30 janeiro 2007

CHACRINHA E SEUS CONVIDADOS

GILLIARD
Quer saber quem era galã da televisão
além de Tony Ramos? O cantor potiguar
Gilliard. Romântico ao extremo, fazia
sucesso entre as moças que sonhavam com
um príncipe.
HARMONY CATS
Não pense que era só de galanzinho, que o público
da música popular do Brasil vivia. O trio
que aparecia constantemente nos programas
de Chacrinha e Sílvio Santos, deixava os marmanjos de boca aberta.
Mas quem curtia de verdade eram as crianças.
JOSÉ LUIZ
Mais um galã que pertence a galeria dos
anos 70. Estava sempre alegre, mas
parece que para fazer esta foto, ele resolveu
ficar triste. Mandava bem na discoteca.
CHACRINHA
Sem comentários...
O homem foi-se, mas sua história ficou.
ANTONIO MARCOS
Para os inúmeros fãs. O maior poeta da
música popular brasileira. Alguém duvida?

MISS LENE



Quando esteve de passagem pelo Brasil, no ano passado, a cantora Miss Lene me recebeu para uma entrevista, onde falamos sobre música, do tempo em que ela foi representante da era "disco" brasileira. Ela conheceu o sucesso aos 15 anos de idade, em 1978. Depois de muito badalar por aqui, casou-se com um empresário suisso e foi morar na Europa. Continua jovem e com a voz afinada, com saudade do seu público.

ODAIR JOSÉ



Quando se pensa em música popular, lembramos imediatamente do cantor Odair José. Quem espera se tornar grande conhecedor da música popular do Brasil, deve mergulhar na obra do grande compositor, autor de mais de 1.000 composições. Suas músicas ganharam destaques e reconhecimento. Hoje, Odair José é referência artística para gerações que pretendem construir carreira com bases na década de 70.

BIANCA: UMA CANTORA DA ERA PRÉ-PITTY

Com sua guitarra elétrica, ela foi como roqueira, o retrato da geração que vibrava na transição dos anos 70 para os anos 80.

Para quem tem mais de 35 anos, ela foi a cantora adolescente que se fez passar por uma rebelde da sua geração. Para quem tem menos, entenda como história da música popular do Brasil. Ela despontou para o sucesso no final de 1979, com um compacto simples que trazia as músicas “Os Tempos Mudaram” (o que me importa) e “Vou Pra Casa Rever Os Meus Pais”, versão de A Little More Love. Na contramão do sistema das gravadoras, que apostavam em cantores adolescentes sim, mas em trio, quarteto e pacatos. Tinha A Patotinha, As Melindrosas e a inglesinha romântica Nikka Costa, mas com Bianca foi diferente. Ela foi a Pitty daquele tempo. Em 1980, com seu primeiro LP, conquista elogios da crítica e popularidade, principalmente dos jovens. Cantava em programas como o de Chacrinha, Sílvio Santos, Bolinha e Globo de Ouro. Fazia fotonovela nas revistas, almoçava com os artistas no programa do Aérton Perlingeiro e cantava muito, no rádio. A gravadora RGE foi responsável pela produção do disco e da carreira de Bianca, que no seu primeiro LP, já contou com um repertório apropriado para a sua idade de 16 anos. Puxado pelas músicas conhecidas do compacto, o LP tem ainda, além das versões (muito comum na época), as composições Tempos Difíceis, um blues de Gilliard, pode acreditar (jovem como ela na época, poucos anos a mais do que ela) e Comentários A Respeito de John, do cearense Belchior. A música Minha Amiga, ficou na memória das jovens mais românticas. O mais puro retrato da geração perdida, para não dizer alienada. O disco tem produção artística de Hélio Eduardo Costa Manso, produtor de quase todos os cantores da época, que pertenciam a RGE. Na ficha técnica do disco, não consta o nome de Bianca como guitarrista, o que leva a crer que ela não era de fato, uma guitarrista, fazia pose apenas. Mas isso não importante. Bianca entra no cenário musical fazendo diferença num tempo em que Gretchen cantava (com sucesso) de costas e que a geração do rock nacional ainda não tinha mostrado sua cara. Falava de rebeldia, crise existencial e Beatles, mas nada autoral. Solta a voz afinada no disco e nos tempos antigos, tinha ótima presença de palco. Infelizmente foi atropelada pela Blitz do Evandro, que tinha mais a ver com a geração daqueles primeiros anos da década de 80. Se ela gravou outro LP, não teve grande repercussão, pois ninguém sabe ninguém viu, nem o disco, nem ela. Porém o disco é recomendado para quem quer entender a confusão musical que foi o final dos anos 70, que depois de ser varrido pela discoteca, ritmo que dissipou o bolerão (que ainda persistia agonizando) e fez até os mais tradicionais (Luiz Gonzaga, Ângela Maria, Jair Rodrigues etc...) entrar na onda. Se você encontrar o disco de Bianca dando sopa por aí _o que é muito difícil, pois quem tem não se desfaz_ não hesite em comprá-lo. É muito bom de ouvir.
Bianca é mineira, de Ituiutaba. Seu verdadeiro nome é Cleide (que não podia ser nome de roqueira). Foi crooner de banda na sua cidade e descoberto pelo cantor e compositor Cléo Galante, que depois de vê-la cantar e tocar guitarra, levou a mesma para São Paulo e apresentou a RGE, quando ela tinha apenas 14 anos.

P.s: se alguém souber do paradeiro da cantora, peço por favor me informarem, preciso entrevistá-la. Ouvir sua versão da história como cantora.

MARKINHOS MOURA E SUA MARAVILHOSA VOZ

O reconhecimento popular lhe deu o nome que o mercado fonográfico até então não soube aproveitar

O título pode parecer piegas, mas é justo e se encaixa perfeitamente quando se refere ao homem que é dono da mais bela voz da música popular do Brasil. Cantor abençoado por Deus com voz cortante, limpa e extensa. Vítima dos insensíveis que borraram todos os cantores populares que ousaram contrariar os moderninhos, fazendo arte também, além da turma de Ipanema e Leblon. Vítima ainda, do próprio sucesso, que de tão retumbante, fez seu alarido se propagar, esmagando o intérprete no paredão dos críticos de música. Markinhos Moura não foi o único que teve a carreira desandada pelo ferrão dos críticos mordazes, artistas como Rosana e até Maria Alcina _que construiu uma das mais belas carreiras dos anos 70 no Brasil_ também entraram na lista dos artistas que os jornalistas “conhecedores”, julgaram e condenaram como “bregas”. Simplesmente porque cantavam para o povo ouvir.
Fazer arte no Brasil, como em qualquer parte do mundo, ainda é muito limitado e os muros que limitam, são erguidos por gente que nem arte faz. São trabalhadores incansáveis na perseguição pela rotulagem aleatória, marcando o primeiro que encontram pela frente (mas sempre protegendo os seus), sem se preocuparem com a história da vítima, muito menos pelo o que ela tem a dizer. Eles não conhecem a obra, não ouviram e mesmo assim, determinam que ela não serve para ser consumida e mais, alertam o público para a indigestão. A arte, quase sempre, nunca é entendida no tempo em que nasce. Precisa passar por ciclos, para ganhar consistência e respeito. É assim nas artes plásticas e com a música, que também é arte. Lembre-se que, Luiz Gonzaga já foi chamado de cafona, Chacrinha, de brega e grotesco, porém, hoje os dois são reconhecidos como gênios pelo mesmo povo que os picharam anos atrás. O que dizer de Jackson do Pandeiro? Gênio também. Mas uma sombra ameaça a nova geração de artistas que ficam a mercê dos críticos, é que a vida útil de quem trabalha fazendo críticas, ultrapassa os cinqüenta anos. Não pretendo usar este espaço para ofender os profissionais que gastam horas e dias ouvindo músicas, gastando outras mais procurando um meio de ser justo na hora de escrever a crítica. A profissão é e sempre será indispensável, sou leitor e admirador de alguns críticos, portanto o meu respeito é inconteste. Meu impasse se trava quando ouço alguém se referir a artistas como Markinhos Moura, rotulando-o de brega.
Se você gosta de bons intérpretes, corra até as lojas que vendem discos de vinil e monte a sua coleção com os discos do artista Markinhos Moura, prestigie o mesmo comprando seus CD’s, que além de bem produzidos, tem interpretação rara. Não se deixe influenciar pelos equivocados que o chamam de brega, sem pelo menos conhecerem a obra dele. Você vai se deparar com uma voz educada e auspiciosa, interpretando Gil, Vinícius e outros grandes compositores.
Markinhos Moura também é ator, aliás, foi assim que começou na carreira artística. Recentemente lotou em São Paulo, o teatro onde apresentava ao lado da atriz Gabriela Alves, a peça Bregópera. Não pude ver a peça ao vivo, mas quando fui ouvir seu depoimento sobre música, na sua residência, tive o privilégio de ver o DVD da peça. Ao lado da atriz, ele faz esquetes interpretando grandes clássicos da musica popular do Brasil.
O cantor está com disco novo na praça, mostrando mais uma vez ao que veio. Sua voz que no início da carreira, foi confundida com a de Elis Regina, hoje ganhou maturidade e originalidade. Mas é impossível não lembrar de Elis quando Markinhos entoa seu canto, pelo menos na interpretação, ele pode ser colocado no mesmo patamar de Elis. Sem comparações, Markinhos é um grande intérprete e um excelente cantor. É uma lástima perceber que as grandes gravadoras não enxergam o talento do cantor e que os novos produtores (de pouca idade) não conhecem a voz maravilhosa de Markinhos Moura. Por enquanto.

EXCLUSIVO PARA O BLOG DA MÚSICA POPULAR DO BRASIL



ENTREVISTA COM BARTÔZINHO GALENO
HERDEIRO DO MAIOR CANTOR ROMÂNTICO NORDESTINO


Ele tem 28 anos, é carioca de nascimento, muito carismático e se auto-intitula cantor de música romântica brega. Mais cedo ou mais tarde, ele ficaria famoso, graças a boa voz e a herança romântica herdada do pai. Porém, a fama chegou na hora certa. Hoje, Bartôzinho Galeno é uma celebridade no nordeste, fruto da participação vitoriosa no programa Big Brega Brasil, da TV Diários, de Fortaleza. Começou sua carreira fazendo back vocal para o pai, o cantor Bartô Galeno. Depois de fazer, durante alguns anos, mais de 30 apresentações ao lado do pai, surgiu o convite para gravar seu primeiro CD, que já vendeu quase 30 mil cópias. Bartôzinho foi levado para o mundo do disco, pelas mãos do empresário Paulo Martins. Em Fortaleza, convidado pela TV Diários, fez parte ainda do elenco da versão cearense para a novela Belíssima. A novela foi exibida para o Brasil inteiro via parabólica. Bartôzinho nasceu cercado pelo mundo da música e seus ídolos afluentes. Na sua vida, sempre foi comum a convivência com cantores como Waldik Soriano, Odair José, Genival Santos e outros nomes da música popular do Brasil. Muito simpático, Bartôzinho gentilmente aceitou fazer esta entrevista para o blog, falando da carreira, do pai, e da convivência com o padrinho Waldik Soriano. Leia e guarde com carinho na memória, pois o rapazinho é a mais nova revelação da música popular no Brasil.

O fato de ser filho de Bartô Galeno, ajuda ou atrapalha?
Eu não entrei na carreira para tomar lugar de ninguém, muito menos de meu pai, que mesmo daqui a cem anos suas músicas estarão na memória do povo. No começo, as pessoas me ligavam para dizer que eu estava querendo tomar o lugar de meu pai. Jamais alguém poderá ocupar o lugar de meu pai, ou de um cantor como Waldik Soriano. Meu pai tem uma carreira longa e até hoje é muito amado pelo povo.
Você reconhece os grandes nomes da música romântica no Brasil?
Eu já entrei na carreira romântica por conta desses professores: meu pai, Waldik, Odair José, Genival Santos, Claudia Barroso, Diana, Reginaldo Rossi e muitos outros.
Morando no Rio de Janeiro, num bairro de classe média alta. Na escola, em algum momento você teve vergonha de dizer que era filho do cantor Bartô Galeno?
Vivi isso sim, mas eu sempre fui espontâneo, subia em cima da mesa e cantava. Não escondia que era filho dele, mas também não era de ficar falando. Naquele período eu curtia pagode, freqüentava baile funk na Rocinha e no morro Santa Marta.
Fale-me do Waldik Soriano.
Meu padrinho. Eu me lembro quando criança, com quatro anos, ele morava na Ilha do Governador, aqui no Rio e ele gostava de reunir os amigos na sua casa, que sempre vivia cheia de gente. Meu pai freqüentava os churrascos que Waldik oferecia aos amigos. Lembro-me do padrinho colocando aquelas bóias de ar no meu braço e me jogando na piscina. Aquilo ficou guardado na minha memória.
Waldik lhe apóia como cantor?
Com certeza. Ele me apoiou totalmente e fez mais, se colocou a disposição para o que eu precisasse dele. Eu gostei muito quando ele disse que eu não economizava voz, depois de ter visto eu cantando A Dama de Vermelho. Este ano, vou gravar meu segundo CD e com certeza ele participará, assim como meu pai, que participou cantando comigo no meu primeiro trabalho.
Como é o Waldik na intimidade?
Sempre alegre. Gosta muito de conversar, principalmente contar experiências da vida. Gosta de ficar em casa vendo televisão. Adora mostrar seus arquivos com centenas de matérias sobre a sua vida. O padrinho é acima de tudo, um homem muito legal. Que gosta de ficar em casa e de receber seus amigos bem à vontade, de camiseta, bermuda e chinelos. Ele é muito sóbrio, inteligente demais.
Sobre o documentário que a atriz Patrícia Pillar está fazendo a partir da obra do Waldik, você tem conhecimento?
Eu acompanhei. Tive a oportunidade de conversar com a Patrícia num show que Waldik, meu pai, eu e outros cantores, fizemos Na casa de show Metrópole, em Fortaleza. Conversei com ela e com seu esposo, o senhor Ciro Gomes, que é fã de meu pai Bartô Galeno e de Waldik Soriano.
Você fez um tremendo sucesso na televisão (Fortaleza), não temia que a versão Big Brega pudesse lhe queimar de vez?
Temia sim. Mas ao mesmo tempo, sabia que estava me divulgando. Só tive a certeza de que me fez bem, depois de sair como vitorioso. Enquanto eu estava confinado dentro da casa, minha música Quarto de Motel (Elis Di Angela, compositora da dupla Zezé di Camargo e Luciano, em parceria com Caju, da dupla Caju e Castanha) estava estourada nas rádios, principalmente no programa Clube do Brega, apresentado pelo Silvino Neves, que tocava direto a minha música.
Você fez ainda uma novela para o mesmo canal de TV.
Fiz sim. Foi a primeira novela feita pela TV Diários, chamava-se Breguíssima, parodiando a novela Belíssima, da Rede Globo. Meu personagem era o Pateus, um garoto de programa, que namorava uma senhora gordinha. Gravamos cenas em motéis, na cama, nos beijávamos na boca e tudo mais (rindo muito). A música de fundo era a minha, Quarto de Motel. Que se encaixou perfeitamente.
Você já é reconhecido por fãs, nas ruas de Fortaleza?
Quando vou fazer compras em shopping’s, imediatamente sou reconhecido. No interior então, todo mundo vem falar comigo, me reconhecendo do Big Brega. Hoje não sou somente conhecido por ser o filho do Bartô Galeno, mas também pelo conjunto de coisas boas que fiz no nordeste. Das aparições constantes na tevê, dos shows, esse tipo de coisa.
Antes da carreira como cantor, você teve outra carreira, qual foi?
Jogador de futebol. Iniciei na escolinha do J.J, no Rio, Joguei em vários clubes do Brasil. Joguei no Olaria, do Rio, do Olaria fui para a Portuguesa de São Paulo, depois para o Mogimirim, depois voltei pro Rio para jogar no Serrão de Petrópolis. Joguei no Vasco da Gama, fui emprestado ao Botafogo. Em 1995 estourei meu joelho, depois de tratamentos voltei a jogar, e fui campeão pelo Icasa, do Juazeiro do Norte. Apesar da boa experiência como atleta, a vocação para cantar, falou mais alto.

08 janeiro 2007

AGNALDO TIMÓTEO ALÉM DA VOZ


A nova geração não sabe que Agnaldo Timóteo é recordista em vendas de discos. Nos anos sessenta, ele surgiu como o novo astro da música e foi mesmo. Seus milhões de discos foram parar nas mãos de fãs que compravam os discos, assim como criança compra balas. Ultimamente Agnaldo é reconhecido por ter participado de uma edição do programa Casa dos Artistas, do SBT e por freqüentar com assiduidade o programa Superpop da Luciana Gimenez. Ele já foi motorista da cantora Angela Maria (?) explico: outra grande cantora brasileira, quiçá a maior, entre as vivas. Mas antes, foi torneiro mecânico e dos bons, segundo ele mesmo costuma afirmar. Pela fama atopetada que gozou nos áureos tempos, Agnaldo era solicitado para aparecer em quase todos os programas de tevê, pois além de alavancar a audiência, apimentava com suas pérolas luzentes, o opaco mundo da TV sem cor. Contudo, o cantor não dispensava convites, como mostra a foto (TV Manchete) acima, interpretando Nero no programa Os Trapalhões, ainda na antiga TV Tupi. Agnaldo aproveitou a fama de durão e se jogou no personagem fazendo caras e bocas, para provar que além de cantar e muito, sabe atuar. Alguém duvida?

A CARA DOS ANOS 80

Marcelo. Um retrado vivo do que foi os anos 80 na música popular do Brasil. Fez sucesso com vários Hit's, mas a música "Abre Coração" não quer calar. Marcelo também é cara do Rio. Um nome perfeito para ilustrar o retrato dos anos oitenta. Aguarde uma grande matéria que stou preparando para breve sobre a carreira de Marcelo.

02 janeiro 2007

DOS CONTOS BREGAS OU DAQUILO QUE MUITOS GOSTARIAM DE ESCREVER MAS O RACIOCÍNIO NÃO PERMITE


Na seara de Nelson Rodrigues, uma escola para Paulo Coelho e aplausos para Thiago de Góes - Acabei de receber o livro Contos Brega, de Thiago de Góes. Confesso que fui pego de surpresa pela beleza que envolve a capa e o conteúdo do livro. É um conjunto de coisas boas, dessas que aparece uma vez, quando muito, duas vezes na vida. Sei quase nada sobre o autor, exceto, que mantém um blog na rede sobre música, que leva o mesmo nome do livro. Sei ainda, que se trata de boa gente e é excelente jornalista. Seus textos atestam minhas garbosas palavras. O livro chegou sem dedicatória (falha reparada na semana seguinte, quando o autor me enviou mais um exemplar, agora autografado) ou qualquer escrito anexado. Chegou somente. E desde já, minha terça-feira transformou-se num fim-de-semana em fortaleza, de frente para a praia de Iracema. Depois de apreciar a arte da capa, ri com suas idéias, imaginando o processo criativo do autor. Falcão, brega de fato, é quem faz a apresentação da obra de Thiago de Góes. De cara ele recomenda ao afoito leitor, que se ajeite na rede (de dormir) ladeado por cachaça e discos. Não segui a risca, as recomendações de Falcão. Estaria contrariando a mim mesmo se o obedecesse. Apesar de ter a “radiola”, os discos e um vinho há dois anos na geladeira. Guardado pra nada mesmo, foi presente. Voltando ao livro. Fui ao índice a fim de me inteirar das músicas selecionadas que servem de partida para os contos de Thiago. Reconheci todas. Minha curiosidade atropelou a coerência, me fazendo ir direto para o conto sobre Eu Vou Tirar Você Desse Lugar (Odair José). Mais uma vez, surpresa na cachola. Engoli com os olhos saciando ao mesmo tempo minha paixão por leitura, principalmente de novos escritores. Reli com acuidade o mesmo conto. Parei um pouco, me imaginando no lugar do jornalista Osair. Não tive dúvidas, faria o mesmo, mas não seguiria para o Acre, fincaria os pés na Argentina. Thiago escreve um texto rutilante, surpreendendo a cada parágrafo. Não tem medo do desfecho que escolhe para seus personagens, chegando mesmo a matá-los sem piedade noutros contos. A riqueza de detalhes usada para falar de coisas simples do cotidiano, nos remete a simplicidade culta de Nelson Rodrigues, quando rasga nos seus textos, as tripas dos personagens suburbanos do Rio de Janeiro. Na semelhante estrada, caminha Thiago de Góes envenenado pela sede de imprimir seus escritos na tábua de carne do leitor de íris fixa. Li o livro todo em três horas, o que não quer dizer, que ficará sentando ácaros na estante. Contrário disso. Lerei sozinho semanalmente e nos fins de semanas descansará tranqüilo (?) nas mãos de algum amigo, que como eu, devora palavras e bebe letras. Se ainda espirrasse nosso querido Nelson Rodrigues, mandaria um recado desaforado ao presidente da Academia Brasileira de Letras mais ou menos assim: Prezado. Não obstante aos inúmeros convites, aos quais convictamente recusei todos, faço-lhe uma recomendação e nela inserida um pedido. Que dispense Paulo Coelho e dê assento a Thiago de Góes, homem ainda moço, mas que sabe das letras e escreve como um computador às avessas. Centrado na certeza de que o colega me atenderá, me despeço fazendo mais um pedido: que me convide para tomar com os senhores o chá das cinco na posse do jovem. Do amigo convicto N. Rodrigues.
BARTÔ GALENO LER O CONTO INSPIRADO EM “NO TOCA FITA DO MEU CARRO” E RECOMENDA O LIVRO EMOCIONADO

A fim de enriquecer minha pesquisa com os grandes cantores da musica popular do Brasil, havia agendado uma entrevista com o fenomenal Bartô Galeno no seu apartamento do Rio, aproveitando a ocasião, levei o livro para ele ver e ler. Ao folhear o amarelinho, Bartô se deparou com a seleção de pérolas, apontando para sua música que faz parte do livro. Leu e em seguida foi tecendo comentários: “Muito bom. Fico feliz por minhas composições servirem de inspiração para contos como este, tão bem escrito. Fico mais feliz ainda, por saber que foi um jovem que escreveu. Parabéns”. O meu encontro com Bartô estava marcado para as nove horas da manhã, mas achei melhor chegar as dez. Sabe como é né? Período natalino, o povo come, bebe e acaba dormindo um pouco mais. Enganei-me por inteiro. O homem acorda cedo e leva à risca seus compromissos. Desculpei-me pelo atraso, enquanto tirava o kit da bolsa e começamos a conversa que durou o dia todo. Sai de lá conhecendo mais sobre a carreira de um artista amado pelo povo, que em 35 anos de carreira, nunca faltou com o compromisso de se apresentar aos shows agendados. Horas de conversas, renderam fitas e fatos para contar pra história. Aprendi com Bartô e sua maravilhosa família.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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