31 outubro 2008

JOSUÉ RIBEIRO, UM AMANTE DA MPC




Texto escrito pela repórter do jornal Extra Clarissa Monteagudo

Você sabe que a filha de Odair José e Diana é uma roqueira? Quer conhecer um pouco mais sobre os bastidores dos shows de Amado Batista? Sabe que o pai da supermodelo Fernanda Tavares é um cantor famoso em Natal? Pois, a partir de agora, o blog Música Popular do Brasil, escrito pelo pesquisador Josué Ribeiro, vai preencher um espaço muito especial no coração dos leitores do EXTRA ONLINE. http://extra.globo.com/blogs/musicapopular/

Ele vai escrever sobre o gênero musical mais amado pela população, mas muitas vezes esquecido pela crítica especializada, a Música que o Povo Canta (MPC). Lançado pelo EXTRA em setembro, o especial MPC resgatou histórias dos mais populares cantores do Brasil. E, ao ouvido dos fãs do estilo, ficou uma vontade de curtir mais... Josué foi um dos maiores entusiastas do especial. Em seus comentários, o pesquisador citou seu blog musicapopulardobrasil.blogspot.com. A equipe do EXTRA ONLINE conferiu o conteúdo e não perdeu tempo. Convidou Josué para fazer parte do time do site. Ele aceitou e nasceu o blog Música Popular do Brasil, o blog da MPC.

Cearense do sertão de Canindé, Josué começou a se interessar pela MPC em 1990, ao chegar ao Rio de Janeiro. Com uma bem-sucedida carreira nos meios teatrais do seu estado, ele veio atrás do sonho dourado do sucesso nos palcos, mas acabou atraído pela música. Fã do rock nacional, sentiu falta no Sudeste das canções de Odair José, Diana, Waldick Soriano, que nunca tinham saído das caixas de som das cidades nordestinas. Ele não entendia por que, nos meios ditos culturais do Rio, esses artistas tinham sido banidos. "Considero a obra de Odair José tão interessante e útil para o Brasil quanto de Caetano. Tanto que o próprio Caetano o chamou para dividir o palco em 1973 para cantarem "Eu vou tirar você desse lugar". Cafona, para mim, é o preço do pão francês. Esse rótulo, assim como o brega, é um adjetivo criado para designar obras de mau gosto. É desrespeito. Não concordo com isso", conta Josué, dono de uma invejável coleção de 2 mil discos, entre eles o primeiro compacto de Diana e o raro "O elegante", de Waldick Soriano. Josué está feliz com a nova empreitada. "Eu já fazia esse trabalho por respeito aos artistas. É um resgate. De um simples comentário no especial da MPC, surgiu a oportunidade. O que me deixa muito feliz é saber que o EXTRA abriu espaço para falar desse tipo de música. Foram anos em que a luz ficou apagada, ninguém sabia nada. As pessoas ouviam Odair, Waldick, mas os jornalistas ditos de grife não escreviam sobre eles", explica Josué, que não gosta do rótulo de justiceiro da música popular. "Eles não precisam de defensores, a obra fala por si. Não sou justiceiro, eu só escavo lá no fundo", define o moço, que a partir de hoje expõe sua coleção de pedras preciosas - e raras - no site do EXTRA.

20 outubro 2008

CARLOS IMPERIAL GANHA BIOGRAFIA


O GORDO QUE PINTOU, BORDOU E PRINCIPALMENTE MOLDOU A MÚSICA POPULAR DO BRASIL

Sinceramente, fica até chato escrever sobre Carlos Imperial e o que ele fez , pois o cara fez tanto na música popular que não sei nem por onde começar, por isso recomendo ao leitor comprar urgentemente a biografia "10! Nota 10! Eu Sou Carlos Imperial", escrita por Denilson Monteiro, historiador que pesquisou a vida e a obra do homem que dentre o mundaréu de artistas que ajudou a revelar, está ninguém menos que Roberto Carlos.

"SEM LIBERDADE PARA ESPINAFRAR, NENHUM ELOGIO É VÁLIDO"

Ele tem fatos marcados na vida de muita gente ligada ao mundo da música, e da arte em geral. Clara Nunes, Tim Maia, Fábio (que agora assina Fábio Stela), Erasmo Carlos, Ronnie Von, Wilson Simonal e por aí vai. Foi tudo e mais um pouco, escritor, jornalista, ator, apresentador, produtor, compositor, vereador, colunista da revista AMIGA, e criador nato.

Nasceu no dia 24 de novembro de 1935, em Cocheiro de Itapemirim, no Espirito Santo, mesma cidade em que nasceu Roberto Carlos. Atuou no Rio e em São Paulo lançando músicas e artistas, mas morreu ainda jovem em 4 de novembro de 1992. Deixou uma obra considerável, perpetuada em discos, filmes e em músicas como "A Praça" (abertura do humorístico A Praça É Nossa). Dirigiu 8 filmes e atuou em mais de 40. O cara era "o cara".

03 outubro 2008

APLAUSOS PARA WILSON SIMONAL.

DOCUMENTÁRIO RESGATA A DIGNIDADE E O SUINGE DO MAIOR SHOWMAN QUE O BRASIL JÁ TEVE.



86 minutos são suficientes para consertar um erro na história da vida de um homem?
Para mim, que nunca acreditei nas matérias que li sobre o fabuloso Simonal (no que diz respeito a ele ter sido “dedo duro”), não mudaria quase nada, mas para Wilson Simonal são importantes e decisivos para que lhe seja dado o lugar merecido na história da música popular do Brasil. Para que a nova e as futuras gerações conheçam o cantor, o homem e o espetáculo que foi Wilson Simonal.

Em “SIMONAL – Ninguém sabe o duro que dei”, documentário de Claudio Manuel (leia-se Casseta e Planeta), Micael Langer e Calvito Leal, exibido na última quarta-feira (01/10), no Cine Odeon _ dentro da programação do Festival do Rio_ levou o telespectador as lágrimas com a trama armada para destruir “o homem alegria”. Com uma trajetória de causar inveja, uma performance artística superior e uma simpatia fora do comum, Simonal assistiu dopado pelo esquecimento dos colegas, sua queda dos píncaros da glória para o calabouço da injustiça. Com feitos extraordinários na carreira ainda nos anos 60, Simonal foi aplaudido aqui e fora do país. Dividiu o palco com a diva Sarah Voughan, estrelou campanhas publicitárias, entrou em campo com Pelé, conquistou mulheres lindas, carros impactantes e deixou dois troféus para exibir no futuro: seus filhos Max e Simoninha.

O leitor pode imaginar um regente diante de um coral com mais de 30 mil vozes? E mais, assistir boquiaberto o coral fazendo tudo que seu mestre manda? Foi o que aconteceu no Festival da Canção Popular, quando Simonal foi convidado para fazer uma apresentação exclusiva. Em certo momento ele brincava falando para os 15 mil da direita e para os outros 15 mil da sua esquerda. Esta cena está registrada no documentário em imagens espetacular, arquivos que ajudam no resgate da trajetória do ídolo. Depoimentos de Castrinho, Tony Tornado, Chico Anísio e Miele, ajudam na reconstrução de passagens da vida de Wilson Simonal, sem falar nos depoimentos emocionantes dos dois filhos e da última esposa. O leitor que gosta de música, que tem interesse na história recente do país, não pode deixar de assistir ao filme.
Até quando vamos ter que escavar os porões obscuros que cerceiam a história da música?

INTÉRPRETE SINGULAR, SIMONAL DEIXOU UMA OBRA RICA E AUTÊNTICA.

Quem deseja conhecer a obra do artista, ainda tem que recorrer aos valiosos LPs de vinil, ou então arriscar encontrar alguma gravação em cd, mas se for exigente, prefira aos vinis, pois em certos momentos o ouvinte sente o suingue e ver a cor da musicalidade de Wilson Simonal. Darlene Glória, uma grande atriz brasileira, em 1974, arrasada pelas drogas, abandonou a carreira no auge, menos de um ano após conquistar o Urso de Prata em Berlim por sua atuação no clássico Toda Nudez Será Castigada. 30 anos depois, a atriz teve sua história contada no curta Ninguém Suporta a Glória. A menção ao nome da atriz é para usar o título que cai perfeitamente sobre a vida de Wilson Simonal, pois foi a glória do cantor que feriu a tolerância dos militares e dos invejosos de plantão. Porém, a obra de Wilson está viva e ao alcance de quem quer provar da melhor qualidade musical que o Brasil produziu nos anos 60.
Vol.1 - 1967


Vol. 2 - 1968


Vol. 3 - 1969



1973


fotos: acervo pessoal do editor.

EXTRA! EXTRA! EXTRA! JORNAL CARIOCA COMEMORA OS 40 ANOS DA MÚSICA QUE O POVO CANTA E GOSTA



DEPOIS DA COFONÁLIA, DA MÚSICA BREGA, VEM AÍ A MPC: MÚSICA QUE O POVO CANTA.

A música não foi feita apenas para ser ouvida, mas também para ser sentida, criticada, apreciada e, principalmente para gerar polêmicas em torno de suas variações estilísticas. Rondando a música, estão os que cantam, os comentaristas, os aproveitadores, os que lançam gêneros abrindo caminho para outros, os que compram brigas inocentes e os que se acham no direito de opinar sem profundidade alguma no tema. Um dia todo mundo vai ouvir uma certa música e da qual não vai gostar, sempre foi assim, e assim sempre será. Felizmente, a música nunca vai deixar de ser assunto, haverá sempre uma fonte informando seus rumos. Foi para comemorar os 40 anos da MPC (nomenclatura lançada pelo jornal Extra) que o Extra está levando às bancas do Rio de Janeiro, a maior matéria já desenvolvida sobre o tema que o estado já teve. Claro que muito antes, gente como Aérton Perlingeiro, Haroldo de Andrade, Mauro Montalvao e o próprio Chacrinha, só faltaram dar o sangue em prol do reconhecimento da música popular por parte da crítica intelectual. Não conseguiram convencer muita gente, mas fizeram um barulho retumbante. Barulho que reverbera até hoje.


A proposta do Extra é interessante porque ressuscita o tema e joga a polêmica nas mãos do povo e da crítica. É como se o tempo voltasse e tivéssemos nele, a oportunidade de comentar sobre preconceito e discriminação dando nome aos agressores, com um diferencial relevante: agora, bem mais capacitados de informação e abastecidos de material humano amadurecido. A partir do sucesso fenomenal da música de Paulo Sérgio em 1968, é que a reportagem seriada _ muito bem escrita a quatro mãos por Clarissa Monteagudo e Naiara Andrade_ conta o tempo de existência do “movimento” MPC. Paulo Sérgio quando surgiu no cenário, arrebentou o placar do romantismo, aglutinando sucesso atrás de sucesso, deixando nervoso e apavorado, o triste-mor da canção popular Roberto Carlos e sua tropa. Além de Paulo Sérgio, a MPC lançada pelo jornal, traz ainda Odair José, Lindomar Castilho, Ângelo Máximo, Evaldo Braga, Perla, Diana, Vanusa, Nelson Ned, Márcio Greyck, Benito Di Paula, Sidney Magal, Wando, Fernando Mendes, Antonio Marcos, Amado Batista, Reginaldo Rossi, José Augusto e outros. Alguns artistas destacados em pequenas entrevistas, ao longo da mátéria. Estrelas globais como Regina Duarte, Marcos Palmeira, Patrícia Pillar, Marcello Novaes e Cecília Dassi, recheiam a matéria dando depoimentos sobre a preferência pelos cantores da MPC. Regina Duarte se derrete quando confessa sua paixão por Wando, por exemplo. O leitor pode imaginar o som que faz a cabeça do galã Marcos Palmeira, o Tadeu da novela Pantanal?

CHEGA DE SAUDADE DA BOSSA NOVA

Agnaldo Timóteo como sempre, lidera a polêmica. Coisa de artista que não perde a mania de querer ser o centro das atenções. Em torno da MPC, a discussão tão cedo vai ficar morna, segue esquentando numa crescente. A matéria seriada teve início no domingo dia 28 de setembro e termina dia 9 de outubro com um show do cantor goiano Amado Batista, no auditório do jornal. Diariamente o jornal tem reservado espaço privilegiado para comemorar e discutir a música que o povo canta e, como o tema é sensível, os mais exaltados já abriram o bocão e partiram para o ataque. Agnaldo Timóteo, dono de uma indiscutível voz, no decorrer da matéria já disse que João Gilberto não canta nada, e que Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, não sofreram com o exílio europeu, pois ninguém foi para Cuba, e sim para países capitalistas. Agnaldo esquece que Caetano Veloso merece respeito e reconhecimento por parte da MPC, pois sempre foi nitidamente contra o preconceito, sendo explícito em suas opiniões e mais, foi o primeiro dos adorados pela elite intelectual, que flertou escancaradamente com as letras mais simples, mesmo sendo ele autor de letras, até certo ponto de difícil compreensao, dada a profusão de neologismos usados pelo autor. Na primeira metade da década de 70, Caetano enfrentou a fúria dos universitários alienados ao subir no palco para cantar com seu convidado Odair José, a música “Vou Tirar Você Desse Lugar”, no show Phono 73. Antes, Caetano já tinha enaltecido Luiz Gonzaga, e até mesmo Orlando Dias, cantor que teve seu apogeu nos anos 60, mas que conquistava novos fãs a cada LP lançado nos anos 70 e 80. Qualquer pessoa pôde ver no YouTube Caetano cantando Tenho Ciúmes de Tudo, grande sucesso de Orlando. Portanto, Caetano é muito mais que um intelectual, ele é o poeta da inquietude popular. A versão online do jornal Extra pegou fogo com a participação do povo criticando e apoiando Timóteo. O ponto mais delicado da matéria, foi quarta-feira, dia primeiro, quando uma manchete de capa atraía a atenção do leitor para o drama que enfrenta Nelson Ned, cantor de inúmeros sucessos, conhecido internacionalmente, que no momento passa por dificuldades financeiras, decorrentes da diabetes que lhe impede de trabalhar. Agnaldo Timóteo com seu temperamento sangüíneo, assumiu a condição de ajudar o colega arrecadando verbas com os amigos milionários, mas se viu abandonado diante do descaso dos mesmos. Num ato impensado, Agnaldo rejeitou 2.000,00 que o cantor Daniel doou a Ned. Os leitores do jornal, inflamados pela ira contra Timóteo, ficaram do lado de Daniel. Mas não pense que a matéria ficou parada em Agnaldo Timóteo, ela seguiu crescendo em conteúdo e qualidade, revelando ao público paradeiros de artistas sumidos da mídia.
CARREIRAS QUE PRECISAM DE APOIO DA MÍDIA E DO POVO


As rádios há muito tempo deixaram de tocar Lindomar, Odair, Fernando Mendes, apesar da insistência do público que pede por telefone, e-mail, os “Djs” ignoram. Quando algum deles resolve tocar Odair, vai tocar Vou Tirar Você Desse Lugar, e nunca a música nova que precisa ser trabalhada. A indiferença por parte das emissoras, empurra o artista para o fatídico fracasso financeiro. Sem a música tocando nas rádios, o artista tende a se distanciar cada vez mais do seu público, consequentemente vai viver dos pequenos cachês, até que os convites passe a minguar por completo. Na luta pela sobrevivência da carreira à margem da mídia, o artista popular não tem com quem contar, os mais sensatos e precavidos tomaram atitutes inteligentes no auge do sucesso, guardaram dinheiro e investiram em bens como imóveis, gado e terras. Poucos fizeram isso. Um belo artigo escrito por Paulo Cesar Araújo, intitulado “a hora e a vez do orgulho brega”, encerra a matéria publicada na revista dominical Canal Extra, entre outras coisas, o escritor faz um passeio pela trajetória da MPC terminando com um apelo: “Chega de vergonha. Não dá mais para dissimular, disfarçar e esconder. Esta é a hora e a vez do orgulho brega”. Paulo Cesar, assim como Caetano, é do povo, e escreve para o povo, pena que alguns leitores se achem melhores do que outros, se autodenominando gênios acima do bem e do mal. A matéria do Extra traz a tona um tema que deveria ser discutido mais vezes, não sobre quem é bom ou ruim, mas sobre dignidade, acima de tudo, dignidade. O maravilho crítico Artur da Távola certamente aplaudiria do lado dos artistas, a magnífica iniciativa do jornal.
FOTOS REPRODUZIDAS DO JORNAL EXTRA LIVREMENTE .

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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