25 fevereiro 2008

QUATRO CANTORAS E QUATRO DESTINOS: ADRIANA, FAFÁ DE BELÉM, ROSEMARY, E VANUSA.




Nos anos 70, se dizia muito que cantora não vendia discos, até que uma mineira, que um dia já havia cantado boleros, resolveu cantar sambas e daí, tornou-se maior vendedora de discos do Brasil. Referência justa à Clara Nunes, que virou notícia com sua voz maravilhosa, e seu estilo próprio de cantar. Clara não viveu o suficiente para presenciar a posição que tomaria a mulher no cenário artístico a partir da década de 80, mas presenciou o estrelato que suas colegas Fafá de Belém, Adriana, e Vanusa, alcançaram no decorrer da década de 70. Rosemary e Vanusa vêm de longas datas, a primeira surgiu no começo da década de 60, estourou na Jovem Guarda e, reinou absoluta nas páginas de revistas, e nas telas da televisão brasileira, dos 70. A segunda, também foi revelação da Jovem Guarda, mas alcançou o auge somente no final do movimento, deixando rastros entre 1968 e toda a década de 70, figurando dentre os grandes nomes femininos da música, na década de 70. Adriana não tem tanta estrada quanto Rosemary e Vanusa, mas começou criança, vestindo azul para se destacar melhor, e mais tarde se tornar musa da Tropicália.
Quatro cantoras, quatro vozes, centenas de discos lançados, milhões de cópias vendidas, muita mídia, mais um pouco de esquecimento, que é já de praxe, e vai tudo pra história.

ROSEMARY CANTA E DANÇA. UMA ARTISTA COMPLETA


Rosemary, tantas vezes chamada de broto, tem trajetória de estrela internacional. Seu nome é sinônimo de sucesso e beleza, seu talento é inquestionável, sua luta também. Engajada, assim como as artistas de primeiro mundo, sempre preencheu espaços em campanhas sérias de âmbito nacional.


Embora, muitos admiradores se interessem pela vida pessoal da artista, que também tem muito do estilo hollywoodiano, Rosemary usa sua fama em prol de temas sérios, deixando de lado romances famosos, para abraçar causas como a erradicação do analfabetismo no Brasil. Em 1970, quando o país inteiro comemorava o tricampeonato mundial de futebol, Rosemary, ao lado de Chacrinha, Luiz Gonzaga, Teixeirinha, e outros artistas, encabeçavam a campanha criada por Alcino Diniz, de usar as caixas de fósforo para ensinar o povo a ler, idéia interessante que teve certo êxito. Três anos depois, a cantora seguia para o México, a convite do Canal 8, para estrelar o programa “Musicalíssima”. Ficou um mês e meio em cartaz, propagando a música brasileira e encantando os mexicanos. Na volta ao Brasil, brilhou no teatro em dezenas de musicais, atuou no cinema, embelezou a tevê, e tempos depois revistas alardeavam um romance dela com Morris Albert, aquele cantor de Feelings, que sumiu e ninguém mais viu. Em 74, com a música “Quero Ser Sua”, composição de Odair José, Rosemary entrou para a lista das dez músicas mais tocadas nas rádios. A estrela seguia o curso natural, brilhando e sendo vista por todos, até o homem mais poderoso do mundo, o presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, exigiu um show da cantora na Casa Branca. Rosemary fez sua parte cantando, a imprensa tratou de divulgar o fato para o mundo. Em 77, nenhum outro espetáculo foi tão comentado quanto o musical “Rose, Rose, Rosemary”, dirigido por Abelardo Figueiredo. No ano seguinte ganhou mais uma vez as paradas do rádio, com a dançante “Cara Pára, e Trata a Cuca”, tema do filme “Meus Homens, Meus Amores”.

Na década de 80, com a força do rock nacional afastando do caminho, tudo que não fosse do gênero, ficou difícil para uma estrela do naipe de Rosemary, encaixar no mercado a mesma linha que vinha trabalhando nos anos 70. Inteligente como poucas, recorreu aos amigos Roberto e Erasmo Carlos, ganhando deles, uma composição feita exclusivamente para ela. Como o mercado musical naquele momento só comportava três estilos, rock, baladas românticas, e o sertanejo, que dava seus primeiros gritinhos pelas vozes de Chitãozinho e Xororó, Rosemary se destacou com a romântica interpretação de “Jóia”, presente dos amigos, ficando por várias semanas em primeiro lugar com a música. Ainda nos anos 80, participou como atriz de novela global. Rosemary também aderiu ao estilo sertanejo, gravando discos e alcançando novos admiradores.
Rosemary Pereira Gonçalves é intérprete de prestígio e com uma história muito longa dentro do mundo musical. Começou cantando ainda criança, no palco do programa Clube do Guri. Rosemary arrancava aplausos e promessas dos que a ouviam cantar. Seu nome é popular desde 1962, quando gravou seu primeiro compacto aos 17 anos. O sucesso chegou quando as duas músicas que o disco trazia “Eu Sei” e “Reprovada” ganharam destaques nas paradas musicais do país. Palmas para Rose!

VANUSA, UMA BIOGRAFIA MUSICAL QUE POUCOS CONHECEM.

A figura mais pop da década de 70 tem nome e tem cara. Vanusa Santos Flores. As muitas aparições nos programas de tevê da época, eternizaram na memória de uma geração, o carisma e o timbre vocal de Vanusa. Os meneios de cabelos vão perdurar por muitos e muitos anos na memória do povo que a viu cantar. Paulista, de Cruzeiro, nasceu em 22 de setembro de 1947. Foi criada em Frutal, Minas Gerais, cidade onde iniciou a carreira de cantora como crooner do conjunto Golden Lions. Com apenas 16 anos, viajou por várias cidades do estado, fazendo apresentações com o grupo. O domínio de palco que demonstrava enquanto cantava, foi o que despertou interesse em Sidney Carvalho, produtor do programa Jovem Guarda, de investir na artista. O programa era apresentado por Roberto Carlos e fazia o maior sucesso. Sidney fez o convite para que Vanusa se mudasse para São Paulo, convite feito, convite aceitado. Uma estratégia de marketing bem elaborada resultou no lançamento da cantora como mais uma rival para Wanderléa. Sempre a Wanderléa. Na seqüência, ganhou participação fixa no programa O Bom, apresentado por Eduardo Araújo na TV Excelsior, e num abrir fechar de olhos estava contratada da RCA Victor, estourando com a música Pra Nunca Mais Chorar (Carlos Imperial e Eduardo Araújo). Aproveitando o sucesso da música, lançou o primeiro LP com o mesmo nome. Polivalente por natureza, Vanusa agregou mais uma profissão e foi integrar o elenco fixo de Os Adoráveis Trapalhões, ao lado do mega astro Wanderley Cardoso, e Renato Aragão. Com o início da década de 70, rendido ao seu talento e presença marcantes, passou a gravar composições próprias e abocanha mais um sucesso com a música Mundo Colorido. Em 71, ao lado do marido, o cantor galã Antonio Marcos, defendeu a música Namorada, no Festival Internacional da Canção, evento anual de grande apelo popular, promovido pela TV Globo. Depois da fama e do nome conhecido em todo país, foi somente em 74, que a cantora alcançou sucesso com vendagens de discos. O LP com a música “Manhãs de Setembro” (Vanusa e Mário Sierra), superou todas as expectativas da gravadora e da cantora também.
Em 1977, para comemorar seus 30 anos e um novo tempo na carreira, ficou em cartaz no Beco, em São Paulo com o show Vanusa Trinta Anos. Em um mês de apresentação na casa, Vanusa bateu o recorde de freqüência, lotando a casa em todas as apresentações. O show foi dirigido por Augusto César Vanucci, então marido da cantora, grande nome da televisão brasileira, e pai do filho da cantora, Rafael Vanucci.
Vanusa escreveu sua vida num livro, revelando passagens importantes da carreira e da vida particular.
ADRIANA, VESTIDA PARA CANTAR.

Em 1974, Adriana foi contratada para uma série de shows à bordo do navio italiano Enrico C. O cruzeiro marítimo com 1.200 pessoas a bordo, começou em Salvador no dia 30 de janeiro, com apresentações de Adriana cantando músicas em inglês, italiano, espanhol e em português. Quando desembarcou em Montevidéu, foi recebida com pompas de grande estrela, marcando presença nas programações das emissoras de rádios e televisão, cantando e dando entrevistas.
Adriana Rosa dos Santos nasceu em 1959 e começou a cantar desde criança. Conheceu o sucesso em 1974, com a gravação da música “Vesti Azul”, de Nonato Buzar. A música ficou vários meses em primeiro lugar nas paradas aqui no Brasil, mas não foi só isso, também foi primeiro lugar na BBC de Londres. A veia artística de Adriana vem de família, sua mãe Maria Helena foi vedete do Carlos Machado. Os primeiros passos da cantora foi em meados de 1965, na Jovem Guarda, ao lado de Martinha, Wanderléa , Meire Pavão, e Rosemary. Durante o Movimento Tropicália foi eleita rainha hippie do Brasil.
Nos anos 80, Adriana caiu na boca do povo com o hit “I Love You Baby”, o disco com a música, superou a marca das 700 mil cópias vendidas. A partir de então, Adriana passa a ser presença obrigatória nos programas de apresentadores como Chacrinha, Sílvio Santos, Bolinha, e outros. Simultaneamente, em todos os programas de televisão, Adriana aparecia cantando I Love You Baby. Com o sucesso da música, a cantora viajou o Brasil fazendo shows de norte a sul do país.

FAFÁ DE BELÉM, POPULAR DE VERDADE.

No letreiro luminoso do sucesso, Fafá de Belém pois o nome por último, entrou quando as portas já estavam escancaradas, mas nem por isso deixou de lutar por seu espaço. Tão logo surgiu, na última metade da década de 70, inebriou a todos com seu banho de cheiro, de essências trazidas do Pará. Fafá, sempre esteve em foco. É estrelíssima em Portugal, e atualmente experimenta no Brasil, na Rede Record, seu lado de atriz na novela Caminhos do Coração, correndo o risco de ser transformada em grande atriz, ou engolida por algum mutante, ou ainda, contaminada e jogada na ilha, afim de que não seja achada pelos humanos. Fafá de Belém sairá da experiência como entrou, uma grande cantora, sem medo de desafios. Do surgimento apoteótico, cantando as coisas da sua terra natal, passando pelas composições de Milton Nascimento, foi do bolero ao carimbó, do fado à lambada, foi musa das “Diretas”, e ainda cantou para o Papa. Uma mulher de peito, sem trocadilhos.
Maria de Fátima Palha Figueiredo, nasceu em Belém do Pará, em 1957. Como Fafá de Belém, está concretizada na história recente da música popular brasileira, como a dona dos ritmos. Imperial no romantismo que povoa os corações apaixonados, seu histórico dispensa qualquer recomendação à música, ou disco específico. Que outra cantora brasileira do nosso tempo, reúne no seu repertório, compositores de estilos e estirpes tão diferenciados? Fafá de Belém é dona absoluta da união perfeita entre gêneros da música popular. Interpreta obra de Roberto e Erasmo Carlos (Cavalgada), como se fosse inédita, feita sob medida para sua voz e encanto. Dentre os muitos compositores que gravou, interpretou obras de Waldik Soriano, Ivan Lins, Chico Buarque, Leonardo, José Orlando, Michael Sullivan, e outros.

FAMA VERSUS SUCESSO

Adriana, Fafá, Rosemary, e Vanusa, são inegavelmente famosas. Suas obras são acessíveis, principalmente a obra de Fafá, que anualmente lança seus discos. Quanto as outras, seus fãs tem sido alimentados por obras do passado, embora um passado recente, mas que deixa um vazio enorme para quem vive a expectativa da espera por um novo trabalho. Conhecidas e amadas, as cantoras não vêm encontrando gravadoras dispostas a investirem nos seus trabalhos. Posição que reflete bem a crise das gravadoras, e que aponta para um beco sem saída, ou para uma saída drástica que acarretará em despesa financeira para os artistas, que sem o apoio das gravadoras, terão que bancar do próprio bolso, os custos com músicos, estúdio, divulgação e distribuição. Situação propícia para se afirmar que fama não sustenta ninguém, nem mesmo as estrelas da música popular do Brasil.

















22 fevereiro 2008

NILTON CÉSAR - NOME QUE MERECE SER LEMBRADO SEMPRE



CONHECIDO PELO SUCESSO DA MÚSICA "PROFESSOR APAIXONADO", NILTON CÉSAR CONTINUA NA ESTRADA.

Infelizmente, o Rádio não tem cumprido com seu legítimo dever, que é informar, divulgar e entreter as pessoas. Nilton César é dono de uma obra extensa. Sua história é longa e merece atenção por parte dos programadores. Já escrevi sobre o artista aqui no blog, é só mexer nos arquivos, verá que a obra dele é patrimônio cultural do Brasil. Se estou exagerando? Apenas quero lembrar que Nilton Cesar é um dos últimos representantes do estilo que consagrou Orlando Dias, Moacyr Franco e outros arautos.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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