24 dezembro 2008

FELIZ NATAL AO LEITORES E AMIGOS DO BLOG


PAULO SÉRGIO DE PAPAI NOEL TEM A CARA DO BRASIL - Parece que foi ontem quando resolvi fazer o primeiro post e publicar na rêde, mas foi em outubro de 2006, desde esse dia tenho tido o prazer da companhia constante dos aficcionados por música popular. Aproveito para agradecer o apoio, as idéias, as críticas e principalmente aos amigos. Não é fácil manter um blog e muito mais difícil ainda, é manter quatro e fazer contato quase que diariamente com os leitores diversificados. Contudo, a diferença tem sido a melhor coisa para mim, pois se de um lado tem o leitor sedento por informações, do outro lado se manifesta o leitor colaborador, mandando suas dicas e sua opinião sobre o blog.


Aqui no blog, os artistas mais procurados no ano de 2008 foram: Diana, Ronaldo Adriano, Carlos Alexandre, Miss Lene, Bianca, Evaldo Braga e Waldick Soriano. O nome da cantora Diana foi quem trouxe o primeiro leitor para este blog, e até hoje continua sendo o nome mais pesquisado pelos visitantes. Tive a oportunidade de compartilhar com a artista, que ficou muito feliz por receber o carinho e interesse do público, mesmo diante de tantas dificuldades que o mercado enfrenta. Carlos Alexandre, que já não está aqui na terra, também é muito procurado no blog. Entre os leitores interessados na história do cantor potiguar estão os seus filhos, a quem eu agradeço desde já. São interesses distintos que trazem os leitores até aqui, mas tenho certeza que o objetivo é o mesmo, ou seja, a música popular do Brasil.


Quero agradecer aos blogueiros que tiveram a ousadia de indicar aos seus leitores o meu simples bloguinho. Blogueiros e jornalistas como: Alexandre Inagaki, Mari Valadares, Djair (Túnel do Tempo), Tibério, Thiago de Goes, Wilde Portela, o jornal Extra (pelo convite que deixou-me muito feliz), Gilberto Ivo (site do Paulo Sérgio), Adelina (site oficial do Paulo Sérgio), Senhor F. (site), Gafieiras (site), Mallu Magalhães (my space), e ao pessoal das comunidades do Orkut, que indicou o blog pra muita gente boa. A todos meu agradecimento. Obrigado leitores fiéis, vamos continuar na luta pela música popular e pela memória de quem fez e faz música. Pessoas não citadas, pelo bem da música, peço perdão, mas é em plena correria de natal que faço tudo ao mesmo tempo já. Conto com a compreensão, afinal de contas são muitos incentivadores.


Feliz Natal! Paz e prosperidades na presença do dono da festa: Jesus Cristo.

20 dezembro 2008

O CRONISTA MUSICAL ESTÁ DE VOLTA MONTADO NO SEU CD TRIBUTO


O blog não poderia trocar de ano sem falar de Odair José, ícone da música popular do Brasil que já viu seu nome brilhar nos mais diversos letreiros espalhado pelo país. A foto acima é da revista Contigo, ano 73, na ocasião Odair José foi capa da revista com esta chamada "Nasce um ídolo", se você ampliar a foto vai ler que ele foi o único artista a vender tanto ou mais que Roberto Carlos. Odair José é aquela figura tímida, que não gosta muito de aparecer, mas que tem sempre algo para apresentar. Na trajetória do cantor as notícias ganham manchetes musicais, sem medo de errar, afirmo que Odair José é de fato o maior cronista de cotidiano que o país tem, há outros, mas Odair é o maior. Inseriu sem constrangimento a sogra, a prostituta, a vida sexual dos pais, o casamento, o divórcio, o parto, a felicidade, a mulher adúltera e por aí vai.

O CD TRIBUTO ESTÁ DE VOLTA E DESSA VEZ VOCÊ VAI COMPRAR, PROVE QUE VOCÊ REALMENTE GOSTA DA OBRA DE ODAIR JOSÉ


A OPINIAO DE ODAIR JOSÉ SOBRE O CD TRIBUTO

Quando estive com Odair José em 2006, em Brasília, na ocasiao para uma bela e agradável entrevista, o tributo era a notícia do mês, só se falava sobre o cd da Allegro Discos, Odair era a pauta da hora. Todo mundo estava falando bem e, o que pensava o homenageado? O que isso acrescentaria para a sua carreira tao extensa e já glorificada por sucessos e vendagens fenomenais? Era fato que o cantor estava muito esquecido pela mídia, tendo em vista que já foi assunto semanal nas principais revistas que cobriam o mundo das celebridades dos anos 70 e 80. Discretamente perguntei sem muita ênfase na pergunta: Gostou do cd Tributo a Odair José? "É um disco muito bem feito. De início, eu achei a idéia meio inocente, fazer um tributo a Odair José com bandas de rock independentes. Depois que eu ouvi, fiquei extremamente surpreso, não sei como conseguiram fazer do meu repertório, que nem é tanto, ficar tanto. É muito bem feito. Só é encontrado nas lojas chiques. É coisa para público A (risos). Eles descobriram músicas que cantei, e que algumas só cantei em estúdio, são apenas quatro músicas famosas, outras eles descobriram na pesquisa deles. Eu falei para o Sandro que teve a idéia de fazer o tributo, que tributo é pra quem já morreu. Dias depois eu sofri um acidente na piscina de casa e quase morri, fiquei dois meses em como, quando sai, disse que era o pessoal do tributo que já tinham previsto a minha morte". Foi assim, com a maior cara de felicidade, mas sem perder a sua marca de homem tímido, que ele falou sobre vida e morte num único assunto que move sua vida, a música.

ALLEGRO DISCOS FORTALECE A CULTURA COMO UMA PILASTRA LISTRADA (quero dizer que ela chama atençao)

Do outro lado da vida agitada do cantor goiano, uma luz ascende rumo ao topo da memória midiática para luzir o brilho de uma estrela que estava um pouco apagada, depois do polimento e de muita pesquisa, surge do fundo da história, da gaveta emperrada e posso dizer também, da mente de um jovem produtor, desses que refletem as mudanças do mercado fonográfico atual, a idéia de resgatar um gênio popular, um cronista musical que musicou tanto o fracasso como o idílio amoroso dos brasileiros. Sandro Belo é uma das colunas que sustentam o novo painel da música brasileira atual, representa a Allegro Discos que produziu e lançou no mercado o cd tributo a Odair José. Esta semana, em conversa por e-mail, com Sandro, perguntei sobre o cd e o relançamento. "Lembrando que em 2007 o mesmo CD tributo a Odair José recebeu o prêmio de melhor disco / projeto especial da APCA / SP e recentemente, figurou no livro organizado pelo Charles Gavin "300 discos importante da música brasileira". Comemora Sandro, praticamente contando mais uma vez com o sucesso que o cd fará na praça.

Como a Allegro Discos recebeu o prêmio da APCA, referente ao disco Tributo a Odair José?
Na verdade eu esperava que o trabalho fosse reconhecido, mas não tão depressa. Imaginava que teria críticas favoráveis mas não me passava pela cabeça receber este prêmio da APCA, o qual muito me orgulha. Sem contar grandes matérias em jornais, revistas, blogs, sites etc.

Você pode dizer quantas cópias foram vendida do disco no ano do lançamento?
O disco vendeu a primeira tiragem (3.000 cópias) em 2006 e mais 2000 cópias em 2007.

Qual a importância da obra do Odair José e o que ela representa para os novos músicos?
Creio que esta barreira que se criou entre a música "cafona" e a MPB é baseada muito em preconceito, mas não quero dizer que toda música rotulada de "cafona" tenha qualidade, mas sim dentro deste gênero existem sim muita produção excelente. Odair derrubou muitas barreiras e uma que podemos destacar é que ele foi o precursor duas décadas antes dos chamados discos acústicos, basta se ouvir com certa atenção o disco maldito "O Filho de Maria e José" de 1977.

ODAIR JOSÉ CADA VEZ MAIS CULT

Mas nao é só isso, Sandro apresenta mais uma novidade e esta nem o próprio Odair está sabendo, a música "Eu, você e a praça" foi inserida na trilha sonora do filme "Carmo", que descreve a louca história de amor entre uma jovem interiorana (Mariana), que sonha com emoções fortes. O roteiro, inspirado em um caso real, reproduzido em um jornal paulista, acrescenta detalhes inesperados, como o fato de o anti-herói andar em cadeira de rodas. Na longa jornada comum, o casal de errantes topa com outros tipos estranhos, como dois bandidos extravagantes, interpretados por Seu Jorge e Márcio Garcia, e um músico de bar de beira de estrada, vivido por Zeca Baleiro (O compositor também escreveu canções para a trilha sonora). Carmo fez sua estréia mundial no Festival de Varsóvia, em outubro. A participaçao no Sundance pode ser vista como a plataforma ideal para o início de carreira do filme nas Américas. Sandro Belo diz "O Odair ainda não sabe, mas é mais um reconhecimento ao imenso talento do mesmo". O diretor Murilo Pasta hesita na hora de apontar uma nacionalidade dominante em Carmo, co-produção entre o Brasil, a Espanha e Polônia, que representará os três países no Sundance Film Festival, o maior festival independente do mundo, de 5 a 15 de janeiro. Rodado entre Corumbá, em Mato Grosso, e São Paulo, com um elenco que combina atores espanhóis e brasileiros, como Mariana Loureiro (Abril despedaçado), Márcio Garcia e Seu Jorge, o longa-metragem será exibido na mostra competitiva World Cinema.

MAIS NOVIDADES

Odair José também vai estrear em breve no cinema, o diretor Armando Mendes está empenhado na finalizaçao do documentário que o diretor chama de conversa de compadres. "Meu doc com ele é praticamente o Odair por ele mesmo. Ele não quis mostrar a família e respeitei. Esse filme será o oposto do Evaldo Braga: enquanto nesse último só tínhamos fotos para usar e ele já havia morrido, então são pessoas falando dele, no caso do Odair vai ser ele falando dele, de música e de coisas variadas. Gravei uma ida dele à Colatina, para um show, onde enfoquei mais os bastidores do que o show em si, gravei com ele em estúdio voz e violão, um formato do tipo do Ensaio - do Faro - e gravei na casa dele - quase uma conversa de compadres". Armando, assim como Sandro Belo, também faz parte da nova cara da arte no Brasil, podemos tomar como partida, o DOC sobre o Evaldo Braga (disponível aqui no blog, lá embaixo) que sem dúvida alguma revela as intençoes e a produtividade de Armando. Agora é só aguardar o filme e depois correr pro cinema.

NAO DEIXE DE OLHAR ODAIR JOSÉ EM ENTREVISTA COM LORENA CALÁBRIA

Uma das melhore entrevista feitas com Odair

Primeira parte http://www.mundorecordnews.com.br/play/5a6bcc4f-3d6d-4eb2-af03-ba82381d4ead

Segunda parte http://www.mundorecordnews.com.br/play/364001b3-678b-4573-a04e-f196e7246e14

Terceira e última parte http://www.mundorecordnews.com.br/play/004c05e4-d1d9-40e3-99eb-fadcad7d1cad

p.s. me desculpem pela fata de alguns acentos no texto, problemas com o teclado.

14 dezembro 2008

VELHAS NOVIDADES COM LEONARDO SULLIVAN, ISOLDA, JÚLIA GRACIELA E CARLOS ANDRÉ

Depois da derrocada das grandes gravadoras ficou muito difícil nossa relação com o CD, alguns custam muito caros, outros ninguém encontra nas lojas e tem aqueles que aparecem do nada, sem que a gente fique pelo menos sabendo do lançamento. Mas sempre vai existir um CD - velho ou novo - esperando por você numa loja distante ou do lado da sua casa. Sai de casa para comprar uma agulha para meu toca-discos e eis que encontro numa única loja do centro do Rio, quatro pérolas que fazia tempo não encontrava. Leonardo Sullivan era um dos artistas que estava faltando nas lojas, ainda continua faltando, mas por sorte eu o encontrei dando sopa por uma dezena de real. Correnteza de Emoção é um CD gostos de ouvir, pois quem não gosta da voz inconfundível do Leonardo é porque nunca viajou pelo Nordeste, ou porque não gosta de músicas românticas. São 17 músicas para aplacar a vontade e suprir a carência da voz rouca do pernambucano. Velhos sucessos estão de volta com uma roupagem não muito diferente das outras versões, mas muito originalmente bem interpretadas pelo cantor, músicas como Aparências (Cury / Ed Wilson), Outra Vez (Isolda), que já foi imortalizada por Roberto Carlos mas tem sua melhor interpretação na voz da cantora baiana Simone, Memórias, do próprio Leonardo, e que Fafá de Belém já fez todo mundo cantar. O cantor encerra o CD com um desfile surpreendente, que inclui a maravilhosa Tortura de Amor, do grande Waldick Soriano. A direçao artística é de Assis Cavalcanti (falarei mais sobre ele a seguir) e a produção do próprio cantor. Recomendo o CD pelo simples fato de Leonardo ser amado do público, e tê-lo na estante é sempre um prazer, ouvindo então... http://www.leonardosullivan.com.br/

Outro achado foi o CD da Júlia Graciela, cantora argentina que fez muito sucesso no Brasil no começo dos anos 80 com a sensual Anúncio de Jornal. Júlia brilha hoje no México, onde mora com sua família. O pai, Gabino Correa já esteve aqui no blog é só procurar. O CD tem no título Triste Saudade, o tom que o ouvinte vai encontrar. A direçao artística é do grande Jairo Pires, a produção do pai da cantora. O CD de 2006, foi distribuído pela Videolar e traz 12 músicas que revelam o tom e a suavidade da voz de Júlia. A cantora Júlia Graciela é muito procurada pelos leitores aqui do blog, que não esquecem das participações da artista no programa do Chacrinha, e por falar no velho guerreiro, foi ele quem lançou Júlia. Fiz uma entrevista com a cantora por e-mail, mas não posso compartilhar com o leitor, pelo menos agora, pois faz parte do livro inédito que estou concluindo para breve. Saiba mais em http://www.juliagraciela.com.mx/ vai lá e mata a saudade.

Quem não se lembra de Isolda? Eu sei que muita gente nem sabe quem é, mas não os leitores deste blog, que amam músicas românticas e já ouviram e muito a canção Outra Vez, que começa assim Você foi... e termina dizendo ...Outra vez. Uma das mais belas canções já escrita em português, Isolda rasgou o Brasil de ponta a ponta e também consolou muitos corações feridos pela paixão. Quem nunca ouviu Outra Vez? Palmas para Isolda e para o CD que encontrei, sinceramente me surpreendeu do começo ao fim, não tinha contato com sua obra fazia muito tempo, mas sempre senti sua falta, assim como a falta de seu irmão Milton Carlos, que sabia fazer letras perfeitas para quem gosta do gênero apaixonado pela vida e suas nuances. Tudo Exatamente Assim é o título do CD de Isolda, com 12 faixas que farão o ouvinte entender o universo de uma poeta da música brasileira. A cantora produziu e investiu no seu próprio disco. Isolda tem site http://www.isolda.mus.br/ vai lá mas volta em seguida para concluir a leitura.

Por último, uma decepção. Estava querendo ouvir Carlos André, cantor, produtor, compositor e amigo do pessoal do disco. Certamente se você tem discos de vinil em casa, tem o nome do cantor em algum, tanto como Carlos André ou como produtor Oséas Lopes, ele faz parte da história da música popular do Brasil. A decepção é em relação a esta coletânea 20 Super Sucessos, que além de ter um repertório péssimo, tem regravações ridículas que ofendem ao próprio artista. A seleçao fica por conta de Assis Cavalcanti, que não conheço, mas seu trabalho fica perdido no arrependimento de quem compra um disco esperando que é uma coisa e é outra totalmente absurda. Não recomendo nenhum título dessa coletânea, o que fizeram com a obra do Carlos André é um insulto, chega a ofender. Decepção ainda maior, tive quando comprei a primeira dessa coletânea com Paulo Diniz. Escolheram os piores momentos de artistas que amamos, registrando o que há de mais ordinário na carreira dos artistas retratados. Os artistas são inocentes querem sempre dar ao público o que eles têm de melhor. Pro lixo, já.

Comente. O pior comentário vai receber em casa o CD do Carlos André por minha conta. Vale somente até 15 de janeiro de 2009.

09 dezembro 2008

PERLA, NOSSA DIVA PARAGUAIA

1980

1980

1979

1978

1977

1976

Atendendo ao leitor paraguaio, que depois da descoberta do blog não quer saber de mais nada, publico aqui as capas dos LP's da cantora Perla que fazem parte da minha coleção particular. Javier mora em Assunção, no Paraguai e só veio ter contato com a obra da cantora conterrânea quando esteve no Brasil em 1987, para prestar vestibular para odontologia, como não passou, retornou ao seu país. Javier lamenta não encontrar com facilidades em seu país, os discos da Perla. Há três meses ele pede, mas somente agora encontrei tempo para digitalizar as capas.

Perla faz parte do no nosso imaginário musical, assim como Roberto Carlos para as canções românticas (apenas as dos anos 70). Todo mundo que curte os hit's dos anos 70 já ouviu a paraguaia cantando suas músicas maravilhosas com voz ídem.

Não vou relacionar o repertório, mas o leitor pode clicar na foto e ampliar para poder ler melhor. Só para esclarecimento próprio, você já parou para ouvir Perla? Qual música cantada por ela faz parte da sua memória? Comente

08 dezembro 2008

WANDERLEY CARDOSO LEVA PÚBLICO AO DELÍRIO EM TERESINA



A notícia vem diretamente do Piaui, enviada pelo leitor especial, que eu tive o prazer de conhecer pessoalmente quando estive este ano em Teresina. Titá, conhecido e bem informado amante da boa música, presenciou a recente apresentação de Wanderley Cardoso na capital da Cajuína e compartilha com os demais leitores do blog. Assim chegou a notícia:


"Quero noticiar que o Wanderley Cardoso esteve recentemente em Teresina, no dia 18 de novembro último se apresetando no Teatro Quatro de Setembro, com casa cheia. Sempre muito apludido pelo público entusiasmado. Fiquei impressionado com a performance do cantor. E que voz! Até parece que está melhor. Cantou muitos sucessos, fazendo o público delirar. O nosso país é muito engraçado; em qualquer lugar do mundo um cantor do porte de Wanderley não ficaria tanto tempo na geladeira, não só pelo seu talento, mas também pelo que representa diante do cenário histórico de nossa música popular. Depois de muito padecimento e ostracismo, fiquei muito feliz com a sua volta."
É isso mesmo, Titá tem razão, tratando-se de Wanderley, não importa seu repertório, mas sua história brilhante e intensa na música popular do Brasil. Valeu Titá e sempre que puder, colabore com o blog que está aberto para sua colaboração, é só pedir a senha.

01 dezembro 2008

ODAIR JOSÉ CHEGA AOS 60 ANOS COM TRAJETÓRIA RECONHECIDA, FAZENDO NOVOS FÃS E NOVAS MÚSICAS.




Não é fácil completar 60 anos de idade (agosto de 2008) no Brasil e principalmente 40 anos de carreira e o que é mais difícil ainda, fazer sucesso sempre. Odair José já faz parte da história da música popular do Brasil desde que saiu de Goiânia para conquistar seu lugar no seleto clube dos maiores vendedores de discos do Brasil, para isso ele enfrentou os porteiros e os seguranças das gravadoras, em especial a CBS, única gravadora que ele pediu para entrar, pois depois dela _enquanto durou o reinado das gravadoras no Brasil_ seu passe sempre foi valorizado e todas queriam tê-lo em seus casts. Quando teve oportunidade de fazer seu primeiro registro fonográfico em 1969, interpretando Minhas Coisas, composição de Rossini Pinto, sua vida mudou da noite para o dia, a porta se abriu para ele entrar e ditar o sucesso popular no Brasil. Foi no LP As 14 Mais, coletânea das mais desejadas por qualquer artista, que ele pôde fazer uma demonstração do que seria capaz de fazer. Com apoio de Rossini Pinto, mais a força produtiva de Raul Seixas, sua obra criou asa e em pouco tempo já voava por todo o território nacional.
Quem só conhece o Odair José das baladas consagradas como o hino da pílula, da ode às prostitutas com Vou Tirar Você Desse Lugar, de outro hino igualmente popular como a canção que desvenda o que é felicidade, sabe muito pouco do artista. Não basta baixar os discos em MP3 disponíveis na rede, é preciso comprar seus discos de vinil e conhecer seus produtores, músicos e arranjadores, só assim pode-se chegar perto do que realmente representa Odair no cenário artístico nacional. Falar de Odair nos dias de hoje, sem pesquisar nos registros sobre o quanto ele ainda é representativo no mercado fonográfico, é escrever sem compromisso algum de informação. Tem que falar que ele era o mais temido concorrente de Roberto Carlos (e não Paulo Sérgio), que todas as gravadoras ficavam de olho no que ele estava para lançar em discos, que até uma topada no dedo, era explorada pela mídia de um modo geral. Quando Odair José resolveu celebrar uma missa no centro do Rio de Janeiro para agradecer pelo sucesso em 1973, o centro comercial do Rio parou literalmente. A igreja que fica no SAARA, nunca havia recebido um fiel tão famoso e capaz de fazer os comerciantes baixarem as portas somente para ver o ídolo de perto. Todas as revistas e jornais noticiavam a rotina do artista e no episódio da missa, todo mundo ficou sabendo através das emissoras de rádio e TV que faziam cobertura ao vivo do local, sem falar que as principais revistas cobriram o acontecimento. Tudo bem que fama não representa muito para um artista, mas olhar para o passado e ler nos arquivos sobre seus feitos poderosos, isso certamente floreia qualquer trajetória vivida.

ETERNIZADO PELA REVISTA ROLLING STONE


A revista Rolling Stone realizou uma magnífica pesquisa para chegar aos 100 maiores artistas da música popular brasileira, seria injusto e vergonhoso se depois de uma história singular Odair José não fosse ao menos citado. Pois muito bem, ali está o homem que emplacou dezenas de sucessos e que é dono de um patrimônio invejável na música popular, o seu próprio nome. Odair José é uma referência para quem quer falar do Brasil contemporâneo sem omitir quem realmente está fazendo a história. Na pesquisa da revista o cantor ocupa a 74 posição, atrás de Marcelo Camelo e Marcelo D2 e na frente de Zeca Pagodinho e Francisco Alves. O centésimo é o DJ Marlboro.


Odair José não precisou mudar de estilo e nem deixar de fazer o que sempre gostou de fazer, somente para agradar críticos ou gravadoras. Quando aceitou cantar com Caetano Veloso em 1973, no evento Phono 73, foi por insistência de Caetano e não porque desejou cantar com o músico baiano, quando resolveu modificar seu repertório e fazer um disco à sua maneira em 1977, todos comentaram sua guinada musical. Ele escreveu uma ópera para com ela rodar o Brasil mostrando o drama de um filho em O Filho de José e Maria. Com arranjos de base próprios, Odair ainda assumiu o violão e guitarra, contando ainda com Hyldon, Durval Ferreira, Dom Charley, Robson Jorge e superprodução. A direção de estúdio ficou por conta de Guilherme Araújo, empresário que lançou Gal, Caetano e muitos outros artistas. Claro que foi um fracasso comercial, pois até então Odair era quem melhor falava sobre o cotidiano, deixando Chico Buarque perdido com suas estórias ipanemenses, de repente partir para ópera?. O povo não entendeu, os críticos muito menos e o próprio Odair amargou um prejuízo cavalar. Trinta e um anos depois, o disco é hoje um dos mais procurados por colecionadores que chegam a pagar até 100,00 pela raridade. O disco é muito bem produzido e mostra um artista correndo para ganhar vôos mais altos, uma demonstração de que se pode mexer em time que está ganhando sim.


Novidades estão vindo por ai, além do documentário que está sendo feito sobre Odair José, o cantor prepara novo CD para breve. Não deixe de comprar os discos (LP) de Odair José, se você gosta de música boa e tocar na história bem de perto, adquira os discos originais enquanto se pode achá-los, pois está cada vez mais escasso encontrar um Odair José dando sopa por aí.





Quero sua colaboração. Você pode deixar um recado dizendo qual a música do Odair José que você mais gosta? Você já ouviu o LP O Filho de José e Maria?

28 novembro 2008

UM POUCO DE TROPICALISMO PARA ESPANTAR O MARASMO



Ele representa o povo na história popular, uma lenda que precisa ser lembrada sempre.
Ele estreou na TV em 1957, no programa “Rancho Alegre”, no elenco os astros do riso Mazzaropi, que protagonizava o programa, Geni Prado e João Restiff. O programa “Rancho Alegre” havia estreado dois anos após a inauguração da TV Tupi, no dia 20 de setembro de 1950, no humorístico ele interpretava um xerife, numa paródia aos filmes americanos da época, seu carisma e talento foram percebidos pela direção da casa, que imediatamente criou um programa para ele no mesmo ano. Nascia então a “Discoteca do Chacrinha”, um programa irreverente e que logo de início conquistou os telespectadores, isso numa fase em que um aparelho de TV era artigo de luxo e somente as pessoas de famílias abastadas podiam comprar. Seu compromisso com a comunicação podia ser visto quando ainda era um jovem rapaz, morador de Surubim em Pernambuco, de família pobre, trabalhou de mascate, professor e até detetive, quando resolveu ir para o Rio de Janeiro em busca da realização dos sonhos, sem dinheiro no bolso, entrou no navio e se apresentou como pianista, uma farsa que só foi descoberta em alto mar, o que lhe permitiu chegar ao Rio sem maiores problemas. Na década de 40 começou a imprimir sua irreverência, quando foi apresentar um programa na Rádio Clube de Niterói, sua anarquia era notada no barulho que fazia com tampas de panelas, apito e gritarias no horário da madrugada, do outro lado o ouvinte aceso pela zorra, imaginava que uma equipe de locutores agitava o estúdio da Rádio, porém ali, no estúdio da chácara, que ele chamava de chacrinha, estava acompanhado apenas do operador de áudio. O apelido Chacrinha que virou codinome, vem daí.

UMA LUTA TREMENDA

"Sabem? Eu acho graça quando alguém fica, por aí, invejando a chamada “vida de artista”. O negócio é pra leão, meu irmão. Pra leão... Não é aquela “sopa” que se imagina. Nunca! A gente mal acorda e já está cuidando do que vai entrar no programa seguinte. A gente tem que movimentar equipe, mandar gente não sei aonde, inventar “bossas”, fundir a cuca, sem hora para comer, dormir ou repousar. O cara, na TV, vive à maneira de um motor, em velocidade máxima, sem “paradas” sem mais nada... Mas, o que se há de fazer? Quem está na chuva é para se molhar. E nadando no meio do oceano, o cara não tem tempo para pensar em pausa para meditação ou relaxar..."
Falando sobre a correria da vida artística na sua coluna. Publicada na Amiga. 1971

“O público é muito difícil de ser compreendido. As coisas foram acontecendo de um jeito ou de outro sem que eu percebesse. Eu procuro fazer as coisas que eu sinto que o povo gosta. Mas não deixo de usar alguma pesquisa.”
Revista Sétimo Céu. 1972


24 novembro 2008

JERRY ADRIANI, SUCESSO ALÉM DA JOVEM GUARDA





O nome de Jerry Adriani está firmado na história da música popular do Brasil há 44 anos, mas para muitos dos seus admiradores Jerry ainda é o mesmo do início da carreira. Os saudosistas do extinto programa Jovem Guarda, dão a Jerry o mesmo carinho e respeito dedicados ao líder Roberto Carlos
Jair Alves de Souza nasceu em 29 do janeiro de 1947, no bairro do Brás, em São Paulo. Tornou-se artisticamente conhecido pelo nome de Jerry Adriani quando iniciou como cantor profissional em 1964, com o LP Italianíssimo. No mesmo ano gravou o LP Credi a me, os dois cantados em italiano.


O estouro veio quando Um grande amor, seu primeiro LP gravado em português, ganhou destaques nas rádios do Brasil inteiro. Na mesma época, apresentou o programa "Excelsior a Go Go" pela TV Excelsior de São Paulo em parceria com o comunicador Luiz Aguiar, faziam parte do cast da Exelsior nomes como Os Vips, Os Incríveis, Prini Lorez, Cidinha Campos e outros. O sucesso de Jerry entre as moças influenciou para que a TV Tupi o convidasse para comandar, entre 1967 e 68, o programa A Grande Parada, o jovem cantor apresentava o programa acompanhado por Neyde Aparecida (perucas Lady, tá?), Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marilia Pera. Tratava-se de um musical ao vivo que apresentava os grandes nomes da MPB, com o sucesso do programa veio a consagração definitiva como um dos cantores de maior popularidade.

O CANTOR FOI GALÃ NO CINEMA


No cinema fez três filmes como ator/cantor "Essa Gatinha a Minha" com Peri Ribeiro e Anik Malvil, "Jerry, A Grande Parada", e "Jerry em busca do tesouro" com Neyde Aparecida (perucas Lady, tá?) e os Pequenos Cantores da Guanabara. Jerry foi o responsável pela vinda de Raul Seixas para o Rio de Janeiro, de quem se tornou grande amigo ainda em Salvador. "Raulzito e os Panteras", como eram conhecidos, formavam a banda de apoio que tocou com Jerry durante 3 anos."Tudo que é bom dura pouco", "Tarde demais" e "Doce doce amor" foram algumas das músicas de Raul Seixas gravadas pelo artista. Raul Seixas foi produtor de Jerry Adriani, entre 1969 e 1971, período em que o roqueiro produziu e compôs sucessos para os artistas Diana, e José Roberto, ambos da mesma gravadora.
Na primeira metade da década de 70, Jerry Adriani, já um artista consagrado, expandiu seu talento musical para vários países. O cantor gravou discos e fez shows que tiveram grande sucesso em países como Venezuela, Peru, Estados Unidos, México, Canadá e outros.No inicio da década de 90, Jerry Adriani gravou seu 24° disco, que trazia de volta as origens do rock, Elvis Vive (um tributo ao rei do rock do qual sempre foi fã.
Em 1994 retoma sua carreira de ator quando aceita o convite do diretor Cecil Thire para participar da novela "74.5 Uma onda no ar", produzida pela TV Plus e exibida pela Rede Bandeirantes. A novela também foi exibida com grande sucesso em Portugal.
No final de 1995, Jerry fez sucesso com o lançamento da coleção Os maiores sucessos dos 30 anos da Jovem Guarda, pela gravadora Polygram, como convidado especial, onde foram lançados 5 Cds comemorativos ao movimento e relembrando grandes sucessos.Em 1996, lançou o CD "Io", com grande clássicos da música italiana, produção de Roberto Menescal, o disco teve uma grande aceitação no mercado.
Em 1997 participou das trilhas sonoras das novelas A Indomada (Engenho) e Zazá (Con te partiró), ambas da Rede Globo, letra de Aldir Blanc e música de Ricardo Feghalli, em Zazá internacional contou com a aprticipaçao da cantora Mafalda Minozzi.Lançou em 1999 o CD Forza Sempre, pela Indie Records, com músicas da Legião Urbana gravadas em italiano, disco que Jerry considera um marco na sua carreira, ultrapassando as 200.000 cópias em numero de vendagem. O disco foi produzido Carlos Trilha, o mesmo produtor de Renato Russo no Equilíbrio Distante, participaram também do trabalho, outros músicos que acompanhavam os shows da Legião Urbana, Fred Nascimento e Jean Fabra, autor de sete versões das músicas para o italiano. As outras três ficaram a cargo do cantor e compositor italiano Gabriele de L'utre. Do mesmo disco, a música Santa Luccia Luntana, interpretada por Jerry foi inserida na trilha sonora da novela Terra Nostra, sendo uma das mais executadas nas rádios brasileira. No ano de 2000/2001 Jerry Adriani gravou "Tudo Me Lembra Você", mesmo titulo da música de trabalho que também fez parte da trilha sonora de outra novela, dessa vez Roda da Vida, exibida pela Rede Record. Até hoje vem fazendo muitos shows pelo país

07 novembro 2008

CANTORES DE SUCESSOS QUE A POEIRA DO TEMPO ESTÁ APAGANDO

A NOSSA BOA E VELHA MÚSICA POPULAR

O título pode parecer ofensivo, mas a idéia não tem nada de ofensa, pelo contrário, é com intuito de reafirmar a trajetória desses ídolos da canção popular, que relaciono no mesmo texto, as trajetórias distintas, mas que guardam em comum, o megasucesso que já fizeram na história recente da música popular do Brasil. Hoje todo mundo conhece Zeca Pagodinho, Belo, Seu Jorge, Lenine, cantores que estão sempre na mídia divulgando seus trabalhos, mas amanha, será que alguém vai lembrar-se de Seu Jorge? Como se não bastasse o descaso dos historiadores e pesquisadores, o pouco espaço na mídia (abro aqui uma exceção para bradar sobre o sucesso que tem sido meu novo blog no site do jornal Extra http://extra.globo.com/blogs/musicapopular/ , e que o amigo blogueiro não pode deixar de ler e recomendar) os arremessa para mais distantes ainda do público. Cantores que já venderam milhões de discos, hoje vivem praticamente esquecidos por falta de interesse da grande mídia em informar ao público sobre o paradeiro de cada. Apesar dos shows que fazem pelo país inteiro, do carinho dos fãs, esses artistas, nem de longe, ocupam os espaços que por direito são seus.
Você se lembra do grande astro Roberto Muller, intérprete dos boleros da gravadora CBS? Se ainda lembra, tudo bem, pois saiba que muitos não conhecem e poucos sabem do prestígio que o cantor dispunha no mercado fonográfico brasileiro. Para alguns, Muller é apenas um cantor “brega” que se entregou de vez ao mau gosto.


ROBERTO MULLER


Para quem conhece Roberto Muller apenas como cantor de dor-de-cotovelo, se surpreenderá com o prestígio que o jovem cantante detinha por parte das gravadoras. Estrela da CBS nos anos 60, conhecido e admirado no meio artístico como o “Pingo de Ouro”, Roberto foi um dos maiores expoentes do bolero no Brasil. Othon Russo (nome importante do mundo fonográfico, autor de vários sucessos) escreveu na contracapa do LP “Perdoada”, de 1966, o que exemplifica bem o início da trajetória do cantor: “(...) Roberto Muller, rapaz sentimental, dono de uma estrela como poucos, soube ainda desta vez escolher, e bem, o repertório do seu disco. Somos rigorosos em nossos julgamentos _e por isso mesmo ouvimos com bastante atenção faixa por faixa deste disco. É todo bom para os apreciadores do “bolero”. Para aqueles que gostam e precisam espraiar suas mágoas amorosas através da música. Recomendamos a você, discófilo amigo, este “PERDOADA”.

WANDERLEY CARDOSO


Se você acha que sucesso é aquilo que o NX Zero faz com a meninada, você não sabe mesmo o que é fazer sucesso. Imagina um Brasil sem internet, telefone celular e pobreza total de satélites, há 40 anos. Imaginou? Pois bem, a fama do Wanderley Cardoso passou por cima de todas essas dificuldades e fez dele o mais famoso dentre os artistas da sua geração. Ator de cinema, teatro e televisão, o cantor Wanderley Cardoso, ao lado de Roberto Carlos, tem um dos nomes mais fortes do cenário musical dos anos 70. Sua trajetória é longa, se perde no meio da história da música popular brasileira. Nos tempos da Jovem Guarda, ficou conhecido como ‘o bom rapaz’, devido ao estrondoso sucesso que fez com a música “O Bom Rapaz”, de Geraldo Nunes, gravada em 1967. O disco já vendeu mais de cinco milhões de cópias e deu ao cantor, projeção de astro nacional e internacional. “O Bom Rapaz” foi gravada em italiano e espanhol.
Nasceu no bairro do Belenzinho, em São Paulo, no dia 10 de março de 1945. Ainda menino conseguiu seu primeiro sucesso em disco, com a gravação da música A Canção do Jornaleiro. Até ao presente momento gravou mais de 900 músicas e em toda a carreira já vendeu mais de 17 milhões de cópias dos seus 85 discos gravados. Contudo, hoje só é lembrado pela mídia (menor em qualidade) para contar seu dramático testemunho e cantar o sucesso O Bom Rapaz. Quer saber mais sobre o significado de fama? Pergunte ao Wanderley Cardoso, mas antes, não se esqueça de pesquisar um pouco sobre a longa história do cantor. Nada, é o que todas as gravadoras fizeram pelo astro. Uma caixa, contendo os melhores discos da carreira, seria no mínimo um carinho com Wanderley.

JOSÉ ROBERTO



Assim como Wanderley, em proporção infinitamente menor, José Roberto foi um galã cantor, que emplacou vários sucessos nas paradas. Hoje, pergunto: você ouviu o último sucesso do José Roberto? Nem eu. Sabe sobre seu último show? Nem eu.
José Roberto iniciou a carreira em 1967, ano em que saiu de Salvador, sua terra natal. Ano também, em que a jovem guarda ditava o sucesso musical no país. Com gravações pouco expressivas dessa época, somente no início da década de 70, é que o cantor ganha popularidade nacional com hit de 71, “Resolvi Não Te Deixar”, de Sérgio Reis (Vou confessar lhe quero bem / O meu amor ainda é seu / Se eu partir / Se eu não ficar / Então sou eu que vou chorar / Então sou eu que vou chorar...). Bem ao estilo jovem guarda, a gravação pode confundir alguns pela semelhança com a voz e o estilo de Jerry Adriani. Ainda em 71, José Roberto emplacou outro sucesso, uma composição do “rei” do iê-iê-iê, que agradaria ao público e reforçaria a sua popularidade, “Tenho Um Amor Melhor Que o Seu”, de Roberto Carlos, provava o efeito (estilo) e a força, que a jovem guarda manteria nos primeiros anos da década de 70. A letra da música mantinha o romantismo e os acordes característicos que havia marcado a última metade da década de 60. Todo amor que eu lhe dei / Você nem ligou / Todo bem que eu lhe fiz / Você se esqueceu / Você não vai ter alguém melhor do que eu / Mas eu já tenho um amor melhor que o seu...
José Roberto mora no Rio de Janeiro e continua cantando. Na sua carreira, gravou 27 discos e fez shows por todo o Brasil e em países da América Latina. Pergunte a Sony Music pelos discos do José Roberto, do tempo da CBS.
LINDOMAR CASTILHO



Em 1970, aos 31 anos de idade, Lindomar Castilho iniciou na gravadora RCA, uma das trajetórias mais brilhante jamais obtida dentre os cantores da música popular do seu tempo. Produzido por Osmar Navarro, o primeiro disco gravado na RCA Victor já entrou no mercado decidido a ser um dos mais vendidos do ano. A música Pureza, composição de Osmar Navarro, puxou as demais faixas do disco. No mesmo disco Lindomar incluiu a música Aleluia, de autoria própria e que marca sua estréia como compositor. Lindomar ao longo da década de 70, com o parceiro compositor Ronaldo Adriano, chegou ao topo das paradas com grandes sucessos de execução e vendagem, mas foi com o LP “Lindomar Castilho – Eu Vou Rifar Meu Coração”, de 1973, que Lindomar deu o maior salto da carreira, deixando de ser mais um cantor brasileiro para se tornar também, um dos grandes representantes da música brasileira no mercado internacional. Eu Vou Rifar Meu Coração (Lindomar Castilho e Letinho) é sem dúvidas, o maior hit do cantor naquele ano. No LP constam composições próprias, de Waldick Soriano (Vestida de Branco, tema do filme Paixão de Um Homem), Tony Damito (Felicidade Não Se Compra Com Dinheiro, em parceria com José W. Costa), Marcos Pitter (Coração Vagabundo), Pepe Ávila (O Lixo), Clayton (Eu Amo Sua Mãe, onde ele canta para a filha e não para a esposa) e outros.
A gravadora RCA proporcionou uma gravação do disco em espanhol com Lindomar Castilho, a partir da gravação, Lindomar faz sucesso em mais de 50 países, chegando a ponto de Eu Vou Rifar Meu Coração, receber somente no México, mais de 50 gravações entre 1973 e 74. Na semana em que foi lançado no México o compacto simples Voy a Rifar Mi Corazón, Lindomar vendeu 78 mil cópias, quantia invejável e difícil de ser superada até por grandes vultos da canção dos países latino-americanos. No Brasil não foi diferente, a música tocou além da conta e o disco consta dentre os mais vendidos no Brasil, principalmente no norte e nordeste, onde está concentrada a maior parte dos fãs de Lindomar. Em 1974, o LP Eu Canto O Que O Povo Quer, também ganhou versão em espanhol e mais uma vez foi sucesso absoluto de vendagem e execução, tanto no Brasil quanto no mercado latino dos Estados Unidos. O hit em destaque foi Você É Doida Demais*, em parceria com Ronaldo Adriano, que assina seis, das doze músicas inseridas no disco. Você É Doida Demais tão logo foi tocada nas rádios, agradou ao gosto popular e estourou nacionalmente nas paradas do rádio. Dada a popularidade de Lindomar no mercado latino, conquistada pelo sucesso do disco anterior, o LP Eres Loca de Verdad foi lançado nos Estados Unidos em meio à grande alvoroço nas esferas comerciais. Segundo a RCA, foi necessária uma importação de álbuns do México, para reposição imediata, em função do alto número de pedidos conseguidos em todo o território americano, muitas vezes maior que os LP’s que havia em estoque.

Como se não bastasse ser lembrado apenas pela terrível tragédia (eu me recuso a comentar sobre isso, pois ele já pagou o que devia a justiça), suas músicas caíram em desuso, dado ao esquecimento por parte do pessoal do rádio. Mas se o leitor pegar um ônibus para andar pelo interior do Brasil vai saber quem é Lindomar Castilho e o que ele faz de melhor. Pergunte ao seu pai, quem é Lindomar Castilho.

Leia uma crítica feita por Ronaldo Bôscoli sobre o LP O Incomparável Lindomar Castilho Vol. 2
Gravadora: RCA – 1979
“Estamos aí diante de outro grande fenômeno no universo da música brasileira. Este rapaz risinho _e não é pra menos_ é um dos maiores vendedores de discos do Brasil. Dá-se ao luxo de esgotar um “Incomparável n°1” e parte para o segundo, com as mesmas perspectivas de êxito. “Estou Perdendo a Cabeça Por Você”, “Ladrão de Amor”, “Mal-Amada” e coisas que tais. Para quem curte esse gênero de dor-de-cotovelo tipo brabeza, ele é um intérprete acima do razoável. Seu comportamento é coerente, e naturalmente o trabalho de cada disco que realiza é calcado em pesquisas anteriores. José Paulo Soares, Portinho e Pepe D’Ávila são os arranjadores deste LP".
Ronaldo Bôscoli

* Temos que reconhecer que a TV Globo deu uma grande força a Lindomar Castilho, quando inseriu na trilha sonora do programa Os Normais a música Você é Doida Demais.


NILTON CESAR



Em 1969 as rádios tocavam incessantemente a canção “Férias na Índia”, a música foi sucesso total, vendeu mais de 500 mil cópias e rendeu discos de ouro e outros prêmios. Seu intérprete, o mineiro Nilton César, que passou a ser da noite para o dia um dos maiores cantores do Brasil. Era comum para Nilton, fazer aparições semanais na tevê, cantando suas músicas ou participando como celebridade. A boa imagem de galã arrebatava os corações das fãs que se mantiveram em torno do artista durante a década de 70. O cantor consagrado pelo sucesso da música Férias na Índia passou pela década de 70 desfilando com músicas que o Brasil cantava junto. Em 1973, a música “Amor... Amor... Amor...” do LP (RCA) com o mesmo nome, fez muitos casais de namorados se casarem, para juntinhos ouvirem o LP do cantor com as músicas Felicidade, Topo Tudo, Te Quero Neste Entardecer, Esta É Primeira Vez, Quem Ama Sabe, Hoje Mais Que Ontem, Muito Eu Chorei e outras músicas.
Nilton César gravou seis LP’s em espanhol e atualmente faz muitos shows no exterior, se apresentando para brasileiros que moram em outros países. Quando a poeira da fama abaixou, Nilton construiu sua família e montou um negócio. É bem sucedido como empresário e mesmo viajando muito, divide com os dois filhos, a administração dos negócios.

Indignado, eu pergunto novamente ao leitor: por que que eu tenho que comprar as horríveis coletâneas, se Nilton Cesar gravou dezenas de lps? Nilton Cesar merece respeito como artista, afinal o Brasil foi sustentado pela música popular que esses artistas cantavam e vendiam muito. Falta um representante político competente, que não repita o que Gilberto Gil cometeu (não fez nada de relevante pela classe, até porque ele não precisa, pois é um dos maiores beneficiados com direitos autorais) que barre o descaso comum com a obra intelectual no Brasil. As gravadoras deveriam ser obrigadas a relançar com atenção, as obras dos artistas que mais venderam discos no Brasil, e Nilton César é um deles.

GILLIARD


Para não dizer que eu citei apenas artistas dos anos 60 e 70, vou incluir um nome conhecido nacionalmente, que ainda faz sucesso entre o povo que teve contato com sua obra no final de 79 e começo de 1980, seu nome é Gilliard e sua obra fala por si, mas como a obra não tem espaço para falar, eu falo por ela aqui no blog. Gilliard teve músicas incluídas em discos de trilhas sonoras de novelas da TV Globo (Plumas & Paetês, Água Viva, Pão Pão Beijo Beijo, Final Feliz, Partido Alto, Champagne e Cambalacho), acrescentando mais popularidade à carreira, e favorecendo apresentações em programas da emissora. Contudo, o carisma foi seu maior aliado na carreira, pois além de ser querido no Brasil, é amado em outros países como Argentina, Paraguai, Colômbia, Portugal e Milão. Tudo por conta da música Aquela Nuvem, que fez grande sucesso nos países citados. Devido ao sucesso que fez nos anos oitenta, Gilliard viu seu nome sendo homenageado pelos fãs que registraram seus filhos com o nome do ídolo nos cartórios brasileiros. Mas não é desse tipo de reconhecimento que um artista precisa, ele precisa de apoio e no mínimo, espaço para divulgar sua obra.

Gilliard tem um trabalho competente, esquecido na poeira dos anos 80, perdido entre as obras que merecem desprezo, produzidas no mesmo período. Quero comprar uma caixa de CDs do Gilliard, mas não ha no mercado, tal produto. Dai, todo mundo sabe o que eu vou fazer, sacou?

01 novembro 2008

A FILHA ROQUEIRA DE DIANA E ODAIR JOSÉ



A ESTRÉIA OFICIAL DE CLARICE IÓRIO

Ao leitores do blog, um convite especial para ouvir pela primeira vez a voz da cantora Clarice Iório que traz no DNA, simplesmente o talento artístico dos pais famosos Odair José e Diana. A cantora tem personalidade e prepara seu repertório a partir das influências do rock, pop rock e do rock melódico. Ouça Clarice cantando Bring Me To Life, sucesso do Evanescense no novo espaço dedicado à Música Popular do Brasil, o blog da MPC no link http://extra.globo.com/blogs/musicapopular/
Se o leitor ainda não está sabendo sobre o lançamento do novo BLOG assinado por mim, leia o post abaixo e corra para conhecer. Como sempre, vocês leitores são a razão de tudo.


Aproveite para deixar recados.

31 outubro 2008

JOSUÉ RIBEIRO, UM AMANTE DA MPC




Texto escrito pela repórter do jornal Extra Clarissa Monteagudo

Você sabe que a filha de Odair José e Diana é uma roqueira? Quer conhecer um pouco mais sobre os bastidores dos shows de Amado Batista? Sabe que o pai da supermodelo Fernanda Tavares é um cantor famoso em Natal? Pois, a partir de agora, o blog Música Popular do Brasil, escrito pelo pesquisador Josué Ribeiro, vai preencher um espaço muito especial no coração dos leitores do EXTRA ONLINE. http://extra.globo.com/blogs/musicapopular/

Ele vai escrever sobre o gênero musical mais amado pela população, mas muitas vezes esquecido pela crítica especializada, a Música que o Povo Canta (MPC). Lançado pelo EXTRA em setembro, o especial MPC resgatou histórias dos mais populares cantores do Brasil. E, ao ouvido dos fãs do estilo, ficou uma vontade de curtir mais... Josué foi um dos maiores entusiastas do especial. Em seus comentários, o pesquisador citou seu blog musicapopulardobrasil.blogspot.com. A equipe do EXTRA ONLINE conferiu o conteúdo e não perdeu tempo. Convidou Josué para fazer parte do time do site. Ele aceitou e nasceu o blog Música Popular do Brasil, o blog da MPC.

Cearense do sertão de Canindé, Josué começou a se interessar pela MPC em 1990, ao chegar ao Rio de Janeiro. Com uma bem-sucedida carreira nos meios teatrais do seu estado, ele veio atrás do sonho dourado do sucesso nos palcos, mas acabou atraído pela música. Fã do rock nacional, sentiu falta no Sudeste das canções de Odair José, Diana, Waldick Soriano, que nunca tinham saído das caixas de som das cidades nordestinas. Ele não entendia por que, nos meios ditos culturais do Rio, esses artistas tinham sido banidos. "Considero a obra de Odair José tão interessante e útil para o Brasil quanto de Caetano. Tanto que o próprio Caetano o chamou para dividir o palco em 1973 para cantarem "Eu vou tirar você desse lugar". Cafona, para mim, é o preço do pão francês. Esse rótulo, assim como o brega, é um adjetivo criado para designar obras de mau gosto. É desrespeito. Não concordo com isso", conta Josué, dono de uma invejável coleção de 2 mil discos, entre eles o primeiro compacto de Diana e o raro "O elegante", de Waldick Soriano. Josué está feliz com a nova empreitada. "Eu já fazia esse trabalho por respeito aos artistas. É um resgate. De um simples comentário no especial da MPC, surgiu a oportunidade. O que me deixa muito feliz é saber que o EXTRA abriu espaço para falar desse tipo de música. Foram anos em que a luz ficou apagada, ninguém sabia nada. As pessoas ouviam Odair, Waldick, mas os jornalistas ditos de grife não escreviam sobre eles", explica Josué, que não gosta do rótulo de justiceiro da música popular. "Eles não precisam de defensores, a obra fala por si. Não sou justiceiro, eu só escavo lá no fundo", define o moço, que a partir de hoje expõe sua coleção de pedras preciosas - e raras - no site do EXTRA.

20 outubro 2008

CARLOS IMPERIAL GANHA BIOGRAFIA


O GORDO QUE PINTOU, BORDOU E PRINCIPALMENTE MOLDOU A MÚSICA POPULAR DO BRASIL

Sinceramente, fica até chato escrever sobre Carlos Imperial e o que ele fez , pois o cara fez tanto na música popular que não sei nem por onde começar, por isso recomendo ao leitor comprar urgentemente a biografia "10! Nota 10! Eu Sou Carlos Imperial", escrita por Denilson Monteiro, historiador que pesquisou a vida e a obra do homem que dentre o mundaréu de artistas que ajudou a revelar, está ninguém menos que Roberto Carlos.

"SEM LIBERDADE PARA ESPINAFRAR, NENHUM ELOGIO É VÁLIDO"

Ele tem fatos marcados na vida de muita gente ligada ao mundo da música, e da arte em geral. Clara Nunes, Tim Maia, Fábio (que agora assina Fábio Stela), Erasmo Carlos, Ronnie Von, Wilson Simonal e por aí vai. Foi tudo e mais um pouco, escritor, jornalista, ator, apresentador, produtor, compositor, vereador, colunista da revista AMIGA, e criador nato.

Nasceu no dia 24 de novembro de 1935, em Cocheiro de Itapemirim, no Espirito Santo, mesma cidade em que nasceu Roberto Carlos. Atuou no Rio e em São Paulo lançando músicas e artistas, mas morreu ainda jovem em 4 de novembro de 1992. Deixou uma obra considerável, perpetuada em discos, filmes e em músicas como "A Praça" (abertura do humorístico A Praça É Nossa). Dirigiu 8 filmes e atuou em mais de 40. O cara era "o cara".

03 outubro 2008

APLAUSOS PARA WILSON SIMONAL.

DOCUMENTÁRIO RESGATA A DIGNIDADE E O SUINGE DO MAIOR SHOWMAN QUE O BRASIL JÁ TEVE.



86 minutos são suficientes para consertar um erro na história da vida de um homem?
Para mim, que nunca acreditei nas matérias que li sobre o fabuloso Simonal (no que diz respeito a ele ter sido “dedo duro”), não mudaria quase nada, mas para Wilson Simonal são importantes e decisivos para que lhe seja dado o lugar merecido na história da música popular do Brasil. Para que a nova e as futuras gerações conheçam o cantor, o homem e o espetáculo que foi Wilson Simonal.

Em “SIMONAL – Ninguém sabe o duro que dei”, documentário de Claudio Manuel (leia-se Casseta e Planeta), Micael Langer e Calvito Leal, exibido na última quarta-feira (01/10), no Cine Odeon _ dentro da programação do Festival do Rio_ levou o telespectador as lágrimas com a trama armada para destruir “o homem alegria”. Com uma trajetória de causar inveja, uma performance artística superior e uma simpatia fora do comum, Simonal assistiu dopado pelo esquecimento dos colegas, sua queda dos píncaros da glória para o calabouço da injustiça. Com feitos extraordinários na carreira ainda nos anos 60, Simonal foi aplaudido aqui e fora do país. Dividiu o palco com a diva Sarah Voughan, estrelou campanhas publicitárias, entrou em campo com Pelé, conquistou mulheres lindas, carros impactantes e deixou dois troféus para exibir no futuro: seus filhos Max e Simoninha.

O leitor pode imaginar um regente diante de um coral com mais de 30 mil vozes? E mais, assistir boquiaberto o coral fazendo tudo que seu mestre manda? Foi o que aconteceu no Festival da Canção Popular, quando Simonal foi convidado para fazer uma apresentação exclusiva. Em certo momento ele brincava falando para os 15 mil da direita e para os outros 15 mil da sua esquerda. Esta cena está registrada no documentário em imagens espetacular, arquivos que ajudam no resgate da trajetória do ídolo. Depoimentos de Castrinho, Tony Tornado, Chico Anísio e Miele, ajudam na reconstrução de passagens da vida de Wilson Simonal, sem falar nos depoimentos emocionantes dos dois filhos e da última esposa. O leitor que gosta de música, que tem interesse na história recente do país, não pode deixar de assistir ao filme.
Até quando vamos ter que escavar os porões obscuros que cerceiam a história da música?

INTÉRPRETE SINGULAR, SIMONAL DEIXOU UMA OBRA RICA E AUTÊNTICA.

Quem deseja conhecer a obra do artista, ainda tem que recorrer aos valiosos LPs de vinil, ou então arriscar encontrar alguma gravação em cd, mas se for exigente, prefira aos vinis, pois em certos momentos o ouvinte sente o suingue e ver a cor da musicalidade de Wilson Simonal. Darlene Glória, uma grande atriz brasileira, em 1974, arrasada pelas drogas, abandonou a carreira no auge, menos de um ano após conquistar o Urso de Prata em Berlim por sua atuação no clássico Toda Nudez Será Castigada. 30 anos depois, a atriz teve sua história contada no curta Ninguém Suporta a Glória. A menção ao nome da atriz é para usar o título que cai perfeitamente sobre a vida de Wilson Simonal, pois foi a glória do cantor que feriu a tolerância dos militares e dos invejosos de plantão. Porém, a obra de Wilson está viva e ao alcance de quem quer provar da melhor qualidade musical que o Brasil produziu nos anos 60.
Vol.1 - 1967


Vol. 2 - 1968


Vol. 3 - 1969



1973


fotos: acervo pessoal do editor.

EXTRA! EXTRA! EXTRA! JORNAL CARIOCA COMEMORA OS 40 ANOS DA MÚSICA QUE O POVO CANTA E GOSTA



DEPOIS DA COFONÁLIA, DA MÚSICA BREGA, VEM AÍ A MPC: MÚSICA QUE O POVO CANTA.

A música não foi feita apenas para ser ouvida, mas também para ser sentida, criticada, apreciada e, principalmente para gerar polêmicas em torno de suas variações estilísticas. Rondando a música, estão os que cantam, os comentaristas, os aproveitadores, os que lançam gêneros abrindo caminho para outros, os que compram brigas inocentes e os que se acham no direito de opinar sem profundidade alguma no tema. Um dia todo mundo vai ouvir uma certa música e da qual não vai gostar, sempre foi assim, e assim sempre será. Felizmente, a música nunca vai deixar de ser assunto, haverá sempre uma fonte informando seus rumos. Foi para comemorar os 40 anos da MPC (nomenclatura lançada pelo jornal Extra) que o Extra está levando às bancas do Rio de Janeiro, a maior matéria já desenvolvida sobre o tema que o estado já teve. Claro que muito antes, gente como Aérton Perlingeiro, Haroldo de Andrade, Mauro Montalvao e o próprio Chacrinha, só faltaram dar o sangue em prol do reconhecimento da música popular por parte da crítica intelectual. Não conseguiram convencer muita gente, mas fizeram um barulho retumbante. Barulho que reverbera até hoje.


A proposta do Extra é interessante porque ressuscita o tema e joga a polêmica nas mãos do povo e da crítica. É como se o tempo voltasse e tivéssemos nele, a oportunidade de comentar sobre preconceito e discriminação dando nome aos agressores, com um diferencial relevante: agora, bem mais capacitados de informação e abastecidos de material humano amadurecido. A partir do sucesso fenomenal da música de Paulo Sérgio em 1968, é que a reportagem seriada _ muito bem escrita a quatro mãos por Clarissa Monteagudo e Naiara Andrade_ conta o tempo de existência do “movimento” MPC. Paulo Sérgio quando surgiu no cenário, arrebentou o placar do romantismo, aglutinando sucesso atrás de sucesso, deixando nervoso e apavorado, o triste-mor da canção popular Roberto Carlos e sua tropa. Além de Paulo Sérgio, a MPC lançada pelo jornal, traz ainda Odair José, Lindomar Castilho, Ângelo Máximo, Evaldo Braga, Perla, Diana, Vanusa, Nelson Ned, Márcio Greyck, Benito Di Paula, Sidney Magal, Wando, Fernando Mendes, Antonio Marcos, Amado Batista, Reginaldo Rossi, José Augusto e outros. Alguns artistas destacados em pequenas entrevistas, ao longo da mátéria. Estrelas globais como Regina Duarte, Marcos Palmeira, Patrícia Pillar, Marcello Novaes e Cecília Dassi, recheiam a matéria dando depoimentos sobre a preferência pelos cantores da MPC. Regina Duarte se derrete quando confessa sua paixão por Wando, por exemplo. O leitor pode imaginar o som que faz a cabeça do galã Marcos Palmeira, o Tadeu da novela Pantanal?

CHEGA DE SAUDADE DA BOSSA NOVA

Agnaldo Timóteo como sempre, lidera a polêmica. Coisa de artista que não perde a mania de querer ser o centro das atenções. Em torno da MPC, a discussão tão cedo vai ficar morna, segue esquentando numa crescente. A matéria seriada teve início no domingo dia 28 de setembro e termina dia 9 de outubro com um show do cantor goiano Amado Batista, no auditório do jornal. Diariamente o jornal tem reservado espaço privilegiado para comemorar e discutir a música que o povo canta e, como o tema é sensível, os mais exaltados já abriram o bocão e partiram para o ataque. Agnaldo Timóteo, dono de uma indiscutível voz, no decorrer da matéria já disse que João Gilberto não canta nada, e que Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, não sofreram com o exílio europeu, pois ninguém foi para Cuba, e sim para países capitalistas. Agnaldo esquece que Caetano Veloso merece respeito e reconhecimento por parte da MPC, pois sempre foi nitidamente contra o preconceito, sendo explícito em suas opiniões e mais, foi o primeiro dos adorados pela elite intelectual, que flertou escancaradamente com as letras mais simples, mesmo sendo ele autor de letras, até certo ponto de difícil compreensao, dada a profusão de neologismos usados pelo autor. Na primeira metade da década de 70, Caetano enfrentou a fúria dos universitários alienados ao subir no palco para cantar com seu convidado Odair José, a música “Vou Tirar Você Desse Lugar”, no show Phono 73. Antes, Caetano já tinha enaltecido Luiz Gonzaga, e até mesmo Orlando Dias, cantor que teve seu apogeu nos anos 60, mas que conquistava novos fãs a cada LP lançado nos anos 70 e 80. Qualquer pessoa pôde ver no YouTube Caetano cantando Tenho Ciúmes de Tudo, grande sucesso de Orlando. Portanto, Caetano é muito mais que um intelectual, ele é o poeta da inquietude popular. A versão online do jornal Extra pegou fogo com a participação do povo criticando e apoiando Timóteo. O ponto mais delicado da matéria, foi quarta-feira, dia primeiro, quando uma manchete de capa atraía a atenção do leitor para o drama que enfrenta Nelson Ned, cantor de inúmeros sucessos, conhecido internacionalmente, que no momento passa por dificuldades financeiras, decorrentes da diabetes que lhe impede de trabalhar. Agnaldo Timóteo com seu temperamento sangüíneo, assumiu a condição de ajudar o colega arrecadando verbas com os amigos milionários, mas se viu abandonado diante do descaso dos mesmos. Num ato impensado, Agnaldo rejeitou 2.000,00 que o cantor Daniel doou a Ned. Os leitores do jornal, inflamados pela ira contra Timóteo, ficaram do lado de Daniel. Mas não pense que a matéria ficou parada em Agnaldo Timóteo, ela seguiu crescendo em conteúdo e qualidade, revelando ao público paradeiros de artistas sumidos da mídia.
CARREIRAS QUE PRECISAM DE APOIO DA MÍDIA E DO POVO


As rádios há muito tempo deixaram de tocar Lindomar, Odair, Fernando Mendes, apesar da insistência do público que pede por telefone, e-mail, os “Djs” ignoram. Quando algum deles resolve tocar Odair, vai tocar Vou Tirar Você Desse Lugar, e nunca a música nova que precisa ser trabalhada. A indiferença por parte das emissoras, empurra o artista para o fatídico fracasso financeiro. Sem a música tocando nas rádios, o artista tende a se distanciar cada vez mais do seu público, consequentemente vai viver dos pequenos cachês, até que os convites passe a minguar por completo. Na luta pela sobrevivência da carreira à margem da mídia, o artista popular não tem com quem contar, os mais sensatos e precavidos tomaram atitutes inteligentes no auge do sucesso, guardaram dinheiro e investiram em bens como imóveis, gado e terras. Poucos fizeram isso. Um belo artigo escrito por Paulo Cesar Araújo, intitulado “a hora e a vez do orgulho brega”, encerra a matéria publicada na revista dominical Canal Extra, entre outras coisas, o escritor faz um passeio pela trajetória da MPC terminando com um apelo: “Chega de vergonha. Não dá mais para dissimular, disfarçar e esconder. Esta é a hora e a vez do orgulho brega”. Paulo Cesar, assim como Caetano, é do povo, e escreve para o povo, pena que alguns leitores se achem melhores do que outros, se autodenominando gênios acima do bem e do mal. A matéria do Extra traz a tona um tema que deveria ser discutido mais vezes, não sobre quem é bom ou ruim, mas sobre dignidade, acima de tudo, dignidade. O maravilho crítico Artur da Távola certamente aplaudiria do lado dos artistas, a magnífica iniciativa do jornal.
FOTOS REPRODUZIDAS DO JORNAL EXTRA LIVREMENTE .

23 setembro 2008

ROSEMARY LANÇA DVD E MOSTRA QUE O BRASIL AINDA TEM ESTRELA.




ROSEMARY: A BELA QUE CANTA E ENCANTA
No último dia 16, a cantora Rosemary fez um show no Ligth Cultural (Rio), dentro do programa Terças Musicais Ligth. O show, uma amostra do que Rose pretende levar para todo o Brasil, reúne talento, versatilidade e principalmente paixão pela escola de samba Estaçao Primeira de Mangueira. Num clima bem intimista, a artista se permitiu responder os comentários da platéia, os mesmos comentários de sempre, que certamente ela ouve desde a estréia em 1962: você continua linda! você é a cantora mais bonita do Brasil! Rose, eu te amo! Contudo, o show nao é apenas isso, é um show limpo e na medida certa para uma estrela como Rosemary é. Numa demonstração explícita de amor à escola do coraçao, a velha Mangueira, a artista passeia pela obra de Tom Jobim, Chico Buarque, Cartola, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Arlindo Cruz e muitos outros baluartes da canção, claramente carioca. Espera-se, normalmente, de quem vai falar ou cantar samba num show, que o barulho vai ser de batuques e tambozadas, o que nao é o caso de Rosemary em Mulheres da Mangueira. Rose canta com uma voz aprimorada, amadurecida, mostrando que esta é a melhor fase _ pois foram várias _ da sua carreira artística como cantora. Ladeada por músicos experientes e que percebem o nível da intérprete, as notas acariciam os ouvidos e inebriam o ambiente, fazendo exatamente o que a artista pretende com o espetáculo, que é dar ao seu público muito mais do que ele espera. Ela canta e encanta, samba e interpreta, sem verter uma única gota de suor, por vários motivos, principal motivo é o fato de que a cantora sempre preferiu espetáculos à simplesmente shows. Outro fator relevante, é a classe com que sempre conduziu sua carreira, afinal, Rose nunca se deixou levar por apelos, mesmo sendo ela uma presa ideal para tal, vide a beleza que ostentou e ostenta até hoje. O show vai rodar o Brasil e, certamente novos espectadores irão deparar-se com o encanto da bela, fatalmente se tornarão em fãs e admiradores. Quem já conhece, sabe o zelo da artista em seus shows, quem ainda não conhecia, vai se surpreender e querer ver de novo. Ela explora o tempo limitado que tem qualquer show, como se não houvesse limite algum, como por exemplo, quando canta Chão de Esmeraldas, de Chico Buarque e Hermínio Bello de Carvalho, parece que o mundo é dela, que nada mais existe além da música que canta.
NOS ANOS 70, ROSEMARY FEZ SUCESSO COM O POPULAR ODAIR JOSÉ

Rosemary já está na estrada há muitos anos, é bem verdade, mas não pense que a cantora se deixa levar pelo tempo, pois desde que surgiu no cenário artístico nacional, bem no comecinho dos anos 60, Rose sempre destacou-se pela beleza, mas também sempre fez questão de dar ao público talento e criatividade artística. Da sua passagem pelo movimento Jovem Guarda, ficou apenas os registros que os outros guardaram, para a cantora, isso nunca existiu, apesar de saber que seu público, na grande maioria, vem do tempo da Jovem Guarda, Rosemary nem sequer lembra que um dia cantou ao lado de outros ícones que só vivem da e para a Jovem Guarda. Nos anos 70, década que pariu vários ídolos gerados nos anos 60, enquanto a galera alienada queria mais iê-iê-iê, Rose dava Carmen Miranda aos carentes de arte. Aos que corriam atrás das sambistas, Rose respondia interpretando Odair José, o maior cantor do povo na época. Se para algumas cantoras um teatro bastava, para Rose um superpalco e uma superdireção de Abelardo Figueiredo eram o suficiente para dançar, cantar e mostar seu talento.

ROSEMARY EM DVD

A ROSEMARY DE HOJE EM DVD E NO NOS ANOS 80, ABSOLUTA
O primeiro DVD da cantora acaba de sair. Nele, Rose compartilha com colegas como Beth Carvalho (Estrelas Consagradas) e Dudu Nobre (Alvorada) o sentimento de cantar para uma escola que reserva no currículo, a preferência de vários artistas. Quando canta com as Mulheres da Mangueira, Rose até parece que está na quadra da escola. Se mostra tão confortável que o mais distraído telespectador percebe a intimidade da cantora com o lado tradiocional da Mangueira. O DVD, primeiro da carreira da artista, recebeu cuidados especiais. Foi gravado ao vivo, no Vivo Rio, nova casa de espetáculos do Rio, tem produção caprichada e edição ídem. Para os fãs, fica a vontade de ver mais Rosemary, para isso acontecer, só falta as emissoras de tv liberarem os arquivos e compartilhar com o público da cantora, imagens importantes dos inúmeros musicais dos quais Rosemary foi estrela absoluta. Rosemary sempre teve o respeito resguardado por parte de quem sabe e faz espetáculos. Maurício Sherman, um dos pioneiros da TV, e também um dos mais respeitados diretores de misicais, certamente amigo e admirador de Rose, mostrou ao Brasil, dentro do programa Zorra Total, da Rede Globo, no último sábado, a competência de Rose, sem falar no anúncio geral do DVD e Cd, que faz com que o Brasil saiba que artistas como Rosemary continuam produzindo coisas boas. O leitor pode adquirir sem medo o novo DVD de Rosemary, pois assim vai ficar sabendo que no Brasil há muitas cantoras, mas estrela, apenas uma: Rosemary
Humberto Cordeiro levou os LP´s para autógrafos.

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