27 novembro 2007

CAZUZA. O POPULAR QUE TANTO PODIA CANTAR ROCK, COMO INTERPRETAR LUPICÍNIO.



O POP DE LÍNGUA PRESA, OU MELHOR: O NOSSO “SOPA DE MAÇÃ AMASSADINHA”

Por que Cazuza num blog que exalta as obras de Waldik Soriano e Genival Santos? Minha resposta é simples e direta: ele era igualmente popular e ouvido pelo povo. Se nós julgamos muitos artistas com a cara dos anos 70, o representante da década de 80 tem cara definida e o seu nome é Cazuza. O cantor imprimiu sua vida nas idéias de quem acreditava num novo mundo. Seu estilo ficou guardado como fotografia. Nas paredes da memória, ele está lá, cantando, rindo e falando com sua voz rouca e seu jeans rasgado, se morreu, foi para poucos e se vive, é porque o tempo não pára e os museus só guardam as grandes novidades, que são velhas, mas que se repetem sempre.

ODAIR JOSÉ E CAZUZA NUMA PARCERIA
Perguntei para o pai de todos os pop’s dos anos 70, o poeta atemporal Odair José, como seria uma parceria dele com Cazuza, no que Odair respondeu: Conheci o Cazuza, poderia ter me tornado amigo dele, mas não me tornei. Porque sou mais velho, de um mundo e ele de outro. Achava ele muito competente e gostava muito dele. Odair prossegue e explica como seria a parceria: Daria certo. O Cazuza era um boêmio, eu também sou. Cantava o amor, assim como eu. Não convivi mas conheci e achava ele uma gracinha de pessoa. Me lembro dele com aquele lenço no bolso da calça, no tempo da banda Barão Vermelho. O Cazuza era muito interessante, não só como comportamento, mas ele mesmo. Como artista de palco ele era competente. As letras dele são muito boas. Foi uma pessoa que não tinha como passar desapercebida. Eu tive o meu tempo, o Roberto Carlos teve o tempo dele, o Caetano teve a sua importância nas coisas que disse, o Noel Rosa também teve, o Cazuza teve o tempo dele. Eu acho que os anos oitenta foram anos Cazuza.” Infelizmente a parceria não se realizou, mas nas músicas de Cazuza há muito de Odair e vice-versa.


Ele era rico, mas sua ideologia era a de mudar o mundo com um coração partido. Cazuza fez dos anos oitenta, sem pretensão, os anos mais breves de sua vida. Tudo foi muito rápido para os que assistiram tudo de cima do muro. Aquele garoto que gostava de Lupicínio e amava Dalva de Oliveira, já na metade da década, podia ouvir Caetano, Ney e outros cartolas cantarem suas músicas. Era filho do presidente de uma grande gravadora, mas como era exagerado, sorvia tudo que escorria das fontes produtoras de músicas. Como um bom burguês, ele amava Caetano, ouvia Nelson Gonçalves, mas cantava o que fazia sangrar o sangue dos inimigos. Ele introduziu a dor-de-cotovelo-pop.
Agenor de Miranda Araújo Neto veio ao mundo no dia 4 de abril de 1958 para viver 32 anos, fazer parte da banda Barão Vermelho e com ela gravar três discos, seis LP’s solo, sendo que o LP Burguesia, é duplo. Como era de veneta, soltou o último disparo antes da hora da partida, mais um disco, o póstumo Por Aí. No seu currículo também estava a condição de ser filho único da Lucinha e do João, e por eles, ser amado, mimado e defendido até a morte, no triste dia 7 de julho de 1990. Infelizmente não se pode mudar o que já passou. Uma trajetória como a de Cazuza, não é feita ou arquitetada na mesa de um produtor artístico, simplesmente é vivida. A interpretação própria da vida, talvez possa ser compreendida na letra da música Vida Louca Vida, de 1989. Cazuza diz na composição, estar cansado de tanta babaquice, tanta caretice, dessa eterna falta do que falar. Aquele artista cheio de energia que em 1982 cantava Pro Dia Nascer Feliz, agora pedia à vida para levar-lhe, já que não podia levá-la. Era o fim da imensa vida breve. Ele partiu num trem para as estrelas e de lá, sem poder assistir o filme sobre sua vida, deve ter dito com aquela cara de menino, faz parte do meu show. Ora bolas!

23 novembro 2007

ENCONTRO DE REIS




O QUE ACONTECE QUANDO WALDIK SORIANO E BARTÔ GALENO SE REÚNEM?
Foto que traduz muito da história da música popular do Brasil. Waldik Soriano dispensa apresentação, Bartô Galeno idem. O encontro aconteceu numa reunião de amigos na casa de Waldik, em Fortaleza. Bartôzinho Galeno assiste a tudo sem pestanejar, só guardando na memória os ensinamentos dos mestres. Tudo porque pretende aplicar na sua carreira, as marcas vitoriosas do Pai e do padrinho. O gravador ligado indica que vem música nova por aí, no mínimo interessante.

20 novembro 2007

FOTOS, FLORES E FÃS, ORNAM A SEPULTURA DE PAULO SÉRGIO


QUANDO A SAUDADE APERTAR... VISITE O SITE DO CANTOR PAULO SÉRGIO

Paulo Sérgio estaria com 63 anos se não tivesse morrido prematuramente em julho de 1980. Desde o primeiro ano de sua morte, os fãs marcam presença no túmulo do cantor, no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Este ano, a fim de transmitir o fato aos leitores do blog, resolvi acompanhar de perto a visitação, que há 27 anos desperta curiosidade acerca da fama crescente de Paulo Sérgio. O ano é importante para os fãs do artista, principalmente pela estréia do site em sua homenagem, produzido por Gilberto Ivo, fã inconteste do cantor. A data, naturalmente marcada pela tristeza dos parentes que lamentam a falta de entes queridos, provoca verdadeira romaria aos cemitérios de todo o país, o movimento só não é ainda maior pelo fato do Brasil, estatisticamente apresentar fatia relevante de evangélicos na sua população.
Quanto aos fãs de Paulo Sérgio, não basta guardar as lembranças do cantor, apenas na memória, é preciso cultivar o nome e a presença do ídolo dentre os vivos. Quem chegar ao cemitério e perguntar pelo túmulo do cantor, facilmente será informado, pois todos os funcionários estão acostumados com a procura freqüente dos fãs. Se por acaso alguém resolver encontrar o túmulo por conta própria, também será fácil, pois de longe se ouve as músicas de Paulo Sérgio.

Flores, pôsteres, fãs, flashes, equipes de tevê, e muita gente reunida, indicam que o lugar abriga os restos mortais de alguém muito importante. O aparelho portátil tocando ininterruptamente o cd, não deixa dúvidas de que o cultuado em questão, é o cantor Paulo Sérgio de Macedo, morto há 27 anos, enterrado numa quarta feira de julho, diante de milhares de fãs.
Paulo Sérgio nunca saberá que fui ao cemitério três vezes na vida em situações e locais distintos, mesmo tendo 36 anos de idade, a mesma com a qual ele faleceu, também não ficará sabendo que o Beijoqueiro português, enfrentou a fúria dos policiais para lhe dá o primeiro e último beijo, no dia do seu sepultamento. São tantas, as coisas que foram feitas para ele e que nunca saberá, como por exemplo, a devoção da fã e amiga Adelina, que anualmente sai de São Paulo para o Rio, somente para enfeitar o seu túmulo e render-lhe homenagem. Não sabe que seu admirador Ellvis Antonyo, de tão fã, ficou parecido com ele. Não sabe que sua filha Jaqueline, recebe com afeto todos os anos, os fãs do pai tão querido. Paulo Sergio não pôde ouvir o que eu ouvi de Marlene, mãe da sua filha: “Parece que meu coração ficou fechado. Nunca mais vou amar assim outra pessoa.” Disse enquanto ouvia uma canção na voz de Paulo Sérgio, do rádio sobre a lápide. Como Paulo Sérgio reagiria diante de Pedro, um universitário em plena pesquisa sobre os cantores românticos, no centro da peregrinação ao seu túmulo? Gostaria de saber a opinião de Paulo, sobre a atitude do fã emocionado, sacando da mochila uma garrafa de cachaça em miniatura, e sorvendo o líquido em apenas três goles. Presenciei muito mais gestos e atitudes, durante os 40 minutos em que estive no local. Minhas perguntas ficarão sem respostas, são conjecturas concernentes a data que evoca emoções estranhas, mas de uma coisa eu tenho certeza, se Paulo Sérgio fosse vivo, teria um grande motivo para se alegrar e comemorar com entusiasmo, o lançamento do seu site, que de agora em diante, coloca sua obra em contato com o mundo.


Jackie, filha de Paulo Sérgio, recebe pessoalmente os visitantes do local.

05 novembro 2007

ENQUETE LANÇADA NO BLOG REVELA QUE COM 44% DOS VOTOS, A CANTORA DIANA É QUEM MAIS TEM A CARA DOS ANOS 70



OS 188 VOTOS DOS LEITORES ELEGERAM COMO EMBLEMÁTICA, A CARREIRA DA CANTORA DIANA NA DÉCADA DE 70

A primeira enquete lançada no blog, teve como finalidade cativar a participação do leitor numa interatividade que permitisse revelar sua preferência musical. Foram reunidos no painel de votação, nomes que marcaram o início, o meio e o fim da década de 70. Começando com Diana, a vencedora, e terminando com Lady Zu, a lista trazia ainda os nomes dos cantores Paulo Sérgio, Raul Seixas, Odair José, Fernando Mendes, Evaldo Braga e outros. Desde já, fica registrado o agradecimento aos leitores, esperando que os mesmos se manifestem nas enqüetes futuras.

POR QUE DIANA TEM A CARA DOS ANOS 70?

Não é por acaso. Diana reune qualidades raras da participação feminina na década de 70. Desde a tímida estréia em 1969, ao estrondoso sucesso do primeiro LP em 1972, passando pelo lançamento do LP Uma Vez Mais em 1973, a cantora se manteve no posto de maior representante do romantismo na música popular. Apesar de muitos distraídos associarem o nome da cantora ao movimento Jovem Guarda, Diana nada tem com o período, exceto os arranjos de suas músicas nos dois primeiros LP’s, que por serem da CBS, ainda traziam fortes indícios do movimento, principalmente nos arranjos semelhantes, e nas composições e versões de Rossini Pinto, cantor compositor e grande versionista de inúmeros sucessos da jovem guarda. Diana foi lançada ao sucesso, pelas mãos do senhor Evandro Ribeiro, diretor da gravadora CBS, muito importante na carreira e na criação do mito Roberto Carlos. Evandro tinha admiração pela voz e pela postura artística de Diana. Fez da cantora a maior intérprete feminina romântica, capacitando-a para concorrer com Roberto Carlos no posto. Roberto Carlos era o maior artista da gravadora e também gostava muito de Diana, ele sabia que no interior do Brasil os apaixonados só ouviam dois cantores: ele e Diana.

DIANA MUDA DE GRAVADORA E DE REPERTÓRIO

Além de ser conhecida como a “cantora apaixonada do Brasil”, Diana era casada com Odair José, ídolo popular e um dos maiores vendedores de discos do país naquele período. Os dois se conheceram quando estavam começando carreira artística, namoraram por um tempo, foram morar juntos e só depois foi que selaram a união em cartório. Enquanto esteve na CBS, Diana gravou repertório romântico, entrando para a história com a inesquecível PORQUE BRIGAMOS, agradando aos fãs e à própria gravadora. Raul Seixas foi designado para produzir a cantora, sendo o responsável pelos arranjos jovens. Até porque, Diana era muito nova e não podia ficar marcada por um estilo fadado ao fim. Ao mesmo tempo em que produzia o disco, Raul compunha baladas românticas para Diana. Músicas como Ainda Queima a Esperança, Hoje Sonhei Com Você, Estou Completamente Apaixonada, Você Tem Que Aceitar e Pegue as Minhas Mãos, são músicas conhecidas do repertório do primeiro LP de Diana e que foram compostas por Raul e o parceiro Mauro Motta, músico de Roberto Carlos. O LP Uma Vez Mais, de 73, saiu muito parecido com o primeiro, o que sinaliza para uma busca da gravadora pela repetição do sucesso do disco anterior. As músicas Uma Vez Mais, A Música da Minha Vida, Amor Só Se Paga Com Amor e Esta Noite Lhe Digo Que Não, percorreram o país oscilando de posição entre as dez mais tocadas nas rádios do Brasil. Contudo, Diana queria muito mais para sua carreira artística, queria por exemplo, fazer um disco mais autoral, o que era praticamente impossível de ser realizado dentro da CBS. A mudança de gravadora foi inevitável, Diana transferiu-se para a Phonogram. Pelo selo Polydor, gravou em 1974, o compacto duplo Você Prometeu Voltar e em seguida grava o LP. Estourou em vendagens e ganhou todos os prêmios disponíveis para a categoria. O primeiro LP pela Polydor apresentava uma Diana cândida e autoral. O disco produzido por Odair José e Jairo Pires, emplacou sucessos como: Esta Noite a Minha Vida Vai Mudar, Foi Tudo Culpa do Amor e Você Prometeu Voltar. O disco trouxe mudanças significativas para a carreira de Diana. Ela cortou tudo que lembrasse a CBS, tomando o cuidado de afastar qualquer acorde que remetesse à jovem guarda. Ousou como autora e como intérprete e o que faltava para complementar a mudança, veio com o disco de 1975, Diana Uma Nova Vida. Diana assina 8 das 12 composições do disco. Uma das composições do disco caiu no gosto popular, a música Lero-Lero, de sua autoria, tocou no Brasil inteiro, além das faixas Ainda Sou Mais Eu, Momentos, Vem Morar Comigo e Se Você Tentasse. Quem acompanha a carreira de Diana e tem todos os discos da cantora, ou pelo menos os discos da década de 70, sabem da mudança progressiva na interpretação da cantora. O LP de 1976, conhecido como Diana Sem Barulho, é a prova cabal de que Diana é uma cantora completa, além de competente compositora. Sem Barulho, faixa que abre o disco, ela deixa claro seu objetivo como intérprete, vindo a se revelar na autobiográfica, Sangue nas Veias: se você pensa que sou feita apenas de carne e osso / que canto cantigas brejeiras sem nada de novo / que sou isso, que sou aquilo, que sou um tanto inconstante / que pra você eu não sou nem um pouco importante / o que você não sabe é que acima disso tudo / sou eu quem me dirige / que me largo / que me cuido / eu faço do amor um caminho de paz pro meu mundo / se você pensa que estou contando somente vantagens / é só conhecer o meu canto e deixar de bobagens / eu sei que carrego no sangue as vontades do amor/ que me corre nas veias / eu sei que a vida que levo é até passageira / o que você não sabe é que acima disso tudo sou eu quem me dirige.... O disco pode ser compreendido como um dos trabalhos mais explicativos da carreira da cantora. Variação de ritmos, elaboração orquestral e muita sensibilidade, são perceptíveis à primeira audição. Deixa para trás aquela Diana de canto baixinho, de voz mansa e embriagada pelas versões do Rossini Pinto. Pela primeira vez ela grava em discos, usando todo o seu potencial vocal, deixando ecoar sua verdadeira voz, cantando alto e afinado, em parceria com músicos modernos e atentos ao potencial vocal da intérprete. O disco em resumo, é uma pérola do pop brasileiro. Outra mudança que Diana imprimiu na sua carreira, está registrada no LP Flor Selvagem, de 1978, já pela gravadora RCA. Disco bem produzido e com alto custo de produção. Diana convocou para o estúdio dirigido por Estáquio Senna, o grupo Azimuth, Maurício Einhorn, Hélio Delmiro, Nivaldo Ornelas, José Roberto Bertrami e Oberdan Magalhães. Diana não pode ser lembrada apenas pelas interpretações românticas do começo da carreira. Ela é muito mais, ela é dona de uma das carreiras mais interessantes do universo feminino da década de 70. Vale a pena conferir sua obra. A propósito, o leitor já ouviu Diana interpretando a música Vida Que Não Pára, de Odair José? Vença os obstáculos e dê um jeito de ouvir.

DIANA E A MÍDIA

Em maio de 1972, o prêmio Disco de Ouro, criado pelo Chacrinha em 1964, foi entregue aos cantores que mais venderam discos no ano de 71, Diana, Roberto Carlos, Clara Nunes, Chico Buarque, Cláudia Barroso, Waldik Soriano e Evaldo Braga, foram alguns dos agraciados com a premiação. Num programa especial, os premiados antes de receberem o troféu, cantavam seus sucessos. Chacrinha foi incentivador da carreira de Diana tanto no rádio como na televisão, o apresentador estava sempre fazendo comentários sobre a cantora. Nas colunas em que escrevia para várias revistas e jornais, Diana era sempre lembrada pelo Velho Guerreiro. Numa coluna ele escreveu em maio de 72. “No tabuleiro da baiana tem... A revelação de que a Diana vai gravar música de Roberto Carlos. O negócio se chama Não Fui Te Ver Porque Choveu. Sai no mês que vem.”. Silvio Santos, outro nome importante para a classe artística, nos anos 70, sempre se referia á Diana com muito afeto. Divulgava as conquistas de Diana na carreira. Em 1976, Hildegard Angel e Chacrinha comentavam em suas colunas a gravidez de Diana. Chacrinha foi enfático e escreveu em sua coluna na revista Amiga: “Enquanto espera o seu bebê, a cantora Diana vai faturando com o seu disco Lero-Lero”.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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