25 outubro 2007

ANTES TARDE DO QUE NUNCA. CANTOR PAULO SÉRGIO GANHA SITE EM SUA HOMENAGEM



CONFIRA A POPULARIDADE DE PAULO SÉRGIO

para os fãs do cantor, amor tem que ser amor e não promessas.

Vem de Fortaleza o site que promete ser um dos mais acessados da rede. Gilberto Ivo, fã do romântico Paulo Sérgio, acaba de disponibilizar na Internet o primeiro site dedicado exclusivamente à vida e a obra do cantor capixaba, nascido em 10 de março de 1944. (acesso pelo link ao lado)

O site além de bonito, é esclarecedor e recheado de fotos do cantor. A foto mais disputada pela mídia nos anos 70, ilustra a matéria, Paulo Sérgio e Roberto Carlos lado a lado como vocês podem ver. A carreira do artista ganha novo gás com entrevista exclusiva, onde se pode ouvir com perfeição a voz de Paulo Sérgio fazendo declarações poucos dias antes da sua morte. Links com vídeos de apresentações de Paulo Sérgio em shows e na televisão. Enfim, um trabalho digno de atenção e elogios, uma vez que a gravadora detentora dos direitos do cantor, nada fez por ele, mesmo sendo ele ainda, um dos maiores vendedores de discos. Uma dica: você que é fã e dispõe de material com imagens, voz e objetos de Paulo Sergio, poderia contribuir muito mais, cedendo o uso para que os interessados na carreira do cantor saibam o máximo possível em relação a Paulo Sérgio.

Doze anos. O tempo que ele viveu para entrar na história da música popular do Brasil

Paulo Sérgio foi içado a fama quase sem querer, quando acompanhava o teste que um amigo fazia como cantor para a gravadora Caravelle em 1968. Num golpe do destino o amigo dançou no teste, enquanto que Paulo estava apenas sendo descoberto. O timbre vocal inerente, lhe abriu as portas do sucesso e em poucos meses sua voz ecoava pelo país. A primeira investida da gravadora reverberou no mercado como uma bomba atômica, explodindo fagulhas na corte do rei e nos cofres da CBS. No início, Paulo não percebeu o quanto estava sendo usado para provocar Roberto Carlos e muito menos tinha noção do abalo que causara na multinacional CBS, era apenas o cantor e era somente na profissão que ele se concentrava. Até que um dia Chacrinha ousou dizer: Roberto já era. Paulo Sérgio agora era o rei da juventude. Manchetes e manchetes publicadas em jornais e revistas se encarregaram de levar a guerra adiante. Roberto Carlos tentou disfarçar, mostrando-se inabalável, segurou-se o quanto pôde, mas quando viu a popularidade do seu conterrâneo subir rapidamente, apressou-se em lançar na praça o LP “O Inimitável Roberto Carlos” (1968). Alguém tinha que se mexer, e não era Paulo Sérgio, sua carreira ainda era embrionária, estava dando os primeiros passos, já Roberto era o ídolo mor da juventude, não podia perder o posto tão facilmente. Quando o Inimitável entrou nas paradas com Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo, dele e de Erasmo Carlos, A Última Canção era a música mais ouvida e também decorada pelo povo brasileiro. Mas a vida artística de Paulo Sérgio não dependia da fama de Roberto Carlos, Paulo conquistou seu público logo na estréia e trilhou caminhos opostos. Em 1968, se LP foi o terceiro mais vendido do Brasil, na frente de Roberto Carlos e Chico Buarque (revista Intervalo – junho de 1968)

Variados títulos e prêmios confirmaram a autenticidade da carreira

Em São Paulo, o cantor recebeu por três vezes da TV Record, o prêmio mais cobiçado pela classe, o Troféu Chico Viola, em pouquíssimo espaço de tempo. Prêmios como Disco de ouro, Buzina do Chacrinha e Globo de Ouro coroaram o sucesso do cantor. Daí por diante as revistas especializadas tratavam de divulgar os passos do cantor, que mesmo mantendo a postura humilde, vivia como uma celebridade, gastando seu dinheiro em conforto para a família e colecionando carros de luxo. Dentre os brinquedos possantes estavam um Opala do ano, um Mustang, um Galaxie, um Volkswagen e um Cadillac presidencial reluzente a prova de balas.

Quanto mais a fama crescia, mais comparações surgiam

O cantor enfrentou sérios problemas na carreira, além das acusações declaradas pelos disc-jockeys, de imitador barato. O mesmo timbre vocal que lhe abriu as portas do sucesso acarretou ao longo da carreira, problemas insolúveis. As revistas especializadas publicavam supostas declarações de Roberto Carlos atacando o conterrâneo. Declarações que no número seguinte, eram todas desmentidas. Os jornalistas não davam trégua, e em poucos dias lá se vinham outras “declarações”. Paulo Sérgio não temia o confronto, cada vez mais se popularizava e estruturava melhor sua carreira. Em 30 de maio de 1970, o jornal última Hora publicou a seguinte declaração de Paulo Sérgio: “Queriam que eu cantasse com uma voz diferente e me faziam gravar mais de cinqüenta vezes a mesma coisa. Minha voz realmente parecia com a de Roberto, mas o que eu poderia fazer? Então me enfezei, disse que a gravadora era uma droga, rasguei o contrato e ameacei não gravar mais”. O cantor está falando do começo da carreira, quando foi levado por um empresário à gravadora Beverly, que se interessou por ele, mas queria mudar o seu timbre de voz.

Em julho de 1977, depois de ficar um longo período sem aparecer na mídia ou fazer declarações pessoais (mas fazendo muito sucesso nas rádios do país inteiro com a música Amor Tem Que Ser Amor, do 10° LP), Paulo Sérgio, enquanto lançava seu 11° LP da carreira declarou ao repórter Gilmir Wortroba, da revista Amiga: “Não acho que minha voz tenha o mesmo timbre da de Roberto Carlos e jamais tive a pretensão de imitá-lo. Considero uma injustiça o que fazem comigo. Quero apenas cantar e compor em paz, sem tentar imitar ninguém”.

Estas palavras são testemunhas do sofrimento que a comparação acarretou sobre a vida e a carreira de Paulo Sérgio. Ninguém pode medir o estrago causado na vida do cantor, mas sua indignação gritava através do seu olhar triste, preservado para sempre na memória dos fãs.

Paulo Sérgio para sempre

Na certidão de óbito divulgada pela revista Amiga, com atestado da doutora Izolda Nera Lehfeld, consta que Paulo Sérgio de Macedo, de 36 anos, faleceu as 20 horas e 10 minutos do dia 29 de julho de 1980, no Hospital São Paulo, de edema cerebral. A certidão assinada no dia 30 de julho de 1980, diz ainda, que o cantor era desquitado de Raquel Teles Eugênio, pai de um filho com nome de Rodrigo, deixa outros filhos* com nomes e idades ignorados.

*O blog tem como leitora, uma filha do cantor que mora no Rio. Jaqueline

19 outubro 2007

ENTREVISTÃO COM O ESCRITOR DOS CONTOS BREGAS




Se você

é jovem e é muito inteligente, leia na íntegra.

Se é maduro e já leu de tudo, leia sem compromisso.

Quem gosta de escrever e rir de si mesmo, leia e procure saber quem é Thiago de Góes.

Ele é jovem na idade, ágil na escrita e perspicaz com seu pensamento. Escreve no blog Contos Bregas e já publicou dois livros, “Contos Bregas” (2005) e “Lobas, Deusas e Ninfetas” (2007). Quem é o jovem que surge reescrevendo os compositores no competitivo mundo editorial? Quem é este menestrel que para mostrar sua arte, dispensou o canto e ficou com as letras?

Impondo seu ponto de vista (pode acreditar), segue indiferente ao preconceito que impera sobre os cantores populares, e extrai das inesquecíveis canções, contos que são indispensáveis aos estreantes na sétima arte, pois de tão bem tratados, os contos dispensam a famosa adaptação. Escritor que se orgulha da obra que faz e que se emociona facilmente quando o leitor reconhece seu talento.

Chega de enrolação, pois o monstro sagrado, o qual me refiro, nem é tão monstro assim. Tudo bem que já tem indicação (minha) para a Academia Brasileira de Letras, mas elogiar muito pode estragar, e talvez eu venha no futuro perder sua amizade, de tão famoso que ele será. Seu nome é Thiago de Góes, nome muito comum lá pelas bandas de Jerusalém nos tempos de Jesus, e que foi registrado em larga escala nos cartórios do Brasil dos anos 80. Nomeação que pode ser resultado do crescimento desmedido e da propagação do evangelho no país nas três últimas décadas. Veja que o xará mais famoso do nosso caro escritor, também era escritor e seu livro é datado 48-62 d.C. Seu nome? Tiago (James em inglês) apóstolo irmão de Jesus.

Devido ao tratamento que emprega na narração dos contos, Thiago laça e seduz o leitor, logo na primeira página. Qual o segredo? Vamos ficar sabendo a partir de agora. Com vocês: o próprio Thiago de Góes.

1-Música Popular do Brasil: vamos começar pelo que normalmente se pergunta no fim. Quando sai o próximo livro? Já tem nome?

Thiago de Góes: Eu já tenho alguns projetos em mente. Apesar de já ter começado a escrevê-los, não vou me pôr prazos para terminá-los. Isto significa que podem demorar a virar livros.

2-MP do Brasil: fale um pouco mais sobre como será cada um dos projetos.

TG:Um deles será uma coletânea de pequenos contos, construídos em torno do imaginário dos anos 80, que já comecei a escrever. São textos nostálgicos e bem humorados sobre coisas que povoaram a infância daqueles que hoje têm 20 e poucos anos, como a primeira febre dos videogames, artistas como a Xuxa e as Paquitas, a propaganda do coelhinho do Qüick, entre outros ícones daquela década que teima em não sair de moda. Já tenho mais de 10 escritos. A meta é chegar aos 80 contos.

Também comecei a escrever uma série de contos de paródia sobre a política brasileira, na qual construo uma realidade paralela onde personagens políticos vivenciam situações que os “denunciam” na vida real. Por exemplo, construí um conto fantástico a partir da declaração “Relaxa e Goza”, no qual uma noiva que precisa pegar um vôo às vésperas do casamento enfrenta todos os problemas do caos aéreo brasileiro, ao mesmo tempo em que começa a enxergar a frase de Marta Suplicy em todos os letreiros luminosos que vê pelo caminho e a ouvi-la da boca de todas as pessoas a quem pede informação.

Agora, o meu maior projeto literário ainda não comecei a escrevê-lo, nem me considero suficientemente maduro para iniciá-lo. Trata-se de um romance no qual vou misturar viagens no tempo e realidades paralelas, tempo e memória. Talvez seja a história de um velho que, ao invés de morrer, começa a viver sua vida novamente, mas sem ter consciência do fato. Seria como se fosse uma nova chance para ele. Mas aos poucos, ele vai se lembrando de coisas em flashes de dejà vu. Mas como disse, não posso dizer quando esses três projetos poderão virar livros. Quanto aos nomes podem ser, respectivamente, 80 contos dos anos 80, Relaxa e Leia, e Templo da Memória.

Vou, contudo, preparar uma segunda edição dos Contos Bregas, reunindo somente os melhores contos dos dois livros já publicados (Contos Bregas e Lobas, Deusas e Ninfetas), assim que se esgotarem os exemplares de ambos.

3-MP do Brasil: como era o Thiago na infância? Era rico, pobre ou remediado? (duas perguntas)

TG: Venho de uma família de classe média. Nunca me faltou nada. Eu tinha poucos, mas verdadeiros amigos. Gostava de brincar de bola de gude na rua de barro, de jogar videogame e jogos de tabuleiro. Parodiando uma antiga canção popular, eu diria que “era feliz e não sabia”.

4-MP do Brasil: a partir de quando você começou a ler, e quais foram os primeiros livros lidos, ainda na infância?

TG:Comecei a ler as histórias em quadrinhos. Gostava muito da Turma da Mônica, do Tio Patinhas, Pato Donald e companhia. Mais tarde, descobri também os gibis dos super heróis. Quanto aos primeiros livros, lembro do Pequeno Príncipe e do Menino do Dedo Verde. Também adorei alguns livros da Coleção Vagalume, como Spharion.

5-MP do Brasil: a educação que você recebeu no ensino fundamental, influenciou na sua escolha pelo caminho da literatura?

TG: Eu apontaria muito mais o segundo grau como influência. Havia uma professora de literatura que incentivava o amor pela literatura. Foi quando conheci os clássicos da literatura brasileira e comecei a compor poemas.

6-MP do Brasil: você atua como jornalista? De que forma?

TG: Minha carreira de jornalista deu-se sempre em assessorias de imprensa. Comecei estagiando na Agência de Comunicação da UFRN. Depois, já formado, fui contratado como assessor de imprensa de uma tradicional escola católica de ensino básico de Natal, onde havia estudado do primeiro grau ao vestibular. Também trabalhei na Oficina da Notícia, em Natal, onde produzi alguns house-organs de empresas natalenses e escrevi para uma edição anual da revista Empresas e Empresários. Então passei no concurso do Banco do Nordeste, onde hoje trabalho na assessoria de comunicação da empresa, em Fortaleza. Nunca trabalhei em jornal, rádio ou televisão.

“O livro Contos Bregas, é dedicado “aos que riem de si mesmos”. Rir de si mesmo é uma grande virtude.”

7-MP do Brasil: você realmente gosta das músicas que te inspiram nos contos ou ouve-as apenas para tal?

TG: Gosto sim. Ouço no carro ou em casa, sempre que posso. Se eu não gostasse das músicas, não escreveria contos inspirados nelas. Gosto das canções populares não somente pela melodia fácil, mas porque possuem conteúdos altamente narrativos, ricos em personagens que representam muito bem a alma brasileira. Onde muitos enxergam superficialidade eu vejo beleza. Por exemplo, a simplicidade, a despretensão e a objetividade da música verdadeiramente popular são, para mim, sinônimos de beleza. Para outros, preconceituosos, não. Já escrevi até um poema falando da “irresistível beleza das rimas previsíveis”.

8-MP do Brasil: para o leitor que te acompanha pelo blog e pelos livros, passa a impressão de que o Thiago tem duas visões da vida: uma cômica e outra trágica. É assim mesmo ou minha lente está embaçada?

TG: Mas a vida é assim mesmo, não é? Uma hora, rimos para não chorar. Noutra, choramos de tanto rir. Em outros momentos, somos capazes até de zombar das lágrimas sinceras de outrora. O livro Contos Bregas, inclusive, é dedicado “aos que riem de si mesmos”. Rir de si mesmo é uma grande virtude. A vida é ao mesmo tempo trágica e cômica, uma sucessão contínua de risos e lágrimas. Tento passar esta dualidade para os meus contos. Eles não são contos só de humor ou só trágicos. São tragicômicos.

9-MP do Brasil: descreva como foi seu dia, da hora que você acordou até o momento em que responde esta pergunta.

TG: Pela manhã, fiquei em casa cuidando de minha noiva, que está com Rubéola. Resolvi também algumas coisas do nosso casamento, que será no mês que vem. Estamos ansiosos para a chegada deste importante momento em nossas vidas. E pela tarde fui ao trabalho.

“Rubem Fonseca: esse cara escreveu tudo o que eu gostaria de escrever e nunca escrevi. Ele escreveu primeiro!”

10-MP do Brasil: que métodos você usa para escrever? Segue alguma disciplina?

TG: Geralmente, eu começo a escrever com 70% do conto na cabeça. Os outros 30% surgem no decorrer da escrita. Não tenho disciplina. A história fica na cabeça até eu pô-la no papel.

11-MP do Brasil: existem muitos escritores jovens no Brasil, assim como há muitos manuscritos guardados em gavetas. Explica passo a passo, sua trajetória da criação a publicação do primeiro livro.

TG: Primeiramente, mandava meus contos por e-mail, para os amigos. O conto Garçom, inspirado na música de Reginaldo Rossi, fez bastante sucesso. Muitos começaram a pedir contos inspirados em outras músicas. Então decidi criar o blog. Nesta mesma época, Carlos Fialho convidou-me para participar dos Jovens Escribas. Aí vi que podia escrever um livro somente com contos epigrafados por versos de músicas populares. Alguns meses depois, meu livro foi lançado em Natal (RN), pelo selo dos Jovens Escribas.

12-MP do Brasil: você é o escritor que eu conheço, que é também o maior relações públicas da própria obra. O que falta para a obra de um escritor (ainda) regional, tão bom como Thiago de Góes, tornar-se acessível nacionalmente?

TG: Eu queria ter mais tempo para me dedicar ainda mais à divulgação da obra. Para mim, divulgar o livro é tão bom quanto escrevê-lo. Infelizmente, no Brasil não há como se viver apenas de literatura. Se fosse possível, eu me dedicaria integralmente à promoção dos livros e assim eles teriam mais chance de serem conhecidos nacionalmente. E, a cada dia, o escritor vai se aperfeiçoando. A prática vai ensinando coisas. Eu espero que cada livro que eu publicar seja melhor que o anterior.

13-MP do Brasil: cite os escritores que admira. Se possível relacione à obra.

TG: Minha grande influência literária é, sem dúvida, Rubem Fonseca. Quando li os contos reunidos dele, disse para mim mesmo: esse cara escreveu tudo o que eu gostaria de escrever e nunca escrevi. Ele escreveu primeiro! Fora ele, gosto de literatura fantástica e policial. Adoro os contos de mistério de Edgar Allan Poe e Conan Doyle.

“Encaro a palavra brega com dois significados: adjetivo e substantivo. Algumas pessoas acham “Você não me ensinou a te esquecer” brega na voz de Fernando Mendes e chique na voz de Caetano Veloso. A música, porém, é a mesma.”

14-MP do Brasil: e dos cantores? De quem mais gosta?

TG: Os populares Odair José, Fernando Mendes, Reginaldo Rossi e Waldick Soriano são os melhores. Quanto às mulheres, Alcione e Roberta Miranda. Dos considerados “chiques”, prefiro a obra de Caetano Veloso, Zé Ramalho e Jorge Ben.

MP do Brasil: o que há de novo e interessante na música?

TG: Há uma banda de rock brega lá em Natal que tenho certeza fará sucesso nacional. Eles são demais. Aposto neles desde o primeiro momento que os ouvi. Estou falando da Belina Mamão. Inclusive, no final do mês eles já estão se mudando para São Paulo. Pode anotar, em breve você os verá no Jô Soares ou no Faustão, ou no Raul Gil...

15-MP do Brasil: este blog foi criado para armazenar informações sobre a vida e a obra de artistas populares, vítimas de preconceitos determinantes, artistas que receberam de críticos precipitados, alcunhas pejorativas como brega, cafona, ruim e regional. Sem querer reafirmar o preconceito, brega é a palavra certa para pôr no mesmo nível, cantores como Odair José, Adelino Nascimento e Genival Santos?

TG: Eu encaro a palavra brega com dois significados: adjetivo e substantivo. O adjetivo brega é pejorativo e denota preconceito de classe. Este preconceito explica porque algumas pessoas acham “Você não me ensinou a te esquecer” brega na voz de Fernando Mendes e chique na voz de Caetano Veloso. A música, porém, é a mesma. O substantivo brega refere-se a um estilo musical, ou filosofia de vida, que prima por conteúdos simples, sinceros, objetivos, despretensiosos e extremamente românticos e passionais. Neste sentido, considero bregas os três cantores citados por você. Mas quando digo isso, estou elogiando. Agora, é claro que cada um tem suas especificidades, seu estilo pessoal, que devem ser levados em consideração. Com certeza, eles têm pontos em comum, mas muitas diferenças. E é justo que elas sejam reconhecidas.

“Quando apenas um leitor diz que gostou do livro, o autor sente que já valeu tê-lo escrito.”

16-MP do Brasil: quantas pessoas já leram seus livros?

TG: A primeira edição dos Contos Bregas teve 600 exemplares e já está se esgotando. Porém, fiz muitos leitores a partir do blog e do e-mail. E há exemplares que são lidos por mais de uma pessoa. “Lobas, Deusas e Ninfetas” teve 500 exemplares impressos. Ambos os livros possuem um ritmo de venda constante e em breve se esgotarão. Quando apenas um leitor diz que gostou do livro, o autor sente que já valeu tê-lo escrito.

17-MP do Brasil: além do Bartô Galeno, que leu o conto na minha frente e adorou, algum outro cantor que você musicou já leu o livro? Fale sobre isso.

TG: Com certeza Falcão e Kátia, que prefaciaram os livros. Já entreguei pessoalmente os Contos Bregas para Odair José, Waldick Soriano e Genival Santos, em shows dele. Também já mandei para a assessoria de Amado Batista, Wando, Márcio Greyck, e para um membro do fã clube de Rosana, que prometeu entregar o “Lobas” para ela. Não posso dizer, contudo, se estes artistas leram o livro. Espero que sim.

18-MP do Brasil: Qual diferença há, entre Natal e Fortaleza? É difícil optar entre dois paraísos?

TG: Boa pergunta. Eu poderia dizer que Fortaleza é uma Natal grande, ou Natal, uma Fortaleza pequena. Mas não é tão simples assim. Em Fortaleza, nós respiramos o ar da irreverência, do humor escrachado. Natal não é assim. Natal tem um ar de filme noir, que eu gosto muito. Fortaleza é salgada. Natal é doce. Fortaleza é amarela. Natal, azul. Fortaleza é hiperativa. Natal é paciência.

Fortaleza é uma excelente cidade, que me acolheu com bastante carinho. Mas Natal... Natal é minha cidade natal... Entende?

“O pior da rede é o anonimato irresponsável, o plágio, os crimes virtuais, a bisbilhotice etc.”

19-MP do Brasil: falando da Internet. Na sua visão, destrinche o pior e o melhor da rede.

TG: O melhor é a ausência de intermediários entre autor e leitor. Na Internet, cada autor é seu próprio editor. Não há filtros externos, que tolhem a liberdade. A formação de leitores e a interação com eles são formidáveis. O pior da rede é o anonimato irresponsável, o plágio, os crimes virtuais, a bisbilhotice etc.

20-MP do Brasil: quais sites e blogs você consulta e recomenda?

TG: Primeiro vamos aos literários:

- Blog do Patrício – excelente e sensível escritor.

- Um anjo pornográfico – Márcio Benjamin sabe escrever contos de terror como ninguém

- Jovens Escribas – site do selo literário do qual faz parte meu livro Contos Bregas.

Também há aqueles em que predominam opiniões e idéias:

- Pablo Capistrano – Escritor adepto de uma literatura filosófica.

- Marlos Apyus – dono de opiniões sinceras e polêmicas

- Silenzio, no hay banda – Textos e crônicas leves e introspectivas.

E os que tratam de música popular:

- Música popular do Brasil – Trata os artistas populares com a seriedade que eles merecem.

- Bregorama – O brega impregnado no dia-a-dia

- A Fina Flor do Brega – toda a irreverência da cultura brega

21-MP do Brasil: seu atual livro, “Lobas, Deusas e Ninfetas”, já lhe proporcionou:

TG: Por meio deste livro, dei muitas entrevistas em jornais, rádio e televisão. A imprensa divulgou bastante a obra, mais até do que os Contos Bregas.

22-MP do Brasil: e os Jovens Escribas, o que é?

TG: Os Jovens Escribas são um misto de grupo literário, selo literário, editora, marca literária, e cooperativa informal de escritores. O grupo decidiu construir seu próprio caminho, criar uma editora para publicar seus próprios livros, já que as grandes editoras não costumam dar chance a autores iniciantes.

23-MP do Brasil: não se assuste com a pergunta, ela é pueril. Você já deu muitas bundacanascas e cambapés? Se não souber, pergunte para um cearense de origem interiorana.

TG: Consultei meus amigos cearenses e eles me disseram que são palavras que designam uma espécie de cambalhotas no ar (no primeiro caso) e na água (no segundo). Lembro-me de uma ponte no açude de Cruzeta, interior do Rio Grande do Norte e terra dos meus avós, de onde as pessoas pulavam n’água. Mas não sei se tive coragem de pular, pois a altura era considerável.

24-MP do Brasil: encerre a entrevista do jeito que achar melhor.

De perto, ninguém é chique!

1976, UM ANO MUSICAL PARA O BRASIL





Ney Matogrosso, Eliana Pittman, Zé Rodrix e Hermes Aquino, são alguns dos artistas que fizeram a festa do ano.

O que é necessário acontecer para que um ano possa ser chamado de o ano inesquecível? Perdas, nascimentos, descobertas, tragédias, conquistas, ou tudo ao mesmo tempo. De 1976, podemos afirmar que foi um ano histórico para a música popular do Brasil, com diversidade de estilos, e intérpretes novos despontando no cenário. O dia 22 de agosto ficou marcado pela morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, mas um dia antes, as revistas de celebridades deram destaque ao nascimento de Clarice, que entrou de vez na vida de Odair José e Diana. Ano de vitória para Clara Nunes, que recebeu o troféu Imprensa como melhor cantora, foi ainda, o ano da frase “Eu gosto de levar vantagem em tudo, certo? E você?” frase dita pelo canhotinho Gerson (Brasil TRI), anunciando os cigarros Villa Rica na TV. Com a frase nasceu a famosa Lei de Gerson. Em 1976, no dia 9 de setembro, Mao Tse-Tung morreu em Pequin. Mas no Brasil, o clima era outro, todo mundo assoviava Hermes Aquino na rua, enquanto Zé Rodrix berrava nos alto-falantes do Brasil: soy latino americano!


Em agosto o Instituto Paulista de Pesquisas de Mercado aponta os campeões do disco. São eles:

Rio de Janeiro – os LP’s mais vendidos foram:

1° - Anjo Mau Int. (trilha sonora – Som Livre)

2° - 20 super Hits / Vários – (Philips)

3° - Vai Ficar na Saudade – Benito di Paula (Copacabana)

4° - Hotíssimo vol. 2 / Vários – (Top Tape

5° - Dynamite / Vários (K-Tel)

Compacto Simples de artistas brasileiros:

1° - She’s My Girl – Morris Albert (Beverly)

2° - Mistura de Carimbó Vol. 2 – Eliana Pittman (RCA)

3° - Pavão Mysteriozo – Ednardo (RCA)

4° - 10 Mil Anos Atrás – Raul Seixas (Philips)

5° - Moça Bonita – Ângela Maria (Copacabana)

São Paulo - LP’s de artistas nacionais mais vendidos em São Paulo

1° - O Melhor da Jovem Guarda / Vários (Som Livre)

2° - Falso Brilhante – Elis Regina (Philips)

3° - Moro Onde Não Mora Ninguém – Agepê (Continental)

4° - Meia Hora de Amor – Carlos Alberto (Som Livre)

5° - Alucinação – Belchior (Philips)

Compacto Simples de cantores nacionais

1° - Não Se Vá – Jane e Herondy (RCA)

2° - She’s My Girl – Morris Albert (Beverly)

3° - Pavão Mysteriozo – Ednardo (RCA)

4° - 10 Mil Anos Atrás – Raul Seixas (Philips)

FERNANDO MENDES GRAVA DVD HONRANDO SUAS RAÍZES






EM CONSELHEIRO PENA, CIDADE NATAL DE FERNANDO MENDES, O CANTOR PREPARA DVD QUE PROMETE ABALAR OS CORAÇÕES DOS FÃS SAUDOSISTAS.
Confira as fotos da gravação do DVD, que em breve será lançado no mercado. Para os mais exigentes, aqueles que não esquecem o Fernando dos anos 70, o cantor recorreu ao uso de uma peruca para matar um pouco da saudade. Criativo o Fernando.

OVELHA (Te Amo... Que Mais Posso Dizer)


ELE NASCEU PARA CANTAR
Ademir Rodrigues de Araújo nasceu em Recife, estreou em discos com a música “Eu vou Fazer sua Cabeça”, já foi guitarrista e crooner de conjuntos de rock, tão logo despontou na telinha, virou plantonista dela. Se você não reconhece os dados, talvez se lembre do homem que tem nome de animal, por sinal, um dócil animal. Homem com nome de Ovelha, só existe um e pertence ao artista pernambucano Ovelha. Enfrentou dificuldades na carreira até gravar pela gravadora Copacabana, em 1980, a música “Te Amo... Que Mais Posso Dizer”, uma versão feita para a música More Than I Can Say por J. De Oliveira. A música estourou em São Paulo e não demorou muito, o Brasil inteiro passou a cantar a música de Ovelha. Em 1982, as rádios do Brasil, atendendo a pedidos, tocaram milhares de vezes as duas músicas mais populares do ano, que foi Melô do Piripipi, de Gretchen, e a música de Ovelha. Os cabelos que mantém até hoje em desalinho, foi motivo para Chacrinha o apelidar de Ovelha. Depois de alcançar o almejado sucesso, Ovelha ganhou popularidade e um lugar na lista dos cantores populares, apesar de ter um único grande sucesso, que foi Te Amo... Que Mais Posso Dizer. O cantor sobrevive de música, morando em São Paulo. Ao longo da carreira vendeu mais de 4 milhões, dos 18 discos gravados. No auge do sucesso, Ovelha viu seu trabalho ser reconhecido também no exterior. Conquistou vários troféus e discos de ouro. Quando aparece em programas de tevê, Ovelha desenvolve uma comunicação acesa com a platéia. Era assim no Cassino do Chacrinha, no Bolinha e continua assim, como quando foi entrevistado por Jô Soares na TV Globo, dando um show de palco e interpretação. Talvez a maior qualidade de Ovelha seja a falta de timidez quando fica diante das câmeras e a pior, seja a falta contínua de um bom repertório para sua bela e possante voz.

Recentemente, Ovelha lançou um DVD.

01 outubro 2007

ENTREVISTA COM CLÁUDIA TELLES



EXCLUSIVO PARA O BLOG MUSICA POPULAR DO BRASIL

"Vi artistas começando, pois fiz vocal em seus primeiros discos como Fafá de Belém, Belchior, José Augusto, Fernando Mendes, entre outros."

Sua herança musical está ligada diretamente com a história rica e curta, de uma das maiores cantoras que o Brasil já teve, SylvinhaTelles. Mas nem por isso, Claudia Telles foi bater nas portas das gravadoras, se apresentando como tal. Antes de se tornar uma cantora famosa, ela enriquecia com sua voz metálica, os trabalhos musicais de vários astros da música, participando dos vocais. Claudia Telles entrou nos corações brasileiros em 1976, quando gravou pela gravadora CBS, o compacto com a música Fim de Tarde (Mauro Motta e Robson Jorge), sucesso absoluto de execução nas rádios do país inteiro. De lá pra cá, emplacou vários sucessos nas paradas, ganhou prêmios, e reconhecimento na carreira. Músicas como Eu Preciso Te Esquecer (Mauro Motta e Robson Jorge), Miragem (Mariozinho Rocha – Renato Correia – P. Sérgio Valle) e Eu Voltei (Mauro Motta e Ernesto Escudero), estão cristalizadas na memória do povo. Apesar de entrar no rol da fama, cantando músicas rotuladas de "simples", Claudia está longe de ser considerada uma cantora simples, pois sua obra é extremamente cuidadosa, merecendo elogios e atenção de compositores como Tom Jobim e outros medalhões da música popular brasileira. Para que o leitor do blog conheça um pouco mais da carreira e da vida da artista, convidei-a para esta entrevista e deixo agora, que a própria ClaudiaTelles fale por si.

MP do Brasil: Primeiro, dizer que é um prazer ter a sua participação no blog, nunca é demais. Segundo, quero pedir que não economize nas respostas, assim, o leitor ficará sabendo muito mais sobre você. Para começo de conversa, fale sobre como foi sua infância, Você se recorda da primeira música que lhe chamou a atenção na vida? tinha quantos anos?
CLAUDIA TELLES: Eu não me recordo, mas minha mãe dizia que eu cantava Cachito mio, o tempo todo, quando era bem pequena.

MP do Brasil:
o fato de ter ficado órfã ainda menina, lhe impediu de
poder acompanhar de perto, a trajetória da magnífica Sylvinha Telles. Quando foi que brotou a consciência do que significava o nome e a importância de sua mãe no panorama musical brasileiro?

CT: Na verdade eu tive muitas oportunidades de acompanhar a mamãe em shows e programas de TV, e por isso sabia que ela era uma artista muito conhecida, mas só quando me tornei cantora, é que pude perceber o imenso carinho e respeito de todos para com ela.

MP do Brasil:
a partir do momento que começou a cantar, até o dia em
que foi contratada pela CBS, o quê fazia musicalmente?

CT: Fazia vocal no disco de outros artistas como Roberto Carlos, Jorge Benjor, Gilberto Gil, Dominguinhos, vi artistas começando, pois fiz vocal em seus primeiros discos como Fafá de Belém, Belchior, José Augusto, Fernando Mendes, entre outros.

MP do Brasil:
vamos voltar ao dia em que você ficou sabendo que
gravaria seu primeiro disco, como foi? Quem estava com você, o repertório, o futuro como cantora e tudo mais que uma carreira exige. Esmiúça, parte por parte, a sua emoção naquele dia.

CT: Na verdade eu já havia sido contratada pela Polygram e havia ficado um ano lá, esperando para gravar. Na época, o diretor artístico era o Jairo Pires, e quando ele saiu da Polygram, me levou junto com seus cast para a CBS. Lá, os produtores Mauro Motta e Walter D'Ávila Filho, me chamaram para gravar Fim de Tarde, a música ainda não tinha letra, me mostraram apenas a canção e eu me apaixonei com a melodia na hora. Quando a música ficou pronta no estúdio, pedi para chamarem para o vocal o pessoal com quem eu trabalhava, Golden Boys e Trio Esperança. Foi emocionante vê-los colocando vocal num disco meu, eu que já havia feito vocal no disco deles tantas vezes.

MP do Brasil:
passando pela divulgação, variedades de programas, tanto
no rádio como na televisão. Em qual programa você se apresentou pela primeira vez? Conte-nos em detalhes.
CT: Mesmo sem ainda ter gravado, volta e meia eu era chamada para fazer programas de tv, já havia feito um Fantástico, programas como Mauro Montalvão e Aérton Perlingeiro, no Rio, mas o primeiro programa em que apresentei Fim de tarde, foi no Almoço com as estrelas do Airton e da Lolita Rodrigues, em São Paulo. Foi bem engraçado, pois o Airton esquecia tudo e a Lolita ia soprando as coisas para ele, e ele me apresentou assim: Agora vamos chamar uma cantora nova, filha de uma queridíssima cantora a...a...a... e a Lolita assoprou-Sylvinha Telles, que vai lançar seu primeiro compacto com a música Fim de tarde a cantora...e Lolita de novo, Claudia Telles.

MP do Brasil: em 1976, ano em que Fim de Tarde estourou nacionalmente, você declarou à revista Amiga, que sua preferência era por cantores negros americanos como Diana Ross, Dionne Worwick e Stevie Wonder. Dos nacionais,
você citou Jorge Ben (Benjor). De lá pra cá, sua preferência mudou ou continua apreciando os mesmos?
CT: Minhas preferências continuam as mesmas, mas com o tempo a gente vai aprendendo a gostar de mais coisas!

MP do Brasil: ainda no ano de 1976, apesar da ditadura militar em que o país vivia, o romantismo tomava conta do povo. Além da sua música, Hermes Aquino estava estourado com a música Nuvem Passageira. Seu repertório romântico, era uma coisa sua ou imposição da gravadora? Você é romântica Claudia Telles?
CT: O repertório romântico é uma coisa minha, até hoje é, sou uma pessoa romântica e sonhadora, embora tenha os pés bastante no chão, mas minha visão é que a vida já é dura demais, para quê ficar rebatendo isso toda hora nas canções? Claro que a gente não pode deixar de falar sobre as necessidades de justiça social, política, ter um posicionamento perante isso, mas música pra mim é um oásis.

MP do Brasil: a telenovela, ao longo de sua implantação no país, é certamente, quem mais dita costumes no Brasil. Ela também lança cantores, divulgando suas músicas. Locomotivas (1977) e O Amor é Nosso (1981), novelas da Rede Globo, são novelas nas quais você tem músicas inseridas no LP de trilha sonora. Até que ponto isto ajudou a
impulsionar sua carreira?
CT:
Quando Eu preciso te esquecer entrou na novela, eu já era conhecida nacionalmente com Fim de tarde, e eles vieram buscar a música dentro do estúdio quando souberam que eu estava gravando um lp, eu já havia ganho vários prêmios como revelação, mas a novela é uma forma de divulgação instantânea, ainda mais se o personagem que a canção acompanha se torna querido do público, e a novela tem ibope. Automaticamente a música começa a tocar nas rádios, os programas de tv começam a chamar e assim acaba virando sucesso, é uma alavanca e tanto.

MP do Brasil: na década de 70, quem vendia discos no Brasil, além de você, era a Diana, a Perla, o Odair José, o Marcio Greyck e outros. Todos com grande aceitação por parte da maioria do público nacional. Todos com repertórios românticos. Atualmente, alguns gravam por selos pequenos e há muito, não usufruem espaços na mídia como "antigamente". Na sua opinião, o que mudou? O que aconteceu no mercado, além da obvia e necessária renovação?
CT: Existiram vários fatores para isso, novos diretores querendo elitizar as gravadoras, isso aconteceu na CBS, Marcio Greyk já estava na lista de ser mandado embora quando estourou Aparências, no meu caso, eu ainda tinha 3 anos de contrato com a CBS e mais 3 lps, e o diretor artístico, que era novo lá, na época virou-se pra mim e disse que não sabia o que fazer comigo, pedi a rescisão e saí, era garota ainda, não entendia muito bem das coisas, mas preferi sair do que ficar num lugar onde já não me sentia bem quista. Fora isso, implantaram uma forma de divulgação paga, o tal jabá, que se tornou um monstro tão grande, que as próprias gravadoras acabaram sucumbindo a ele junto com a pirataria.

MP do Brasil: percebe-se uma mudança no seu repertório, que até 1988, seguia com pequenas variações, semelhante ao primeiro LP. Houve uma mudança de repertório ou maturidade mesmo?
CT:Eu sempre gravei Bossa Nova, só não gravei no lp de 1988 porque eu queria mostrar meu lado de compositora. Com a dificuldade de divulgação a gente acaba gravando coisas que a gente tem certeza que se divulgam sozinhas, como os cds que faço em tributo, escolho compositores que curto, canções que gosto de cantar e acabo matando 3 coelhos com uma cajadada só, as músicas se divulgam. Homenageio nossos grandes compositores e não deixo as canções no esquecimento.

MP do Brasil: em 1995, você lançou o cd Claudia Telles interpreta Nelson Cavaquinho & Cartola, por sinal, um disco maravilhoso e oportuno. Desde então, seu trabalho assume uma identidade mais voltada para as raízes musicais do Brasil, como o samba e outras bossas. Aquela Claudia da música Fim de Tarde, cresceu, morreu ou também entra nessa fase "madura"? O que houve de evolução na sua carreira dos anos 80 pra cá?
CT: Na verdade eu sempre me considerei uma intérprete, mas como havia um direcionamento para o romantismo somente, nunca me permitiram mesclar mais o meu repertório, mas em shows, sempre misturava canções, sambas e bossas. A Claudia de Fim de tarde continua aqui, amadurecida musicalmente com certeza. Esse disco do Cartola e Nelson Cavaquinho, pra mim foi uma benção, pois o pessoal da mídia tinha um certo entrave comigo e achavam que eu ainda era aquela menininha de Fim de tarde e não me levavam muito a sério não, mas com o cd do Cartola e Nelson, o que mais ouvia era: Nossa, como ela canta bem!
Eu não parei no tempo, mas as pessoas haviam me parado no seu tempo, ainda cantando Fim de tarde.

MP do Brasil: o cd "Por Causa de Você – Dedicada a Sylvinha Telles", lançado em 1997, pode-se dizer dele, que é um marco na sua carreira?
CT:Não, esse cd não foi um marco na minha carreira, acredito que o do Cartola sim, ele foi um divisor de águas, esse cd era um desejo muito antigo, desde que comecei a cantar sozinha e que me prometi fazer essa homenagem a minha mãe. Por coincidência, consegui fazê-lo ao completar 21 anos de carreira, então digamos que foi minha maior idade musical.

MP do Brasil: quando você gravou "Demais" (T. Jobim e Aloísio Oliveira) no seu LP de 1979, já havia um interesse seu pela obra do compositor Antonio Carlos Jobim?
CT: Claro, cresci ouvindo isso, e eram essas canções, que me chamavam pra cantar nos programas de tv, antes de eu ter minha própria canção. Em 1977, eu já havia regravado Dindi, no lp que veio com o sucesso Eu preciso te esquecer, nesse mesmo lp regravei And I lover her, dos Beatles.

MP do Brasil: fale sobre os cd's "Chega de Saudade – Um Tributo a Vinicius de Moraes" (2000) e "Tributo a Tom Jobim" (2005). Como surgiu a idéia? Como foi a aceitação do público?
CT: No cd do Vinícius, eu fui chamada pelo Vinícius Piano Bar, para fazer uma temporada em homenagem ao Vinícius, porque cairia na semana de aniversário de morte dele, montei um repertório especificamente para o show, e o show deu tão certo que acabou virando cd, e o cd do Tom, acabei fazendo pelo mesmo motivo, 10 anos sem nosso mestre Tom, e graças a Deus as pessoas gostam muito.

MP do Brasil: entre os discos dedicados a Vinicius e Jobim, você gravou em 2002, o cd "A Arte de... Claudia Telles" e "Sambas & Bossas, também de 2002. Seu público mudou?
CT: O público não muda, ele amadurece também, e outros passam a te conhecer, e assim como eu, passa a gostar de coisas novas ou diferentes, ou que quando crianças não ligavam muito, mas aquelas canções ficam marcadas em nossa alma, e quando a maturidade vem, elas tem gostinho de infância, é bem isso.

MP do Brasil: já aconteceu no meio de um show, cantando bossa nova, alguém pedir Fim de Tarde?
CT: Em todos os shows, seja em qualquer repertório sempre pedem Fim de tarde.

MP do Brasil: Claudia Telles é um nome muito lembrado por quem tem entre 35 e 40 anos. Resultado do seu carisma e talento, apreciado pelos leitores de revistas e telespectadores dos programas de TV apresentados por Sílvio Santos, Aérton Perlingeiro, Chacrinha e os demais. A falta de espaços para os cantores na televisão, interfere na direção da carreira de um cantor? Quanto mais popular, melhor ou não?
CT:Claro que interfere, porque fica difícil demais quando a gente fica muito tempo sem aparecer na tv. Não digo que quanto mais popular melhor, mas que a falta de espaço faz a gente ter um trabalho triplicado para gravar e divulgar nosso trabalho.

MP do Brasil:como está sua carreira hoje?
CT: Minha carreira caminha, vamos fazendo o que podemos fazer, porque hoje, as gravadoras não querem mais bancar os cds, a gente tem que entregar tudo pronto para eles e, mesmo assim, as vezes eles não querem lançar o cd.

MP do Brasil: a Claudia Telles em família. Tem filhos? Quantos? Vem mais artistas por aí?
CT: Claro que tenho família, não nasce de chocadeira, né? rsrsrs Tenho 3 filhos, o mais velho é artista plástico, o do meio professor de educação física, e o pequeno, ama cantar e já fez algumas séries na globo, mas não sei se quero que ele seja artista não.

MP do Brasil: qual a importância da Internet na carreira do artista? Você é internauta? Indique alguns endereços que você freqüenta na rede.
CT: Hoje e internet é quase tudo na vida do artista em termos de divulgação e proximidade com o seu público, ficou tudo mais fácil e mais perto. Tenho orkut, tenho blog, temos hospedagem e criação de blogs e sites que é a Festim.net, passeio muito na net, pesquiso muito também, não só para os filhos, mas para meu trabalho musical.

MP do Brasil: recado para os fãs que não esquecem da música Fim de Tarde.
CT: Que continuem a lembrar de mim, com esse carinho que tanto me faz bem!

MP do Brasil: há algo que não foi perguntado, citado ou lembrado, que você gostaria de acrescentar? O espaço é seu.
CT: Já estmos elaborando um novo cd e assim que conseguirmos concretizar eu aviso por aí...rs

MP do Brasil: muito obrigado pela sua atenção, pelo carinho e pelo seu talento.
CT:Eu que agradeço a lembrança, o espaço e o carinho. O talento a gente agradece a Deus!

Beijo grande


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