coração, Coração", "Porta na cara", "A chance" e "Saudade de você".
Em 1969, teve fôlego para lançar três LPs, Somos iguais, En castellano, e Canções que não se esquecem - Vol. 2, este com regravação de antigos sucessos e da última música composta por Vicente Celestino, "Minha mãe" (com Marina Ghiaroni), gravada pelo autor em Obrigado meu Brasil (RCA Victor, 1968).
Em 1970 Lindomar Castilho estreou na RCA Victor, sua nova gravadora, com um LP homônimo que trouxe, além do sucesso "Pureza", de Osmar Navarro, a autoral "Aleluia ao amor", sua primeira incursão como compositor.
Amparado por hinos como "Mamaracho" (Franco, Valdez e Mony, versão de Sebastião Ferreira da Silva) e "Coração vagabundo" (Marcos Pitter), o ilustre cidadão de Santa Helena gravou em 1973 Vou rifar meu coração, que grifou seu sucesso internacional. De acordo com o release do cantor na época, "A música ''Vou rifar meu coração'' o projetou efetivamente no cenário mundial, e só no México recebeu mais de 50 gravações. O LP gravado em espanhol lhe proporcionou sucessos em mais de 50 países". E segundo o departamento de imprensa da RCA em 1976, "O sucesso de Lindomar Castilho hoje nos países latino-americanos e no mercado latino dos Estados Unidos é uma realidade indiscutível, chegando, em alguns casos a obter índices de vendagem difíceis de serem conseguidos até por grandes astros dos próprios países, como foi o caso do México, quando do lançamento do compacto-simples Voy a rifar mi corazón (Eu vou rifar meu coração), que vendeu nada menos de 78 mil cópias só na semana de lançamento. Mais recentemente, quando foi lançado o LP Eres loca de verdad (Você é doida demais), no mercado latino dos Estados Unidos, foi necessária uma importação de álbuns do México, para reposição imediata, em função do alto número de pedidos conseguidos em todo o território americano, muitas vezes maior que os LPs que havia em estoque".
Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", composto com seu parceiro mais constante, Ronaldo Adriano, conduziu o álbum Eu canto o que o povo quer, que ganhou versão para o mercado latino.
Na RCA gravou músicas de grande repercussão como "Oi sô", "Feiticeira", "O invejoso", "Minha Mãe, Minha Heroína", "Nós Somos Dois Sem-vergonha", "Camas Separadas", "Cheguei Prá Ver", "Adeus Mariana", "Rei Sem Trono", "Eu Não Sou Nenhum Bandido", "Mais Um Cigarro Fumado", "Sul Brasileiro", "O Troco", "Tema da Tarde", "Homem de Pedra" e "Eu e a Viola".
Com 10 LPs em espanhol gravados em El Salvador, Méxicos e Estados Unidos, Lindomar lançou em meados da década de 70 os micro-sulcos O incomparável - Volume II ("Três vidas, três destinos", "Carga pesada" e "Estou perdendo a cabeça por você"), O filho do povo (1976) e Chamarada (1977). Consagrado pela revista americana Billboard como o "El nuevo ídolo de las Américas", o cantor representou em 1977 o Brasil como campeão de vendas de discos no programa Coast to Coast, da televisão americana, em San Francisco, Califórnia.
UM TRISTE CAPÍTULO NA HISTÓRIA DE LINDOMAR CASTILHO
Ainda nesse ano, conheceu nos corredores da RCA, em São Paulo a cantora iniciante Eliane Aparecida de Grammont, com quem se casou no dia 10 de março de 1979, e teve uma filha, Liliane. "Antes de casar, os dois decidiram que ela não cantaria mais para se dedicar ao lar", revelou Helena de Grammont, irmã de Eliane e repórter do Fantástico, ao site Clique Music.
No dia 30 de março de 1981, no Café Belle Epoque, no Jardim América, em São Paulo, Lindomar, recordista em vendagens de discos e coroado como o Rei do Bolero, matou Eliane, de quem havia se separado havia alguns meses. Após a separação, Eliane voltou a fazer shows, e naquela noite cantava acompanhada pelo violão de Carlos Randall, seu novo namorado e primo de Lindomar. Levou cinco tiros pelas costas.
Autuado em flagrante, Lindomar Castilho foi condenado a 12 anos de prisão no dia 23 de agosto de 1984, por homicídio doloso e tentativa de homicídio (também tentou matar Randall). O caso pontuou verticalmente o movimento feminista nacional. Em 1985 foi criada em São Paulo a primeira Delegacia de Defesa da Mulher do Brasil, e em 1990, pela Prefeitura de São Paulo, a Casa Eliane de Grammont, um centro especializado no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e sexual.
Depois de cumprir doze anos de pena - seis em regime semi-aberto - Lindomar Castilho ganhou em 1996 sua liberdade. E, como ele mesmo afirma, somente retornou à carreira graças aos pedidos de sua filha. Lançou em 2000 pela Sony Music Lindomar Castilho ao vivo, gravado no Teatro Goiânia, em Goiás, e suas músicas "Eu vou rifar meu coração" e "Você é doida demais" fizeram parte da trilha sonora do filme Domésticas, dirigido por Fernando Meirelles e Nando Olival. E em 2001, "Você é doida demais" se tornou tema de abertura do seriado Os Normais, da TV Globo.
fonte: equipe do site Gafieiras
Mauro Celso nasceu em 1951 na cidade de São José do Rio Pardo, em São Paulo. O cantor ficou famoso em 1975 após participar da segunda eliminatória do festival Abertura, da TV Globo. Enquanto cantava Farofa-fá, o público do festival delirava com o ritmo alegre e cantavam simultaneamente a música despretensiosa de Mauro Celso. Os jurados não gostaram da letra de Mauro, preferiram Carlinhos Vergueiro, com Como Um Ladrão e a música Muito Tudo, de Walter Franco. O público que naquela noite de janeiro de 75, lotou o Teatro Municipal de São Paulo, não sentiu nas músicas dos outros participantes, a mesma empolgação clara e vibrante de Farofa-fá.
O autor de músicas alegres e que conquistou todos os públicos, em especial o público infantil da década de 70, morreu em abril de 1989 amassado dentro dos destroços do carro que lhe conduzia ao encontro da mulher e do filho René. Mauro Celso estava em São Paulo fazendo shows e trabalhando muito, quando interrompeu as atividades para matar a saudade da família que morava em Iguape, cidade do litoral paulista. Na companhia de um amigo, ele dirigia seu carro quando perdeu a direção na velha rodovia de Iguape. O carro de Mauro Celso capotou diversas vezes e ele teve morte instantânea. Assim, aos 38 anos de idade, morria o cantor e autor de hit’s como Farofa-fá e Bilu-tetéia, músicas que ganharam as paradas do sucesso e estão cristalizadas na memória do povo brasileiro.
Mauro Celso foi lançado pela RCA no mercado fonográfico cantando duas músicas de sua autoria em compacto simples. De um lado do disco a comestível Farofa-fá, acompanhada por Coceira do lado B, ambas com arranjos do maestro Daniel Salinas. Com a música Farofa-fá, o cantor conquistou posição privilegiada dentre as dez músicas mais tocadas do Brasil, público de todas as idades e principalmente o público infantil. Ganhou as paradas do rádio e tornou-se famoso nacionalmente da noite para o dia, com uma letra que ele mesmo considerava simples e portanto popular.
A gravadora RCA, que já havia engordado com tanta farofa, lançou no mesmo ano, o LP de Mauro Celso. A nova música faria tanto sucesso quanto a primeira. As poucas pessoas que não gostaram de Farofa-fá, se renderam ao sucesso contagiante de Bilu-Tetéia, dançando alegremente nos bailes de carnaval. Bilu-Tetéia foi lançada no segundo compacto (duplo) de Mauro Celso, contendo além de Bilu-Tetéia, Coisa Com Coisa (Mauro Celso e João Barata), Fumaçá e Coceira, que tentava pela segunda vez entrar no gosto do povo, mas foi rejeitada por se parecer tanto com a original Farofa-fá. O LP Mauro Celso Para Crianças Até 80 Anos, veio envolto em alegria com 12 letras criativas e músicas contagiantes. Com direção artística de Osmar Zan e regências de Daniel Salinas, o LP trouxe ainda outros compositores além de Mauro, que assinou a maioria. Gabino Correa (pai da cantora Júlia Graciela) assina Mikitila e o compositor Joca de Castro participa como autor da música Olhar de Jacaré. O disco foi bem sucedido em vendagens e execução. Além de Bilu-Tetéia, a música Coró-Cocó, narrando a história do galo carijó, caiu no gosto da criançada e conquistou as rádios do país. Pelo sucesso que fazia com suas músicas, recebia convites de todos os estados do Brasil para fazer apresentações.