18 dezembro 2007

NÃO POSSO E NÃO DEVO ME CALAR


Folha de São Paulo - TENDÊNCIAS /DEBATES
"Recebi por email, enviado pelo próprio Paulo César, o artigo publicado ontem na Folha de São Paulo, escrito pelo autor do livro Roberto Carlos em Detalhes. Uso da liberdade para publicar o artigo na íntegra e assim reforçar meu apoio total e irrestrito ao jornalista mais injustiçado depois do fim da ditadura". Josué Ribeiro
Por PAULO CÉSAR DE ARAÚJO
FOI UM "erro de digitação". Essa foi a resposta que o advogado de Roberto Carlos forneceu à Folha ao ser indagado sobre a denúncia de adulteração do conteúdo do livro "Roberto Carlos em Detalhes" na queixa-crime que seu escritório enviou à Justiça contra mim.
Recapitulando: no livro, digo que na jovem guarda havia uma "combinação de sexo, garotas e playboys". Pois na página 16 da queixa-crime essa frase é citada com a troca da palavra "garotas" por "drogas" e, em seguida, os advogados escreveram: "(...) e por aí vai o querelante, misturando sexo grupal com homicídio, consumo de drogas com corrupção de menores e bestialismo".
Ressalte-se que não apenas naquele documento como também em entrevistas o advogado Marco Antônio Campos tem atribuído ao livro frases que não escrevi. À revista "Aplauso", por exemplo, ele afirmou que no livro está dito que Roberto "era assíduo freqüentador da cobertura de Carlos Imperial, onde as festinhas eram regadas a todos os tipos de drogas", e que, "uma vez, uma menor foi estuprada e morta numa dessas festas".
Ocorre que o livro não fala em drogas ou homicídios na casa de Imperial e muito menos associa Roberto Carlos a isso. Narra, sim, um escândalo que abalou a jovem guarda em 1966, com Imperial e outros artistas acusados de se envolver com garotas menores. No texto, enfatizo que aquilo não atingiu Roberto Carlos. Qualquer um pode confirmar isso no livro, do fim da página 306 até a página 311. Basta ler!
É lamentável que Roberto Carlos tenha entrado na Justiça sem ao menos ter lido a sua biografia. "Fizemos um resumo para ele", confessa Campos. Se o resumo que o advogado fez ao cantor foi o mesmo que está na queixa-crime e propaga em entrevistas, está finalmente explicado por que Roberto Carlos ficou tão furioso com um livro que engrandece a sua vida e a sua arte. E agora também finalmente sabemos a que ele estava se referindo quando, na primeira manifestação contra o livro, disse em entrevista coletiva que nele haveria "coisas não verdadeiras". Ou seja, diante de toda a imprensa brasileira, um dos maiores artistas do país desqualifica o trabalho de um profissional apenas baseado num resumo adulterado que lhe foi fornecido por colaboradores.
Campos fala agora em "erro de digitação". Roberto Carlos, assim como o presidente Lula, provavelmente vai dizer que nada sabia. E, aí, estamos conversados? Não, não estamos. Como bem afirmou Paulo Coelho meses atrás em artigo aqui mesmo na Folha, o que está em jogo nessa polêmica não é apenas o meu livro, não é apenas o meu caso. É a liberdade de expressão no Brasil, direito adquirido depois de longa luta contra a ditadura. Porque, se valer para outras figuras públicas o que está valendo para Roberto Carlos, ninguém mais poderá escrever a história deste país.
Várias personalidades que já leram "Roberto Carlos em Detalhes", como Caetano Veloso, Nelson Motta e Ruy Castro, declararam que se trata de um livro carinhoso e positivo para o cantor. Em recente entrevista à "Veja", o renomado jurista Saulo Ramos afirmou que o livro "é uma biografia perfeita. Não tem um ataque moral contra o Roberto. Ele me consultou e eu o aconselhei a não tomar nenhuma providência. Recusei a causa, e ele procurou outros advogados".
Será que todas essas pessoas estão erradas e apenas os advogados que o cantor procurou estão certos? É óbvio que esses advogados estão fazendo o papel deles, mas daí a tergiversar no processo, adulterar o conteúdo da obra para induzir a Justiça a erro vai uma grande diferença. E, diante disso, não posso e não devo me calar.
Pois foi baseado no conteúdo dessa queixa-crime que o juiz Tércio Pires, do Fórum Criminal da Barra Funda (SP), julgou que o livro cometia grande ofensa à honra de Roberto Carlos. Acreditando nisso, por duas vezes esse juiz ameaçou mandar fechar a editora Planeta durante aquela fatídica audiência, em 27 de abril. Sentindo-se coagida, a editora decidiu aceitar o acordo, me deixando abandonado. Resultado: o livro foi proibido, 10.700 exemplares do estoque foram apreendidos, e outros tantos, recolhidos das livrarias e entregues a Roberto Carlos para serem destruídos. É uma violência cultural sem precedentes em países sob vigência do Estado democrático de Direito.
Para o cantor, esse imbróglio trouxe desgaste de imagem e nenhum sentido prático, pois o conteúdo do livro está na internet. Além disso, o tempo ficou cada vez menor e até agora ele não conseguiu aprontar um novo álbum ou lançar uma ou duas novas músicas - fato que não acontecia desde que gravou seu primeiro disco, há 48 anos! Portanto, 2007 ficará marcado na história de Roberto Carlos como o ano em que ele não lançou nenhum novo CD, mas, ao contrário, tirou de circulação a sua biografia.

PAULO CESAR DE ARAÚJO é historiador e jornalista, autor de "Roberto Carlos em Detalhes" e “Eu Não Sou Cachorro, Não – música popular cafona e ditadura militar”.

BALTHAZAR COM CD NOVO NA PRAÇA



DEPOIS DE INTERPRETAR RAUL SEIXAS, BALTHAZAR ATACA DE “BREGANEJO”, OU SEJA: DÁ NO MESMO.

Em setembro deste ano postei um artigo sobre Balthazar enaltecendo sua potente voz, o que volto a reafirmar: Balthazar é dono de uma das melhores vozes masculinas do Brasil. Também enfatizei o erro recorrente no repertório do cantor. Em novembro, ao entrar numa loja no Centro de Tradições Nordestina, em São Cristóvão, no Rio, deparei-me com o cd Breganejo, de Balthazar. O cd tem produção musical de Joãozinho, Aladim e Toninho Rossi. Aladim é conhecido da dupla com Alan e autor de sucessos nas vozes de cantores renomados da esfera popular. São 14 sucessos sertanejos traduzidos para o breganejo. Palavra nova que abre espaços para múltiplas interpretações, uma vez que o rótulo é imposto e resistente. Balthazar não é o único cantor a aceitar e até mesmo usar, o rótulo de brega para alavancar a carreira, Reginaldo Rossi fez e se deu bem.
Clássicos como Seu Amor Ainda é Tudo, de Moacyr Franco, Paz na Cama, sucesso da dupla Leandro e Leonardo, Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme, letra de Cleide de Lima, lançada na voz de Reginaldo Rossi, e com dezenas de regravações. Balthazar solta o gogó sem pena, alcançando notas altíssimas, o que já é marca do cantor. Ligação Urbana, recente sucesso da dupla Bruno e Marrone, Quem Sou Eu Sem Ela, de Zezé di Camargo, são músicas que ganham destaque na voz do ex-roqueiro. Contudo, ao adquirir o cd, vá direto a faixa de número 8, Devolva a Passagem, de Zé do Rancho. Nela você vai entender o porquê de Balthazar ser um nome que merece respeito no cenário musical brasileiro. Balthazar surpreende com a interpretação pelo fato de sua extensão vocal ainda ter o mesmo brilho de quase 40 anos atrás, quando estreou. Só depois ouça o restante do disco. A dica é de quem gosta e reconhece o talento de Balthazar, que merece todo o nosso apoio. O acompanhamento, apesar de está inferior ao que se espera de um Balthazar, cumpre a meta a que se propõe, remetendo ora à seresta, ora a show de churrascaria. Ainda não é o que esperamos, mas tem seu valor artístico, dado ao tema do trabalho, Breganejo, não podemos exigir os arranjos de Eduardo Lage, ou produção de um Max Pierre. Aladim, que não é o gênio da lâmpada, dá conta do recado.
Aguardo Balthazar para uma entrevista exclusiva no blog, não faltará assunto, elogios e perguntas. Desde já, recomendo aos fãs do cantor que corram às lojas, a fim de adquirir o novo cd do artista. Se puder, contrate-o para shows, o telefone é 11- 8319-3788.



Informações adicionais:
CD Balthazar Breganejo
Produzido por: Toninho Rossi
Soomvip Studio – 11 – 6912-7176
CONTATOS PARA SHOWS COM O CANTOR BALTHAZAR: (21) 8668-0623 / 2558-5191. Falar com Naldo Kleber.
p.s: Não é jabá, não conheço ninguém da produção. Comprei o cd e estou cumprindo o propósito inicial do blog Música Popular do Brasil, divulgar e ampliar a cultura popular.



CÉSAR SAMPAIO LANÇA CD COM OS MAIORES SUCESSOS DE ANTONIO MARCOS



O PRÓPRIO CANTOR ENTROU EM CONTATO COM O BLOG PARA NOS DEIXAR INFORMADOS SOBRE SUA CARREIRA.

Durante os últimos dez anos César Sampaio vinha dedicando seu tempo na produção de discos e na criação de músicas. Seus fãs, que são muitos, por todo esse tempo aguardavam a manifestação do artista que já fez o Brasil inteiro cantar. Suas músicas ocuparam lugar de destaque nas paradas do rádio e fizeram dele um dos artistas mais populares do país, principalmente depois do mega-sucesso que fez com Secretária da Beira do Cais. César Sampaio tem seu nome resguardado na história da música popular do Brasil. A partir de 1975, quando surge no cenário nacional interpretando sucessos como a já citada e mais “Uma Lágrima na Garganta”, “Marcas no Rosto” e “Só Quero Saber”, o cantor criou sua própria popularidade, e seu estilo de musicar crônicas do cotidiano. O hiato aberto na carreira despertou saudades nos fãs, que há muito tempo vêm se abastecendo de coletâneas lançadas em cd, e dos LP’s comprados em sebos. O retorno ao disco tem um motivo muito especial: homenagear Antonio Marcos, morto precocemente em 5 de abril de 1992, aos 47 anos de idade.
O cd “César Sampaio canta os Sucessos de Antonio Marcos”, da Universal Music, tem produção e direção de Evaldo Santos, traz entre outros sucessos de Antonio Marcos, a inesquecível “O Homem de Nazareth”, composição do Cláudio Fontana, imortalizada na pungente interpretação de Antonio Marcos, “Como Vai Você”, do próprio Antonio Marcos em parceria com o irmão Mário Marcos. Certamente, a música Como Vai Você é uma das preferidas dos casais que acreditam em romantismo. Outra música que ganha qualidade na interpretação de César Sampaio, e que ficou tão marcada na voz de Antonio Marcos, é “Porque Chora a Tarde”, composição de Gabino Correa em parceria afinada com Antonio Marcos. “Menina de Trança” e “Não Vou Mais Deixar Você Tão Só”, são duas composições do homenageado, que não poderiam ficar de fora. O repertório conta no total, com doze músicas que emocionaram milhões de pessoas no Brasil e fora do Brasil. Outra música que promete fazer sucesso mais uma vez, agora na voz de César Sampaio, é “Oração de Um Jovem Triste”, de Alberto Luiz, e que virou hino na voz do ótimo Antonio Marcos. Em muitos momentos, a interpretação segura de César Sampaio nas músicas, que sem exceção, já foram sucessos na voz de Antonio Marcos e de outros intérpretes, cedeu lugar para a emoção explícita. As palavras de César transmitem sua emoção diante da obra: “Este trabalho traz felizes recordações do meu ídolo maior.”

A homenagem pode ganhar um segundo volume, tanto pelo sucesso de vendas que vem fazendo, como pelo fato da obra de Antonio Marcos ser extensa, e da quantidade de sucessos emplacados superar a casa das trinta músicas.

ANTONIO MARCOS FOI O POETA DA CANÇÃO

Antônio Marcos Pensamento da Silva, cantor, compositor e ator. Nasceu em São Paulo, em 8 de novembro de 1945, e faleceu em 5 de abril de 1992, em São Paulo. Trabalhou como office-boy, vendedor de varejo e balconista de loja de calçados, passando pelos programas de calouros, para chegar ao rádio e finalmente à televisão. De 1960 a 1962, destacou-se no programa de Estevam Sangirardi, cantando, tocando violão e fazendo humorismo. Em 1967 integrou o coral Golden Gate e atuou nas peças Pé Coxinho e Samba Contra 00 Dólar, de Moraci do Val, no Teatro de Arena. Convidado por Ramalho Neto, gravou seu primeiro disco pela RCA, como integrante do conjunto Os Iguais, tornando-se logo solista e fazendo sucesso com a música Tenho um amor melhor que o seu de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, que reapareceu em seu primeiro LP e vendeu mais de 300 mil exemplares.
Antônio Marcos morreu no hospital Osvaldo Cruz, na capital. Ele deu entrada no pronto-socorro com dores abdominais e hipotensão arterial (pressão baixa) e estava "consciente e não-alcoolizado", mas teve um agravamento do seu quadro clínico e foi internado na UTI, onde teve uma parada cardíaca em função de uma "insuficiência hepática fulminante". O laudo foi dado pelo doutor Arnaldo Guilherme Cristiano, e o corpo foi velado no próprio hospital, e sepultado no cemitério Girassóis de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo.
Antonio Marcos atingiu seu maior sucesso em 1973, com O Homem de Nazarth (Cláudio Fontana). Tem oito LPs em português e quatro em castelhano, além de gravações feitas no exterior. Em 1991 pretendia lançar um LP contendo uma versão de Imagine, de John Lennon, mas Yoko Ono, viúva de John, vetou a versão, o que, aliado à falência da gravadora (Esfinge), impediu o lançamento do disco.
No final dos anos 60, no período em que acontecia o movimento Jovem Guarda, junto com Erasmo e Roberto Carlos, Antonio Marcos foi um dos cantores de sucesso. Sua música "Como Vai Você?", gravada por Roberto Carlos, vendeu mais de 700 mil discos. Outros dois compactos, "O Homem de Nazaré", de 1973 e "Oração de Um Jovem Triste", de 1975, venderam, cada um, outros 500 mil exemplares.
No teatro, fez parte do grupo Arena, onde trabalhou no espetáculo "Arena Conta Zumbi", sob a direção de Augusto Boal. Foi ator principal da montagem carioca do musical "Hair", e protagonista de uma novela da extinta Tupi, "Toninho on The Rocks", de 1969. Foi lançado no cinema por J. B. Tanko, no filme “Pais Quadrados... Filhos Avançados”, em 1970, participando também de “Som, Amor e Curtição”, de 1972, e de outros.
Sua vida pessoal foi tumultuada. Casou pela primeira vez em 1972 com a cantora Vanusa, com quem teve duas filhas, Amanda Marcos e Aretha Marcos. Depois de Vanusa, Antonio Marcos casou-se com a atriz Débora Duarte, com quem teve mais uma menina, a atriz Paloma Duarte. Com Rose, sua terceira mulher, foi pai de Pablo. A última mulher de Antonio Marcos, Ana Paula, com quem o cantor morava há dois anos, é filha de Nice Rossi (falecida), que foi casada com seu amigo Roberto Carlos. A última música gravada por Antonio Marcos foi "Por Amor", em 1991, versão para "Unchained Melody", tema do filme "Ghost".

BOA NOTÍCIA PARA OS FÃS DE CARLOS ALEXANDRE: CANTOR VAI GANHAR BIOGRAFIA PELAS MÃOS DE LÍVIO OLIVEIRA


01/06/1957 – 30/01/1989

O PORTADOR DA NOVIDADE É THIAGO DE GÓES, QUE RETORNA A ESFERA BLOGAL DEPOIS DO SIM NO ALTAR.

Ele nasceu há 50 anos e quase duas décadas após sua morte, Carlos Alexandre, nome artístico de Pedro Soares Bezerra, vai ganhar uma biografia. Passei alguns meses pesquisando sobre sua obra e já estava quase publicando a matéria, quando Thiago de Góes me enviou a novidade. Aproveito a força da notícia para dividir com os leitores informações relevantes sobre a vida e a obra de um dos nomes mais emblemáticos do rol de cantores populares do Brasil contemporâneo.
O cantor nasceu em Nova Cruz, Rio Grande do Norte. Autor e intérprete de muitos sucessos, nasceu no dia 01 de junho de 1957. Na fase adulta passou a morar em Natal, onde iniciou a carreira de músico e conheceu o DJ Carlos Alberto de Sousa (outro que merece uma biografia, pelo muito que fez pela música popular), maior incentivador da sua carreira. Carlos Alberto, anos mais tarde tornou-se produtor do cantor e o levou para São Paulo, onde foi apresentado aos produtores da gravadora RGE. Nos estúdios da gravadora paulista gravou em 1978, seu primeiro compacto com as músicas “Arma de Vingança” (parceria com Carlos Alberto) e “Canção do Paralítico” (parceria com Osvaldo Garcia). A aceitação do público foi imediata, a música passou a ser executada nas rádios, obtendo vendagem superior a 100 mil cópias, fazendo com que a gravadora gravasse no mesmo ano, o primeiro LP de Carlos Alexandre com o sugestivo título de “Feiticeira” (parceria com Osvaldo Garcia), nome de uma das músicas do disco que também foi gravado em castelhano. A experiência do cantor potiguar resultou na explosão da música “Feiticeira”, disparada nas rádios de norte a sul do país, levando o público a comprar mais de 250 mil cópias do LP.
É quase impossível alguém dizer que nunca ouviu uma música do repertório de Carlos Alexandre, inúmeros sucessos ganharam destaque na mídia. Além de “Feiticeira”, teve “A Ciganinha” (parceria com Aarão Bernardo), “Índia” (parceria com Carlos Alberto), “Final de Semana” (parceria com Maurílio Costa), “Já Troquei Você Por Outra”, de sua autoria, e outras dezenas de sucessos. O maior incentivo ao sucesso o cantor receberia ao participar da promoção Cantor Mascarado, da Buzina do Chacrinha. Carlos Alexandre ficou várias semanas cantando “Feiticeira” com o rosto encoberto. Chacrinha distribuía prêmios para quem acertasse o nome do cantor mascarado.
Durante pouco mais de dez anos de carreira, o sucesso foi o mais fiel parceiro de Carlos Alexandre. Seguindo na linha de Evaldo Braga, o cantor inseria sentimentos de traição, vingança e revolta nas letras das músicas que cantava, todos moldados por uma interpretação dramática peculiar. Aos que lhe criticavam, chamando-o de cafona e apelativo, Carlos Alexandre respondia apresentando o aval do povo “Acho que as pessoas que dizem isto é que são cafonas. Dizem que meu estilo é cafona só porque atinjo o povão. Mas não me importo. O mais importante é que todo disco que faço é sucesso e o povo compreende.” E compreendia mesmo, pois em três anos de carreira já havia vendido 500 mil cópias dos quatro LPs gravados até julho de 1982. “Assumi um compromisso com o público e sei que não vou decepcioná-lo. Desde meu primeiro disco, em 1979, que venho procurando atingir um número maior de pessoas, através da música. Pela aceitação demonstrada, acho que consegui este objetivo.” Como cantor, compreendeu muito cedo o poder que a música exercia sobre as pessoas, principalmente sobre o seu público, que anualmente surgia em maior quantidade, cada vez mais proveniente das camadas pobres da sociedade.
Quando lançou o LP Revelação de Um Sonho, em 1982, o quinto da carreira, Carlos Alexandre homenageou Evaldo Braga, outro ídolo popular, morto num acidente automobilístico no auge da carreira, em 1973. Ironicamente, o próprio Carlos Alexandre morreria também de desastre automobilístico, sete anos depois de homenagear Evaldo. O LP foi um dos discos mais vendidos daquele ano e reascendeu a saudade dos fãs de Evaldo. Na ocasião, Carlos Alexandre explicou para a repórter Ângela Toledo, da revista Sétimo Céu, o porque da homenagem: “Como Evaldo Braga estava muito esquecido, me propus a fazer um trabalho para reabilitar sua memória, e depois porque sempre me identifiquei com o que ele cantava.”
Apoiando a idéia de Solange, esposa e parceira em composições _que queria homenagear um afilhado do casal_ foi que Pedrinho (nome que o artista usava no começo da carreira, com o qual assinou Caixa Vazia, música gravada em 1975 pelo cantor potiguar Ruan Carlos) adotou o nome Carlos Alexandre. Quando o filho do casal nasceu, recebeu o nome de Carlos Alexandre Junior, que tinha sete anos quando o pai faleceu.
ENCONTRO COM A MORTE NA ESTRADA AOS 32 ANOS
A vida do cantor foi cortada por um fatal acidente automobilístico quando retornava de um show na cidade de Pesqueira, em Pernambuco, em 30 de janeiro de 1989. Sua discografia está registrada em mais de 200 composições gravadas em 3 compactos, 14 LPs, sendo 2 LPs e 4 CDs pós-morte. Pelo muito sucesso que fez, Carlos Alexandre recebeu em vida, 15 discos de ouro. Artistas como Bartô Galeno e Gilliard, gravaram músicas do cantor que, apesar de ter surgido em 1978, foi somente na década de oitenta que estabeleceu uma carreira triunfante. Suas composições ganharam destaque também, nas vozes de outros nomes bastante conhecidos e prestigiados pelo público romântico de Genival Lacerda, Gilliard, Bartô Galeno, Barros de Alencar, Ismael Carlos e outros.
A morte de Carlos Alexandre repercutiu como uma bomba nos corações apaixonados dos seus milhares de fãs espalhados pelo território nacional. Como se não bastasse o fato de morrer tão jovem, aos 32 anos, os fãs estavam perdendo de vez a oportunidade de algum dia poder ver seu ídolo de perto, de poder acompanhar uma carreira de sucesso. De repente, seus tiveram que se conformar com a falta definitiva que o artista faria a cada ano em que um disco seu não mais seria lançado. Como grande vendedor de discos que foi durante a carreira, após sua morte a RGE colocou no mercado 2 LP’s em homenagem ao cantor e mais tarde, outros 4 CD’s com coletâneas do artista, a fim de suprir a carência dos fãs e lucrar com a morte do artista, o que é muito comum no mercado fonográfico.

CANTOU GANHOU SHOW TRIBUTO EM 1999, COM PARTICIPAÇÃO DE MARINA ELALI, BABAL, CANTUS DO MANGUE, E OUTROS

O filho do cantor homenageou o pai na música Tributo ao Meu Pai (Carlos Alexandre Junior e Nilton Azevedo), a música faz parte do seu primeiro CD, gravado em 2000 pela gravadora Gema. De todas as homenagens que o artista recebeu depois de sua morte, a mais importante foi feita no dia 2 de junho de 1999, no espetáculo “Vem Ver Como Eu Estou” (título de uma música de Carlos Alexandre em parceria com Nando Cordel, do disco que leva o mesmo nome, gravado em 1984), realizado pelo produtor cultural Marcelo Veni, no Teatro Alberto Maranhão, em Natal. No show Tributo a Carlos Alexandre, cantores da nova geração do Rio Grande Norte, fizeram uma releitura da obra do artista e o homenagearam enfeitando as músicas, velhas conhecidas do público, com blues, rock e pop. Nomes conhecidos do público potiguar, homenagearam o ídolo formatando-o de acordo com o gênero de cada um. Cristina Holanda, Cleudo Freire, Júnior Baiano, Cantus do Mangue, General Junkie, Babal, além de Carlos Alexandre Júnior e Marina Elali, cantora, hoje conhecida no Brasil inteiro pelo sucesso de sua música na trilha sonora da novela Páginas da Vida.
Deixou um único filho, Carlos Alexandre Junior, que também segue a carreira do pai gravando discos e fazendo shows pelo nordeste. Paulo Márcio, irmão de Carlos Alexandre, também é cantor e muito popular.


Carlos Alexandre Jr. cantando na TV, em São Paulo

17 dezembro 2007

ESPECIAL DE ROBERTO CARLOS: SEM ERASMO E SEM WANDERLÉA, CAMILA PITANGA SEGURA O GUARDA-CHUVA. MAS, BEM QUE PODERIA SER A RIHANNA. Ê, Ê, Ê, UMBRELLA.


Sábado, dia primeiro de dezembro, 9 mil pessoas lotaram a Arena Multiuso (ginásio construído para os Jogos Pan-Americanos), no Rio, para conferirem de perto a gravação do especial de Roberto Carlos. O espetáculo, que este ano teve ingressos vendidos, com já é de praxe, acomodou centenas de artistas globais na platéia. Reynaldo Gianecchini (na platéia) atraiu a atenção do público a ponto da produção ter que intervir.
O especial que faz parte da programação anual da TV Globo, vai ao ar na noite de natal, é a prova do quanto a Globo é grata ao telespectador. Às 22h30, Roberto entrou no palco cantando Emoções, vestindo calça jeans, blazer e camisa branca, disfarçando o atraso de uma hora e meia. O atraso foi devido aos ajustes técnicos. Com o rosto visivelmente remoçado, Roberto Carlos repetiu o ritual de sempre: cantou aquelas músicas suaves, falou da superação do TOC antes de cantar Negro Gato, e balbuciou algumas frases de efeito, sem efeito.
Os convidados para duetos com o cantor repetiram o mesmo lero-lero de sempre. “Diante desse público que te ama tanto, eu fico numa emoção enorme”. Babou o ministro da Cultura Gilberto Gil. Envernizado de tantas loas que recebeu ao longo da carreira, Roberto, quase mexendo os ralos cabelos, respondeu ao ministro, antes cantarem No Woman, No Cry, de Bob Marley. “Eu fico num nervoso, que você nem acredita!”. (no fundo dos olhos do ministro, percebia-se que ele dizia: num acredito mesmo.) Já Alcione, outra convidada de Roberto, entrou no clima mandando essa: “Eu estou tão relax e resolvi tomar uma decisão. Vamos aproveitar que eu estou de branco e vamos casar!”. Não sei se foi espontâneo, claque ou outra coisa, mas todo mundo riu. Com o grupo Roupa Nova não foi diferente, os elogios saltaram na direção de ambos os lados. Graças ao talento e ao destaque como Bebel em Paraíso Tropical, Camila Pitanga, atriz de “catiguria”, deu um show à parte. Pela beleza, pelo carisma e pelo dueto insólito, cantou com Roberto Carlos as músicas Olha e Como é Grande o Meu Amor Por Você. Ao apresentar Camila, Roberto ampliou os elogios falando da sua veia noveleira, arrancando automaticamente do público presente, aplausos merecidos para a triz.

AUSÊNCIAS
Duas ausências, sem explicação alguma, marcaram a platéia e certamente irão mexer com o telespectador quando o programa for ao ar. Erasmo Carlos e Wanderléa não participaram do especial. Amigos e companheiros desde o início da carreira, os dois, este ano, terão que assistir ao programa como a sua tia e sua avó, ou seja, do sofá de casa. Sinceramente, os produtores da Rede Globo estão perdendo a noção da palavra atração. No último domingo, o apresentador Faustão entregou no ar a crise que a emissora vem enfrentando com a falta de atrações interessantes, onde o próprio Faustão lamentou o fato de ter que ficar explorando por meia hora, um menino de seis anos que fazia miséria com um teclado. Faustão indignado, seguiu com o menino pelas mãos metros adentro, deixando o sinal falhar, tudo para cobrar um cachê para o virtuoso-mirim dos teclados. Acredito que a causa seja o crescimento abrangente, e a vantagem recorrente que a Rede Record vem obtendo sobre a Globo. É a única explicação plausível para tanto desequilíbrio numa programação que nem é tão difícil de organizar, basta usar dos incomensuráveis recursos que a Vênus Platinada tem a seu favor. Com tudo isso, fica difícil não mudar de opinião.

TV Globo/Renato Rocha Miranda/Divulgação
Sem Erasmo e sem Wanderléa, a atração que há muito deixou de ser unanimidade, fica mas sem graça ainda. Uma saída radical para levantar a audiência do “especial”, seria a produção meter a mão no bolso e contratar a cantora Rihanna para um dueto espetacular com Roberto Carlos. Ela entraria logo no início, cantando Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo, e só voltaria no final, para cantar “Umbrella”. Roberto, imerso em tinta prateada, faria o vocal na parte em que ela canta: ê, ê, ê, umbrella, elá, elá, ê, ê, ê, umbrella. Aí sim, a audiência atingiria aos píncaros, até mesmo os ressentidos da falta dos dois amigos do Roberto, mandariam um ê, ê,ê.

07 dezembro 2007

“SONHAR CONTIGO” GARANTIU O SUCESSO DE ADILSON RAMOS



Adilson Ramos é carioca, mas mora em Recife desde 1983. Iniciou a carreira no grupo Os Cometas, mas o reconhecimento veio tempos depois, na carreira solo com o sucesso da música “Sonhar Contigo”, de sua autoria com seu tio Armelindo Leandro. O disco já vendeu mais de 4 milhões de cópias. O artista conquistou prêmios importantes na carreira, dentre os quais, o Troféu Chico Viola. Com vários discos de ouro no currículo, Adilson é romântico assumido e continua fazendo muitos shows pelo país, principalmente no nordeste.
Adilson Ramos de Ataíde nasceu no dia 7 de abril de 1945, em Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Aprendeu tocar sanfona com apenas nove anos. Ainda menino ouvia as músicas que tocavam no rádio e em seguida repetia no instrumento, o mesmo som que acabara de ouvir. O pai cada vez mais crente no potencial do filho, matriculou-o numa escola de música. Pouco tempo depois de matriculado no curso, o menino chegou em casa mostrando para a mãe a composição que fizera para ela. Adilson tinha então 11 anos, e data daí sua primeira composição, feita em 1956. O primeiro passo de Adilson Ramos na direção da carreira artística, foi dado em 1957, quando entrou para o Clube do Guri, acompanhado por mais três rapazes moradores de Santa Cruz, bairro vizinho de Campo Grande, bairro em que Adilson morava. Foi também com os mesmos rapazes, que aos 15 anos ele gravou seu primeiro disco, intitulado “Olga”, lançado em 10 de abril de 1960. A carreira seguia de vento em polpa, mas faltava algo para o menino sonhador alcançar seu objetivo, que era tornar-se famoso. Com os demais integrantes do grupo, animava bailes e cumpria uma agenda digna de candidato a astro. Em 1963, aos 18 anos, aconteceu o que ele esperava, a oportunidade para gravar sozinho e se lançar como cantor popular. Coincidentemente foi no dia 10 de abril _mesma data em que gravou seu primeiro disco com a banda_ de 1963, que o cantor lançou seu primeiro trabalho na carreira solo. Uma composição de sua autoria em parceria com o tio, colocou Adilson no topo das paradas das rádios do país inteiro. Sem consciência do tamanho do sucesso que faria com a música "Sonhar Contigo", entrou para a galeria dos autores de músicas inesquecíveis dos anos 60.
“Sonhar Contigo” atravessa gerações e quando menos se espera ela ressurge na voz de outro artista. Não é preciso dizer que Adilson atingiu o alvo como cantor com esta música, mesmo antes dos astros do iê-iê-iê brasileiro darem sinal de existência, ele já estava na história como autor e cantor de sucesso. Além da música na boca do povo, Adilson contou ainda, com o porte de sua beleza física, que atraía fãs para shows e para os corredores das rádios. Sonhar Contigo foi gravada por artistas consagrados da música popular brasileira e de outras nacionalidades. Orlando Dias, Agnaldo Timóteo, Elimar Santos, Tânia Alves e as Irmãs Galvão, são alguns dos artistas que apelaram para o sucesso garantido da composição de Adilson Ramos. Bienvenito Granda, também caiu na tentação e regravou a pérola. Em 1998 "Sonhar Contigo" fez parte da trilha sonora da minissérie "Hilda Furacão" (adaptação de Glória Perez do livro homônimo de Roberto Drummond), da Rede Globo.
Na carreira de Adilson existem hiatos causados por outras paixões do cantor, os negócios. Mesmo fazendo sucesso, em 1967 Adilson deixou de lado a carreira e foi cuidar de suas indústrias de móveis, retornando à gravações somente em 1972, atendendo convite da gravadora Polydor. Na época, o cantor trabalhava na divulgação da música “Fale Baixinho” (versão da música tema do filme O Poderoso Chefão). Dividia as atenções exigidas pelo disco, com os negócios das indústrias. Em 1977, Adilson gravou o disco, que ele próprio chama de disco da sua vida, o LP trazia uma coleção de sucessos do artista dos anos sessenta, puxada pelo hit Sonhar Contigo e mais: Sonhei Com Você, Duas Flores, O Relógio e Tão Somente Uma Vez. Outra vez, mais um disco foi sucesso de vendas.
Na década de 80, tudo indo bem com a carreira, ele resolveu mudar de estado, deixando São Paulo, cidade onde morava ha muitos anos, para morar na capital pernambucana em 1984. Escolheu Recife para morar porque devido a quantidade de shows que fazia no nordeste, pouco ficava em São Paulo. No mesmo ano lançou pela gravadora RCA, o LP “Em Nome do Amor”. O disco emplacou 8 faixas nas rádios e mais uma vez o cantor viu-se em evidências. No ano seguinte, em 1985, os fãs do cantor comemoraram o sucesso do disco mais expressivo de Adilson Ramos na década de 80. O LP (RCA) trazia a música “Só Liguei Porque Te Amo”, versão da música I Just Call To Say I Love You, de Stevie Wonder. A música do cantor americano estava estourada com o sucesso do filme A Dama de Vermelho. Adilson vendeu muitos discos e sua música tocou nas rádios do país inteiro.
Adilsom Ramos é muito solicitado para shows no Brasil, realiza em média três shows por semana. Além dos fãs espalhados pelo mundo, é muito querido pelo povo nordestino e aplaudido por platéias de até 55 mil pessoas por shows.
ALGUMAS OBRAS DO ARTISTA
1986 LP O Iluminado (A Chuva Me Lembrou Você)
1989 LP O Carismático (Continental). O cantor presta homenagem ao ídolo Altemar Dutra, gravando Tudo de Mim, Que Queres Tu de Mim, Maria Helena e Sentimental.
1994 CD Sempre Romântico (BMG Ariola). CD comemorativo pelos 34 anos de carreira de Adilson Ramos. Disco em catálogo com 24 sucessos da carreira do cantor.
1994 LP Boleros e Boleros (Warner Continental). Produzido por Paulo Rocco, descobridor de Adilson, o LP reúne músicas consagradas como Brigas, Você Ainda Mora em Mim, Eu Vou Ter Sempre Você, Contigo Aprendi, A Porta, entre outras.
1996 CD "20 Super Sucessos de Adilson Ramos". Com novos arranjos, alguns clássicos da música romântica brasileira como: "Quem é", "Negue", "Ninguém é de Ninguém", "Meu Nome é Ninguém", "Tortura de Amor", "Como Vai Você" e outros sucessos internacionais como: "La Barca", "Unchained Melody", "Recuerdos de Ipacaray". Mais um marco na carreira, que o colocou como recordista de vendas dessa série, "20 Super Sucessos", tanto que foi convidado a fazer um outro: "20 Super Sucessos Volume 2".
1998 CD "20 Super Sucessos Volume 2", no qual, além de alguns sucessos de sua carreira, presta homenagens a vários colegas seus como:Reginaldo Rossi, Jamelão, Moacyr Franco, Lulu Santos, Renato e Seus Blue Caps, Roupa Nova e outros.
1999 CD ao vivo, "Eu e Vocês". Gravado na Fun House, uma das maiores casas de shows do Brasil em Recife. No disco, além dos grandes sucessos ao longo dos 39 anos de carreira, como "Olga", "Sonhar Contigo", "Sonhei com Você", "O Relógio", "Perfídia", "Lêda", "Solidão", "Só Liguei Porque Te Amo" e muitos outros, Adilson Ramos homenageia artistas como:Evaldo Braga, interpretando o sucesso "Sorria Sorria", Paulo Diniz, com a canção "Pingos de Amor", Alexandre Pires com "Esta Tal Liberdade", e seu grande amigo Altemar Dutra, cantando as músicas "Brigas", "Que Queres Tu de Mim" e "Sentimental Demais". Homenageia ainda o grande Waldick Soriano, com a música "Tortura de Amor". Relembra ainda o movimento Jovem Guarda, cantando"Esqueça", "Pode Vir Quente" e "Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones".
1999 CD Millenniun (Polygram Universal). Coletânea com grandes sucessos.
1999 CD Grandes Sucessos de Adilson Ramos (BMG Ariola) Coletânea.
2000 CD "Pelo Amor de Uma Mulher” (Sony Music). Comemoração dos 40 anos de carreira de Adilson Ramos. Seis canções inéditas foram escolhidas: "Telefonema", "Coisas de Nós dois", "Debaixo dos Lençóis", "Vou Seguir Meu Coração", "Eu Me Encontrei em Você" e a canção que dá título ao CD "Pelo Amor de Uma Mulher" música cantada por Adilson e o compositor da mesma Michael Sullivan. Faixas com grandes hits da música popular romântica como:"Que Será" de Dalva de Oliveira, "Pensando em Ti" e “Onde Estás Agora” de Anísio Silva, "Aparências" de Márcio Greyck, "Sombras" e "Beijo Gelado" do saudoso José Augusto grande sucesso na década de 60. "Verônica" de Maurício Reis e ainda "No Toca-fitas do Meu Carro" de Bartô Galeno.
2001 "2 LPs em 1 CD". No Volume 1 os LPs "Sonhar Contigo" e "Sempre Contigo".
(BMG). No Volume 2 "Feliz por te amar" e "Vou Sair dos Lábios Teus". Uma festa para colecionadores e para os fãs de Adilson Ramos.
2001 CD Popularidade Adilson Ramos (Warner Music). Coletânea.
2001 CD Quatro em Um (BMG). Coletânea.Carlos Gonzaga e Márcio Greyck. Fernando Mendes e Adilson Ramos.
2001 CD Adilson Ramos - Muito Romântico (Polymusic) Coletânea.
2002 CD O melhor de Adilson Ramos (Paradox) coletânea.
2003 CD Corpo, Alma e Coração. Com 15 músicas inéditas e 2 faixas interativas.
Adilson Ramos na rede http://www.adilsonramos.com.br/

27 novembro 2007

CAZUZA. O POPULAR QUE TANTO PODIA CANTAR ROCK, COMO INTERPRETAR LUPICÍNIO.



O POP DE LÍNGUA PRESA, OU MELHOR: O NOSSO “SOPA DE MAÇÃ AMASSADINHA”

Por que Cazuza num blog que exalta as obras de Waldik Soriano e Genival Santos? Minha resposta é simples e direta: ele era igualmente popular e ouvido pelo povo. Se nós julgamos muitos artistas com a cara dos anos 70, o representante da década de 80 tem cara definida e o seu nome é Cazuza. O cantor imprimiu sua vida nas idéias de quem acreditava num novo mundo. Seu estilo ficou guardado como fotografia. Nas paredes da memória, ele está lá, cantando, rindo e falando com sua voz rouca e seu jeans rasgado, se morreu, foi para poucos e se vive, é porque o tempo não pára e os museus só guardam as grandes novidades, que são velhas, mas que se repetem sempre.

ODAIR JOSÉ E CAZUZA NUMA PARCERIA
Perguntei para o pai de todos os pop’s dos anos 70, o poeta atemporal Odair José, como seria uma parceria dele com Cazuza, no que Odair respondeu: Conheci o Cazuza, poderia ter me tornado amigo dele, mas não me tornei. Porque sou mais velho, de um mundo e ele de outro. Achava ele muito competente e gostava muito dele. Odair prossegue e explica como seria a parceria: Daria certo. O Cazuza era um boêmio, eu também sou. Cantava o amor, assim como eu. Não convivi mas conheci e achava ele uma gracinha de pessoa. Me lembro dele com aquele lenço no bolso da calça, no tempo da banda Barão Vermelho. O Cazuza era muito interessante, não só como comportamento, mas ele mesmo. Como artista de palco ele era competente. As letras dele são muito boas. Foi uma pessoa que não tinha como passar desapercebida. Eu tive o meu tempo, o Roberto Carlos teve o tempo dele, o Caetano teve a sua importância nas coisas que disse, o Noel Rosa também teve, o Cazuza teve o tempo dele. Eu acho que os anos oitenta foram anos Cazuza.” Infelizmente a parceria não se realizou, mas nas músicas de Cazuza há muito de Odair e vice-versa.


Ele era rico, mas sua ideologia era a de mudar o mundo com um coração partido. Cazuza fez dos anos oitenta, sem pretensão, os anos mais breves de sua vida. Tudo foi muito rápido para os que assistiram tudo de cima do muro. Aquele garoto que gostava de Lupicínio e amava Dalva de Oliveira, já na metade da década, podia ouvir Caetano, Ney e outros cartolas cantarem suas músicas. Era filho do presidente de uma grande gravadora, mas como era exagerado, sorvia tudo que escorria das fontes produtoras de músicas. Como um bom burguês, ele amava Caetano, ouvia Nelson Gonçalves, mas cantava o que fazia sangrar o sangue dos inimigos. Ele introduziu a dor-de-cotovelo-pop.
Agenor de Miranda Araújo Neto veio ao mundo no dia 4 de abril de 1958 para viver 32 anos, fazer parte da banda Barão Vermelho e com ela gravar três discos, seis LP’s solo, sendo que o LP Burguesia, é duplo. Como era de veneta, soltou o último disparo antes da hora da partida, mais um disco, o póstumo Por Aí. No seu currículo também estava a condição de ser filho único da Lucinha e do João, e por eles, ser amado, mimado e defendido até a morte, no triste dia 7 de julho de 1990. Infelizmente não se pode mudar o que já passou. Uma trajetória como a de Cazuza, não é feita ou arquitetada na mesa de um produtor artístico, simplesmente é vivida. A interpretação própria da vida, talvez possa ser compreendida na letra da música Vida Louca Vida, de 1989. Cazuza diz na composição, estar cansado de tanta babaquice, tanta caretice, dessa eterna falta do que falar. Aquele artista cheio de energia que em 1982 cantava Pro Dia Nascer Feliz, agora pedia à vida para levar-lhe, já que não podia levá-la. Era o fim da imensa vida breve. Ele partiu num trem para as estrelas e de lá, sem poder assistir o filme sobre sua vida, deve ter dito com aquela cara de menino, faz parte do meu show. Ora bolas!

23 novembro 2007

ENCONTRO DE REIS




O QUE ACONTECE QUANDO WALDIK SORIANO E BARTÔ GALENO SE REÚNEM?
Foto que traduz muito da história da música popular do Brasil. Waldik Soriano dispensa apresentação, Bartô Galeno idem. O encontro aconteceu numa reunião de amigos na casa de Waldik, em Fortaleza. Bartôzinho Galeno assiste a tudo sem pestanejar, só guardando na memória os ensinamentos dos mestres. Tudo porque pretende aplicar na sua carreira, as marcas vitoriosas do Pai e do padrinho. O gravador ligado indica que vem música nova por aí, no mínimo interessante.

20 novembro 2007

FOTOS, FLORES E FÃS, ORNAM A SEPULTURA DE PAULO SÉRGIO


QUANDO A SAUDADE APERTAR... VISITE O SITE DO CANTOR PAULO SÉRGIO

Paulo Sérgio estaria com 63 anos se não tivesse morrido prematuramente em julho de 1980. Desde o primeiro ano de sua morte, os fãs marcam presença no túmulo do cantor, no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Este ano, a fim de transmitir o fato aos leitores do blog, resolvi acompanhar de perto a visitação, que há 27 anos desperta curiosidade acerca da fama crescente de Paulo Sérgio. O ano é importante para os fãs do artista, principalmente pela estréia do site em sua homenagem, produzido por Gilberto Ivo, fã inconteste do cantor. A data, naturalmente marcada pela tristeza dos parentes que lamentam a falta de entes queridos, provoca verdadeira romaria aos cemitérios de todo o país, o movimento só não é ainda maior pelo fato do Brasil, estatisticamente apresentar fatia relevante de evangélicos na sua população.
Quanto aos fãs de Paulo Sérgio, não basta guardar as lembranças do cantor, apenas na memória, é preciso cultivar o nome e a presença do ídolo dentre os vivos. Quem chegar ao cemitério e perguntar pelo túmulo do cantor, facilmente será informado, pois todos os funcionários estão acostumados com a procura freqüente dos fãs. Se por acaso alguém resolver encontrar o túmulo por conta própria, também será fácil, pois de longe se ouve as músicas de Paulo Sérgio.

Flores, pôsteres, fãs, flashes, equipes de tevê, e muita gente reunida, indicam que o lugar abriga os restos mortais de alguém muito importante. O aparelho portátil tocando ininterruptamente o cd, não deixa dúvidas de que o cultuado em questão, é o cantor Paulo Sérgio de Macedo, morto há 27 anos, enterrado numa quarta feira de julho, diante de milhares de fãs.
Paulo Sérgio nunca saberá que fui ao cemitério três vezes na vida em situações e locais distintos, mesmo tendo 36 anos de idade, a mesma com a qual ele faleceu, também não ficará sabendo que o Beijoqueiro português, enfrentou a fúria dos policiais para lhe dá o primeiro e último beijo, no dia do seu sepultamento. São tantas, as coisas que foram feitas para ele e que nunca saberá, como por exemplo, a devoção da fã e amiga Adelina, que anualmente sai de São Paulo para o Rio, somente para enfeitar o seu túmulo e render-lhe homenagem. Não sabe que seu admirador Ellvis Antonyo, de tão fã, ficou parecido com ele. Não sabe que sua filha Jaqueline, recebe com afeto todos os anos, os fãs do pai tão querido. Paulo Sergio não pôde ouvir o que eu ouvi de Marlene, mãe da sua filha: “Parece que meu coração ficou fechado. Nunca mais vou amar assim outra pessoa.” Disse enquanto ouvia uma canção na voz de Paulo Sérgio, do rádio sobre a lápide. Como Paulo Sérgio reagiria diante de Pedro, um universitário em plena pesquisa sobre os cantores românticos, no centro da peregrinação ao seu túmulo? Gostaria de saber a opinião de Paulo, sobre a atitude do fã emocionado, sacando da mochila uma garrafa de cachaça em miniatura, e sorvendo o líquido em apenas três goles. Presenciei muito mais gestos e atitudes, durante os 40 minutos em que estive no local. Minhas perguntas ficarão sem respostas, são conjecturas concernentes a data que evoca emoções estranhas, mas de uma coisa eu tenho certeza, se Paulo Sérgio fosse vivo, teria um grande motivo para se alegrar e comemorar com entusiasmo, o lançamento do seu site, que de agora em diante, coloca sua obra em contato com o mundo.


Jackie, filha de Paulo Sérgio, recebe pessoalmente os visitantes do local.

05 novembro 2007

ENQUETE LANÇADA NO BLOG REVELA QUE COM 44% DOS VOTOS, A CANTORA DIANA É QUEM MAIS TEM A CARA DOS ANOS 70



OS 188 VOTOS DOS LEITORES ELEGERAM COMO EMBLEMÁTICA, A CARREIRA DA CANTORA DIANA NA DÉCADA DE 70

A primeira enquete lançada no blog, teve como finalidade cativar a participação do leitor numa interatividade que permitisse revelar sua preferência musical. Foram reunidos no painel de votação, nomes que marcaram o início, o meio e o fim da década de 70. Começando com Diana, a vencedora, e terminando com Lady Zu, a lista trazia ainda os nomes dos cantores Paulo Sérgio, Raul Seixas, Odair José, Fernando Mendes, Evaldo Braga e outros. Desde já, fica registrado o agradecimento aos leitores, esperando que os mesmos se manifestem nas enqüetes futuras.

POR QUE DIANA TEM A CARA DOS ANOS 70?

Não é por acaso. Diana reune qualidades raras da participação feminina na década de 70. Desde a tímida estréia em 1969, ao estrondoso sucesso do primeiro LP em 1972, passando pelo lançamento do LP Uma Vez Mais em 1973, a cantora se manteve no posto de maior representante do romantismo na música popular. Apesar de muitos distraídos associarem o nome da cantora ao movimento Jovem Guarda, Diana nada tem com o período, exceto os arranjos de suas músicas nos dois primeiros LP’s, que por serem da CBS, ainda traziam fortes indícios do movimento, principalmente nos arranjos semelhantes, e nas composições e versões de Rossini Pinto, cantor compositor e grande versionista de inúmeros sucessos da jovem guarda. Diana foi lançada ao sucesso, pelas mãos do senhor Evandro Ribeiro, diretor da gravadora CBS, muito importante na carreira e na criação do mito Roberto Carlos. Evandro tinha admiração pela voz e pela postura artística de Diana. Fez da cantora a maior intérprete feminina romântica, capacitando-a para concorrer com Roberto Carlos no posto. Roberto Carlos era o maior artista da gravadora e também gostava muito de Diana, ele sabia que no interior do Brasil os apaixonados só ouviam dois cantores: ele e Diana.

DIANA MUDA DE GRAVADORA E DE REPERTÓRIO

Além de ser conhecida como a “cantora apaixonada do Brasil”, Diana era casada com Odair José, ídolo popular e um dos maiores vendedores de discos do país naquele período. Os dois se conheceram quando estavam começando carreira artística, namoraram por um tempo, foram morar juntos e só depois foi que selaram a união em cartório. Enquanto esteve na CBS, Diana gravou repertório romântico, entrando para a história com a inesquecível PORQUE BRIGAMOS, agradando aos fãs e à própria gravadora. Raul Seixas foi designado para produzir a cantora, sendo o responsável pelos arranjos jovens. Até porque, Diana era muito nova e não podia ficar marcada por um estilo fadado ao fim. Ao mesmo tempo em que produzia o disco, Raul compunha baladas românticas para Diana. Músicas como Ainda Queima a Esperança, Hoje Sonhei Com Você, Estou Completamente Apaixonada, Você Tem Que Aceitar e Pegue as Minhas Mãos, são músicas conhecidas do repertório do primeiro LP de Diana e que foram compostas por Raul e o parceiro Mauro Motta, músico de Roberto Carlos. O LP Uma Vez Mais, de 73, saiu muito parecido com o primeiro, o que sinaliza para uma busca da gravadora pela repetição do sucesso do disco anterior. As músicas Uma Vez Mais, A Música da Minha Vida, Amor Só Se Paga Com Amor e Esta Noite Lhe Digo Que Não, percorreram o país oscilando de posição entre as dez mais tocadas nas rádios do Brasil. Contudo, Diana queria muito mais para sua carreira artística, queria por exemplo, fazer um disco mais autoral, o que era praticamente impossível de ser realizado dentro da CBS. A mudança de gravadora foi inevitável, Diana transferiu-se para a Phonogram. Pelo selo Polydor, gravou em 1974, o compacto duplo Você Prometeu Voltar e em seguida grava o LP. Estourou em vendagens e ganhou todos os prêmios disponíveis para a categoria. O primeiro LP pela Polydor apresentava uma Diana cândida e autoral. O disco produzido por Odair José e Jairo Pires, emplacou sucessos como: Esta Noite a Minha Vida Vai Mudar, Foi Tudo Culpa do Amor e Você Prometeu Voltar. O disco trouxe mudanças significativas para a carreira de Diana. Ela cortou tudo que lembrasse a CBS, tomando o cuidado de afastar qualquer acorde que remetesse à jovem guarda. Ousou como autora e como intérprete e o que faltava para complementar a mudança, veio com o disco de 1975, Diana Uma Nova Vida. Diana assina 8 das 12 composições do disco. Uma das composições do disco caiu no gosto popular, a música Lero-Lero, de sua autoria, tocou no Brasil inteiro, além das faixas Ainda Sou Mais Eu, Momentos, Vem Morar Comigo e Se Você Tentasse. Quem acompanha a carreira de Diana e tem todos os discos da cantora, ou pelo menos os discos da década de 70, sabem da mudança progressiva na interpretação da cantora. O LP de 1976, conhecido como Diana Sem Barulho, é a prova cabal de que Diana é uma cantora completa, além de competente compositora. Sem Barulho, faixa que abre o disco, ela deixa claro seu objetivo como intérprete, vindo a se revelar na autobiográfica, Sangue nas Veias: se você pensa que sou feita apenas de carne e osso / que canto cantigas brejeiras sem nada de novo / que sou isso, que sou aquilo, que sou um tanto inconstante / que pra você eu não sou nem um pouco importante / o que você não sabe é que acima disso tudo / sou eu quem me dirige / que me largo / que me cuido / eu faço do amor um caminho de paz pro meu mundo / se você pensa que estou contando somente vantagens / é só conhecer o meu canto e deixar de bobagens / eu sei que carrego no sangue as vontades do amor/ que me corre nas veias / eu sei que a vida que levo é até passageira / o que você não sabe é que acima disso tudo sou eu quem me dirige.... O disco pode ser compreendido como um dos trabalhos mais explicativos da carreira da cantora. Variação de ritmos, elaboração orquestral e muita sensibilidade, são perceptíveis à primeira audição. Deixa para trás aquela Diana de canto baixinho, de voz mansa e embriagada pelas versões do Rossini Pinto. Pela primeira vez ela grava em discos, usando todo o seu potencial vocal, deixando ecoar sua verdadeira voz, cantando alto e afinado, em parceria com músicos modernos e atentos ao potencial vocal da intérprete. O disco em resumo, é uma pérola do pop brasileiro. Outra mudança que Diana imprimiu na sua carreira, está registrada no LP Flor Selvagem, de 1978, já pela gravadora RCA. Disco bem produzido e com alto custo de produção. Diana convocou para o estúdio dirigido por Estáquio Senna, o grupo Azimuth, Maurício Einhorn, Hélio Delmiro, Nivaldo Ornelas, José Roberto Bertrami e Oberdan Magalhães. Diana não pode ser lembrada apenas pelas interpretações românticas do começo da carreira. Ela é muito mais, ela é dona de uma das carreiras mais interessantes do universo feminino da década de 70. Vale a pena conferir sua obra. A propósito, o leitor já ouviu Diana interpretando a música Vida Que Não Pára, de Odair José? Vença os obstáculos e dê um jeito de ouvir.

DIANA E A MÍDIA

Em maio de 1972, o prêmio Disco de Ouro, criado pelo Chacrinha em 1964, foi entregue aos cantores que mais venderam discos no ano de 71, Diana, Roberto Carlos, Clara Nunes, Chico Buarque, Cláudia Barroso, Waldik Soriano e Evaldo Braga, foram alguns dos agraciados com a premiação. Num programa especial, os premiados antes de receberem o troféu, cantavam seus sucessos. Chacrinha foi incentivador da carreira de Diana tanto no rádio como na televisão, o apresentador estava sempre fazendo comentários sobre a cantora. Nas colunas em que escrevia para várias revistas e jornais, Diana era sempre lembrada pelo Velho Guerreiro. Numa coluna ele escreveu em maio de 72. “No tabuleiro da baiana tem... A revelação de que a Diana vai gravar música de Roberto Carlos. O negócio se chama Não Fui Te Ver Porque Choveu. Sai no mês que vem.”. Silvio Santos, outro nome importante para a classe artística, nos anos 70, sempre se referia á Diana com muito afeto. Divulgava as conquistas de Diana na carreira. Em 1976, Hildegard Angel e Chacrinha comentavam em suas colunas a gravidez de Diana. Chacrinha foi enfático e escreveu em sua coluna na revista Amiga: “Enquanto espera o seu bebê, a cantora Diana vai faturando com o seu disco Lero-Lero”.

25 outubro 2007

ANTES TARDE DO QUE NUNCA. CANTOR PAULO SÉRGIO GANHA SITE EM SUA HOMENAGEM



CONFIRA A POPULARIDADE DE PAULO SÉRGIO

para os fãs do cantor, amor tem que ser amor e não promessas.

Vem de Fortaleza o site que promete ser um dos mais acessados da rede. Gilberto Ivo, fã do romântico Paulo Sérgio, acaba de disponibilizar na Internet o primeiro site dedicado exclusivamente à vida e a obra do cantor capixaba, nascido em 10 de março de 1944. (acesso pelo link ao lado)

O site além de bonito, é esclarecedor e recheado de fotos do cantor. A foto mais disputada pela mídia nos anos 70, ilustra a matéria, Paulo Sérgio e Roberto Carlos lado a lado como vocês podem ver. A carreira do artista ganha novo gás com entrevista exclusiva, onde se pode ouvir com perfeição a voz de Paulo Sérgio fazendo declarações poucos dias antes da sua morte. Links com vídeos de apresentações de Paulo Sérgio em shows e na televisão. Enfim, um trabalho digno de atenção e elogios, uma vez que a gravadora detentora dos direitos do cantor, nada fez por ele, mesmo sendo ele ainda, um dos maiores vendedores de discos. Uma dica: você que é fã e dispõe de material com imagens, voz e objetos de Paulo Sergio, poderia contribuir muito mais, cedendo o uso para que os interessados na carreira do cantor saibam o máximo possível em relação a Paulo Sérgio.

Doze anos. O tempo que ele viveu para entrar na história da música popular do Brasil

Paulo Sérgio foi içado a fama quase sem querer, quando acompanhava o teste que um amigo fazia como cantor para a gravadora Caravelle em 1968. Num golpe do destino o amigo dançou no teste, enquanto que Paulo estava apenas sendo descoberto. O timbre vocal inerente, lhe abriu as portas do sucesso e em poucos meses sua voz ecoava pelo país. A primeira investida da gravadora reverberou no mercado como uma bomba atômica, explodindo fagulhas na corte do rei e nos cofres da CBS. No início, Paulo não percebeu o quanto estava sendo usado para provocar Roberto Carlos e muito menos tinha noção do abalo que causara na multinacional CBS, era apenas o cantor e era somente na profissão que ele se concentrava. Até que um dia Chacrinha ousou dizer: Roberto já era. Paulo Sérgio agora era o rei da juventude. Manchetes e manchetes publicadas em jornais e revistas se encarregaram de levar a guerra adiante. Roberto Carlos tentou disfarçar, mostrando-se inabalável, segurou-se o quanto pôde, mas quando viu a popularidade do seu conterrâneo subir rapidamente, apressou-se em lançar na praça o LP “O Inimitável Roberto Carlos” (1968). Alguém tinha que se mexer, e não era Paulo Sérgio, sua carreira ainda era embrionária, estava dando os primeiros passos, já Roberto era o ídolo mor da juventude, não podia perder o posto tão facilmente. Quando o Inimitável entrou nas paradas com Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo, dele e de Erasmo Carlos, A Última Canção era a música mais ouvida e também decorada pelo povo brasileiro. Mas a vida artística de Paulo Sérgio não dependia da fama de Roberto Carlos, Paulo conquistou seu público logo na estréia e trilhou caminhos opostos. Em 1968, se LP foi o terceiro mais vendido do Brasil, na frente de Roberto Carlos e Chico Buarque (revista Intervalo – junho de 1968)

Variados títulos e prêmios confirmaram a autenticidade da carreira

Em São Paulo, o cantor recebeu por três vezes da TV Record, o prêmio mais cobiçado pela classe, o Troféu Chico Viola, em pouquíssimo espaço de tempo. Prêmios como Disco de ouro, Buzina do Chacrinha e Globo de Ouro coroaram o sucesso do cantor. Daí por diante as revistas especializadas tratavam de divulgar os passos do cantor, que mesmo mantendo a postura humilde, vivia como uma celebridade, gastando seu dinheiro em conforto para a família e colecionando carros de luxo. Dentre os brinquedos possantes estavam um Opala do ano, um Mustang, um Galaxie, um Volkswagen e um Cadillac presidencial reluzente a prova de balas.

Quanto mais a fama crescia, mais comparações surgiam

O cantor enfrentou sérios problemas na carreira, além das acusações declaradas pelos disc-jockeys, de imitador barato. O mesmo timbre vocal que lhe abriu as portas do sucesso acarretou ao longo da carreira, problemas insolúveis. As revistas especializadas publicavam supostas declarações de Roberto Carlos atacando o conterrâneo. Declarações que no número seguinte, eram todas desmentidas. Os jornalistas não davam trégua, e em poucos dias lá se vinham outras “declarações”. Paulo Sérgio não temia o confronto, cada vez mais se popularizava e estruturava melhor sua carreira. Em 30 de maio de 1970, o jornal última Hora publicou a seguinte declaração de Paulo Sérgio: “Queriam que eu cantasse com uma voz diferente e me faziam gravar mais de cinqüenta vezes a mesma coisa. Minha voz realmente parecia com a de Roberto, mas o que eu poderia fazer? Então me enfezei, disse que a gravadora era uma droga, rasguei o contrato e ameacei não gravar mais”. O cantor está falando do começo da carreira, quando foi levado por um empresário à gravadora Beverly, que se interessou por ele, mas queria mudar o seu timbre de voz.

Em julho de 1977, depois de ficar um longo período sem aparecer na mídia ou fazer declarações pessoais (mas fazendo muito sucesso nas rádios do país inteiro com a música Amor Tem Que Ser Amor, do 10° LP), Paulo Sérgio, enquanto lançava seu 11° LP da carreira declarou ao repórter Gilmir Wortroba, da revista Amiga: “Não acho que minha voz tenha o mesmo timbre da de Roberto Carlos e jamais tive a pretensão de imitá-lo. Considero uma injustiça o que fazem comigo. Quero apenas cantar e compor em paz, sem tentar imitar ninguém”.

Estas palavras são testemunhas do sofrimento que a comparação acarretou sobre a vida e a carreira de Paulo Sérgio. Ninguém pode medir o estrago causado na vida do cantor, mas sua indignação gritava através do seu olhar triste, preservado para sempre na memória dos fãs.

Paulo Sérgio para sempre

Na certidão de óbito divulgada pela revista Amiga, com atestado da doutora Izolda Nera Lehfeld, consta que Paulo Sérgio de Macedo, de 36 anos, faleceu as 20 horas e 10 minutos do dia 29 de julho de 1980, no Hospital São Paulo, de edema cerebral. A certidão assinada no dia 30 de julho de 1980, diz ainda, que o cantor era desquitado de Raquel Teles Eugênio, pai de um filho com nome de Rodrigo, deixa outros filhos* com nomes e idades ignorados.

*O blog tem como leitora, uma filha do cantor que mora no Rio. Jaqueline

19 outubro 2007

ENTREVISTÃO COM O ESCRITOR DOS CONTOS BREGAS




Se você

é jovem e é muito inteligente, leia na íntegra.

Se é maduro e já leu de tudo, leia sem compromisso.

Quem gosta de escrever e rir de si mesmo, leia e procure saber quem é Thiago de Góes.

Ele é jovem na idade, ágil na escrita e perspicaz com seu pensamento. Escreve no blog Contos Bregas e já publicou dois livros, “Contos Bregas” (2005) e “Lobas, Deusas e Ninfetas” (2007). Quem é o jovem que surge reescrevendo os compositores no competitivo mundo editorial? Quem é este menestrel que para mostrar sua arte, dispensou o canto e ficou com as letras?

Impondo seu ponto de vista (pode acreditar), segue indiferente ao preconceito que impera sobre os cantores populares, e extrai das inesquecíveis canções, contos que são indispensáveis aos estreantes na sétima arte, pois de tão bem tratados, os contos dispensam a famosa adaptação. Escritor que se orgulha da obra que faz e que se emociona facilmente quando o leitor reconhece seu talento.

Chega de enrolação, pois o monstro sagrado, o qual me refiro, nem é tão monstro assim. Tudo bem que já tem indicação (minha) para a Academia Brasileira de Letras, mas elogiar muito pode estragar, e talvez eu venha no futuro perder sua amizade, de tão famoso que ele será. Seu nome é Thiago de Góes, nome muito comum lá pelas bandas de Jerusalém nos tempos de Jesus, e que foi registrado em larga escala nos cartórios do Brasil dos anos 80. Nomeação que pode ser resultado do crescimento desmedido e da propagação do evangelho no país nas três últimas décadas. Veja que o xará mais famoso do nosso caro escritor, também era escritor e seu livro é datado 48-62 d.C. Seu nome? Tiago (James em inglês) apóstolo irmão de Jesus.

Devido ao tratamento que emprega na narração dos contos, Thiago laça e seduz o leitor, logo na primeira página. Qual o segredo? Vamos ficar sabendo a partir de agora. Com vocês: o próprio Thiago de Góes.

1-Música Popular do Brasil: vamos começar pelo que normalmente se pergunta no fim. Quando sai o próximo livro? Já tem nome?

Thiago de Góes: Eu já tenho alguns projetos em mente. Apesar de já ter começado a escrevê-los, não vou me pôr prazos para terminá-los. Isto significa que podem demorar a virar livros.

2-MP do Brasil: fale um pouco mais sobre como será cada um dos projetos.

TG:Um deles será uma coletânea de pequenos contos, construídos em torno do imaginário dos anos 80, que já comecei a escrever. São textos nostálgicos e bem humorados sobre coisas que povoaram a infância daqueles que hoje têm 20 e poucos anos, como a primeira febre dos videogames, artistas como a Xuxa e as Paquitas, a propaganda do coelhinho do Qüick, entre outros ícones daquela década que teima em não sair de moda. Já tenho mais de 10 escritos. A meta é chegar aos 80 contos.

Também comecei a escrever uma série de contos de paródia sobre a política brasileira, na qual construo uma realidade paralela onde personagens políticos vivenciam situações que os “denunciam” na vida real. Por exemplo, construí um conto fantástico a partir da declaração “Relaxa e Goza”, no qual uma noiva que precisa pegar um vôo às vésperas do casamento enfrenta todos os problemas do caos aéreo brasileiro, ao mesmo tempo em que começa a enxergar a frase de Marta Suplicy em todos os letreiros luminosos que vê pelo caminho e a ouvi-la da boca de todas as pessoas a quem pede informação.

Agora, o meu maior projeto literário ainda não comecei a escrevê-lo, nem me considero suficientemente maduro para iniciá-lo. Trata-se de um romance no qual vou misturar viagens no tempo e realidades paralelas, tempo e memória. Talvez seja a história de um velho que, ao invés de morrer, começa a viver sua vida novamente, mas sem ter consciência do fato. Seria como se fosse uma nova chance para ele. Mas aos poucos, ele vai se lembrando de coisas em flashes de dejà vu. Mas como disse, não posso dizer quando esses três projetos poderão virar livros. Quanto aos nomes podem ser, respectivamente, 80 contos dos anos 80, Relaxa e Leia, e Templo da Memória.

Vou, contudo, preparar uma segunda edição dos Contos Bregas, reunindo somente os melhores contos dos dois livros já publicados (Contos Bregas e Lobas, Deusas e Ninfetas), assim que se esgotarem os exemplares de ambos.

3-MP do Brasil: como era o Thiago na infância? Era rico, pobre ou remediado? (duas perguntas)

TG: Venho de uma família de classe média. Nunca me faltou nada. Eu tinha poucos, mas verdadeiros amigos. Gostava de brincar de bola de gude na rua de barro, de jogar videogame e jogos de tabuleiro. Parodiando uma antiga canção popular, eu diria que “era feliz e não sabia”.

4-MP do Brasil: a partir de quando você começou a ler, e quais foram os primeiros livros lidos, ainda na infância?

TG:Comecei a ler as histórias em quadrinhos. Gostava muito da Turma da Mônica, do Tio Patinhas, Pato Donald e companhia. Mais tarde, descobri também os gibis dos super heróis. Quanto aos primeiros livros, lembro do Pequeno Príncipe e do Menino do Dedo Verde. Também adorei alguns livros da Coleção Vagalume, como Spharion.

5-MP do Brasil: a educação que você recebeu no ensino fundamental, influenciou na sua escolha pelo caminho da literatura?

TG: Eu apontaria muito mais o segundo grau como influência. Havia uma professora de literatura que incentivava o amor pela literatura. Foi quando conheci os clássicos da literatura brasileira e comecei a compor poemas.

6-MP do Brasil: você atua como jornalista? De que forma?

TG: Minha carreira de jornalista deu-se sempre em assessorias de imprensa. Comecei estagiando na Agência de Comunicação da UFRN. Depois, já formado, fui contratado como assessor de imprensa de uma tradicional escola católica de ensino básico de Natal, onde havia estudado do primeiro grau ao vestibular. Também trabalhei na Oficina da Notícia, em Natal, onde produzi alguns house-organs de empresas natalenses e escrevi para uma edição anual da revista Empresas e Empresários. Então passei no concurso do Banco do Nordeste, onde hoje trabalho na assessoria de comunicação da empresa, em Fortaleza. Nunca trabalhei em jornal, rádio ou televisão.

“O livro Contos Bregas, é dedicado “aos que riem de si mesmos”. Rir de si mesmo é uma grande virtude.”

7-MP do Brasil: você realmente gosta das músicas que te inspiram nos contos ou ouve-as apenas para tal?

TG: Gosto sim. Ouço no carro ou em casa, sempre que posso. Se eu não gostasse das músicas, não escreveria contos inspirados nelas. Gosto das canções populares não somente pela melodia fácil, mas porque possuem conteúdos altamente narrativos, ricos em personagens que representam muito bem a alma brasileira. Onde muitos enxergam superficialidade eu vejo beleza. Por exemplo, a simplicidade, a despretensão e a objetividade da música verdadeiramente popular são, para mim, sinônimos de beleza. Para outros, preconceituosos, não. Já escrevi até um poema falando da “irresistível beleza das rimas previsíveis”.

8-MP do Brasil: para o leitor que te acompanha pelo blog e pelos livros, passa a impressão de que o Thiago tem duas visões da vida: uma cômica e outra trágica. É assim mesmo ou minha lente está embaçada?

TG: Mas a vida é assim mesmo, não é? Uma hora, rimos para não chorar. Noutra, choramos de tanto rir. Em outros momentos, somos capazes até de zombar das lágrimas sinceras de outrora. O livro Contos Bregas, inclusive, é dedicado “aos que riem de si mesmos”. Rir de si mesmo é uma grande virtude. A vida é ao mesmo tempo trágica e cômica, uma sucessão contínua de risos e lágrimas. Tento passar esta dualidade para os meus contos. Eles não são contos só de humor ou só trágicos. São tragicômicos.

9-MP do Brasil: descreva como foi seu dia, da hora que você acordou até o momento em que responde esta pergunta.

TG: Pela manhã, fiquei em casa cuidando de minha noiva, que está com Rubéola. Resolvi também algumas coisas do nosso casamento, que será no mês que vem. Estamos ansiosos para a chegada deste importante momento em nossas vidas. E pela tarde fui ao trabalho.

“Rubem Fonseca: esse cara escreveu tudo o que eu gostaria de escrever e nunca escrevi. Ele escreveu primeiro!”

10-MP do Brasil: que métodos você usa para escrever? Segue alguma disciplina?

TG: Geralmente, eu começo a escrever com 70% do conto na cabeça. Os outros 30% surgem no decorrer da escrita. Não tenho disciplina. A história fica na cabeça até eu pô-la no papel.

11-MP do Brasil: existem muitos escritores jovens no Brasil, assim como há muitos manuscritos guardados em gavetas. Explica passo a passo, sua trajetória da criação a publicação do primeiro livro.

TG: Primeiramente, mandava meus contos por e-mail, para os amigos. O conto Garçom, inspirado na música de Reginaldo Rossi, fez bastante sucesso. Muitos começaram a pedir contos inspirados em outras músicas. Então decidi criar o blog. Nesta mesma época, Carlos Fialho convidou-me para participar dos Jovens Escribas. Aí vi que podia escrever um livro somente com contos epigrafados por versos de músicas populares. Alguns meses depois, meu livro foi lançado em Natal (RN), pelo selo dos Jovens Escribas.

12-MP do Brasil: você é o escritor que eu conheço, que é também o maior relações públicas da própria obra. O que falta para a obra de um escritor (ainda) regional, tão bom como Thiago de Góes, tornar-se acessível nacionalmente?

TG: Eu queria ter mais tempo para me dedicar ainda mais à divulgação da obra. Para mim, divulgar o livro é tão bom quanto escrevê-lo. Infelizmente, no Brasil não há como se viver apenas de literatura. Se fosse possível, eu me dedicaria integralmente à promoção dos livros e assim eles teriam mais chance de serem conhecidos nacionalmente. E, a cada dia, o escritor vai se aperfeiçoando. A prática vai ensinando coisas. Eu espero que cada livro que eu publicar seja melhor que o anterior.

13-MP do Brasil: cite os escritores que admira. Se possível relacione à obra.

TG: Minha grande influência literária é, sem dúvida, Rubem Fonseca. Quando li os contos reunidos dele, disse para mim mesmo: esse cara escreveu tudo o que eu gostaria de escrever e nunca escrevi. Ele escreveu primeiro! Fora ele, gosto de literatura fantástica e policial. Adoro os contos de mistério de Edgar Allan Poe e Conan Doyle.

“Encaro a palavra brega com dois significados: adjetivo e substantivo. Algumas pessoas acham “Você não me ensinou a te esquecer” brega na voz de Fernando Mendes e chique na voz de Caetano Veloso. A música, porém, é a mesma.”

14-MP do Brasil: e dos cantores? De quem mais gosta?

TG: Os populares Odair José, Fernando Mendes, Reginaldo Rossi e Waldick Soriano são os melhores. Quanto às mulheres, Alcione e Roberta Miranda. Dos considerados “chiques”, prefiro a obra de Caetano Veloso, Zé Ramalho e Jorge Ben.

MP do Brasil: o que há de novo e interessante na música?

TG: Há uma banda de rock brega lá em Natal que tenho certeza fará sucesso nacional. Eles são demais. Aposto neles desde o primeiro momento que os ouvi. Estou falando da Belina Mamão. Inclusive, no final do mês eles já estão se mudando para São Paulo. Pode anotar, em breve você os verá no Jô Soares ou no Faustão, ou no Raul Gil...

15-MP do Brasil: este blog foi criado para armazenar informações sobre a vida e a obra de artistas populares, vítimas de preconceitos determinantes, artistas que receberam de críticos precipitados, alcunhas pejorativas como brega, cafona, ruim e regional. Sem querer reafirmar o preconceito, brega é a palavra certa para pôr no mesmo nível, cantores como Odair José, Adelino Nascimento e Genival Santos?

TG: Eu encaro a palavra brega com dois significados: adjetivo e substantivo. O adjetivo brega é pejorativo e denota preconceito de classe. Este preconceito explica porque algumas pessoas acham “Você não me ensinou a te esquecer” brega na voz de Fernando Mendes e chique na voz de Caetano Veloso. A música, porém, é a mesma. O substantivo brega refere-se a um estilo musical, ou filosofia de vida, que prima por conteúdos simples, sinceros, objetivos, despretensiosos e extremamente românticos e passionais. Neste sentido, considero bregas os três cantores citados por você. Mas quando digo isso, estou elogiando. Agora, é claro que cada um tem suas especificidades, seu estilo pessoal, que devem ser levados em consideração. Com certeza, eles têm pontos em comum, mas muitas diferenças. E é justo que elas sejam reconhecidas.

“Quando apenas um leitor diz que gostou do livro, o autor sente que já valeu tê-lo escrito.”

16-MP do Brasil: quantas pessoas já leram seus livros?

TG: A primeira edição dos Contos Bregas teve 600 exemplares e já está se esgotando. Porém, fiz muitos leitores a partir do blog e do e-mail. E há exemplares que são lidos por mais de uma pessoa. “Lobas, Deusas e Ninfetas” teve 500 exemplares impressos. Ambos os livros possuem um ritmo de venda constante e em breve se esgotarão. Quando apenas um leitor diz que gostou do livro, o autor sente que já valeu tê-lo escrito.

17-MP do Brasil: além do Bartô Galeno, que leu o conto na minha frente e adorou, algum outro cantor que você musicou já leu o livro? Fale sobre isso.

TG: Com certeza Falcão e Kátia, que prefaciaram os livros. Já entreguei pessoalmente os Contos Bregas para Odair José, Waldick Soriano e Genival Santos, em shows dele. Também já mandei para a assessoria de Amado Batista, Wando, Márcio Greyck, e para um membro do fã clube de Rosana, que prometeu entregar o “Lobas” para ela. Não posso dizer, contudo, se estes artistas leram o livro. Espero que sim.

18-MP do Brasil: Qual diferença há, entre Natal e Fortaleza? É difícil optar entre dois paraísos?

TG: Boa pergunta. Eu poderia dizer que Fortaleza é uma Natal grande, ou Natal, uma Fortaleza pequena. Mas não é tão simples assim. Em Fortaleza, nós respiramos o ar da irreverência, do humor escrachado. Natal não é assim. Natal tem um ar de filme noir, que eu gosto muito. Fortaleza é salgada. Natal é doce. Fortaleza é amarela. Natal, azul. Fortaleza é hiperativa. Natal é paciência.

Fortaleza é uma excelente cidade, que me acolheu com bastante carinho. Mas Natal... Natal é minha cidade natal... Entende?

“O pior da rede é o anonimato irresponsável, o plágio, os crimes virtuais, a bisbilhotice etc.”

19-MP do Brasil: falando da Internet. Na sua visão, destrinche o pior e o melhor da rede.

TG: O melhor é a ausência de intermediários entre autor e leitor. Na Internet, cada autor é seu próprio editor. Não há filtros externos, que tolhem a liberdade. A formação de leitores e a interação com eles são formidáveis. O pior da rede é o anonimato irresponsável, o plágio, os crimes virtuais, a bisbilhotice etc.

20-MP do Brasil: quais sites e blogs você consulta e recomenda?

TG: Primeiro vamos aos literários:

- Blog do Patrício – excelente e sensível escritor.

- Um anjo pornográfico – Márcio Benjamin sabe escrever contos de terror como ninguém

- Jovens Escribas – site do selo literário do qual faz parte meu livro Contos Bregas.

Também há aqueles em que predominam opiniões e idéias:

- Pablo Capistrano – Escritor adepto de uma literatura filosófica.

- Marlos Apyus – dono de opiniões sinceras e polêmicas

- Silenzio, no hay banda – Textos e crônicas leves e introspectivas.

E os que tratam de música popular:

- Música popular do Brasil – Trata os artistas populares com a seriedade que eles merecem.

- Bregorama – O brega impregnado no dia-a-dia

- A Fina Flor do Brega – toda a irreverência da cultura brega

21-MP do Brasil: seu atual livro, “Lobas, Deusas e Ninfetas”, já lhe proporcionou:

TG: Por meio deste livro, dei muitas entrevistas em jornais, rádio e televisão. A imprensa divulgou bastante a obra, mais até do que os Contos Bregas.

22-MP do Brasil: e os Jovens Escribas, o que é?

TG: Os Jovens Escribas são um misto de grupo literário, selo literário, editora, marca literária, e cooperativa informal de escritores. O grupo decidiu construir seu próprio caminho, criar uma editora para publicar seus próprios livros, já que as grandes editoras não costumam dar chance a autores iniciantes.

23-MP do Brasil: não se assuste com a pergunta, ela é pueril. Você já deu muitas bundacanascas e cambapés? Se não souber, pergunte para um cearense de origem interiorana.

TG: Consultei meus amigos cearenses e eles me disseram que são palavras que designam uma espécie de cambalhotas no ar (no primeiro caso) e na água (no segundo). Lembro-me de uma ponte no açude de Cruzeta, interior do Rio Grande do Norte e terra dos meus avós, de onde as pessoas pulavam n’água. Mas não sei se tive coragem de pular, pois a altura era considerável.

24-MP do Brasil: encerre a entrevista do jeito que achar melhor.

De perto, ninguém é chique!

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