11 julho 2008

A ESTÉTICA DO BREGA OU O LADO BOM DO KITSCH?

Desde que retomei seriamente as postagens no blog, em meados de 2006, recebo semanalmente centenas de e-mails, são leitores de distintas áreas do país que desabafam, cobram títulos de músicas, querem saber do paradeiro de tal artista, elogiam matérias e principalmente me incentivam muito. Sinceramente não esperava tamanha manifestação, uma vez que o assunto abordado nem sempre é levado a sério pela mídia convencional. Como profissional de comunicação, tenho o compromisso de emitir informações salutares, a fim de colaborar com o crescimento cultural de todos, todavia, expresso o que realmente penso sobre o assunto música popular, sem limitar opiniões alheias ou tolher crítica. Respeito para conviver bem, a diversidade cultural, sempre acreditando que gosto é pessoal, liberdade é relativa, opinião é parcial e pesquisa é fundamental em toda e qualquer informação dirigida ao público.
Pois bem, a introdução sisuda é para entrar no tema que eu relutei em escrever. Tudo porque um amigo que é médico, me telefonou para dizer que ao digitar meu nome no google, foi parar num site brega. Disse mais, que ao digitar a palavra “brega” foi parar no meu blog. É lógico que eu sabia. Eu mesmo havia feito o percurso inúmera vezes. Descobri na periferia da rede, que alguns sites e blogs recomendavam minha exaltação aos “cantores bregas” (por conta e risco deles), só porque reuni em torno da esfera “popular”, nomes como os de Odair José, Waldik Soriano, Genival Santos e outros intérpretes da música brasileira. Outro fator preponderante, é que escrevo freqüentemente sobre o autor do livro Contos Bregas, Thiago de Góes (de novo).

SE O ROMANTISMO DE ROBERTO CARLOS É BREGA, O QUE DIZER DE RAIMUNDO SOLDADO?

Não sou simpático com a palavra “brega”, ela vem carregada de preconceitos e informações distorcidas. A partir da inclusão da palavra no nosso cotidiano, em meado dos anos 80, ela já arruinou muitos projetos, principalmente projetos que ascendiam da cultura popular do Brasil. É muito fácil aceitar a nomenclatura brega como estilo, afinal ela reúne facetas interessantes do submundo pop, faz o feio parecer engraçado e o irreverente parecer medonho. Difícil é saber até quando esse estilo vai perdurar. Será que não estamos aceitando o preconceito imposto pela classe midiática? Ou ainda, estamos aceitando a rejeição camuflada de cultura inútil, só porque de repente tudo é válido, pelo menos para a tribo que aceita? Não estou convencido da idéia errônea de nomear de lixo, aquilo que tem uma história característica, e que também faz parte da cultura do meu país. É recente por demais para que eu aceite o brega como estilo. É difícil aceitar calado, colegas dizerem que determinado artista não se firmou porque era brega, ou seja, ruim. Um país continental como é o nosso, acata muitas culturas, manifestações distintas que enriquecem a história, mas desde sempre, hoje um pouco menos, o artista tinha que vencer no Rio ou em São Paulo para então conquistar outros estados do Brasil. Por que todo mundo tem que aceitar qualquer música? Podemos aceitar aquilo que nos toca com facilidade, sem que para isso tenhamos que abrir mãos da nossa preferência. O carimbó é do Pará, mas também é do Brasil, assim como o forró, que sai do nordeste para todo o país. A questão da preferência engloba toda uma fusão geográfica, ela está inserida no interior do brasileiro, se ele muda de lugar, a preferência segue junto, mas ele pode se interessar por outros estilos que não seja somente aquilo que lhe é característico. O cantor Raimundo Soldado (falecido), muito querido no Norte e Nordeste, reunia desempenho capaz de deixar Ferreira Goulart, Freud e AMY WINEHOUSE de queixos caídos. Suas letras simples, sua velocidade rítmica e seu humor nas composições, são por si só, suficientes para se iniciar um estudo à parte. Soldado não passou em branco pela história da música popular do Brasil, embora muita gente ainda precisa conhecer sua obra, o que deixou é capaz de resistir ao tempo e ao preconceito. Os ídolos do funk carioca têm pais cearenses, paraibanos, alagoanos e cariocas também. É um estilo que agrada principalmente os jovens, de qualquer lugar, não necessariamente do Rio de Janeiro. Lupicínio Rodrigues é gaúcho, mas sua música é brasileira. Caetano Veloso é nordestino, mas ao ser chamado de cantor baiano só lhe faz aumentar o prestígio, a Bahia é terra de Jorge Amado, Dorival Caymmi, gente que o povo nem conhece, mas que a mídia enaltece e os livros didáticos contêm. Caetano é baiano, mas canta inglês, fez faculdade e é gênio mesmo, pelo menos ao compor Sampa e outras seladas composições da Tropicália. Ser brega, de repente parece que é outro tipo de cultura. E de onde vem essa cultura? Estão pondo na mesma lixeira tudo aquilo que os críticos desinformados rejeitam. Estão batendo palmas para Arnaldo Jabor sem entender suas ácidas críticas, fizeram bem pior, com ampla publicidade, fizeram os jovens aceitarem Paulo Coelho como referência literária. Há erro nos fatos? Não há. O gosto é pessoal, a influência é que devia ser reavaliada. As escolas ensinam usando poemas de Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade, contudo os professores desconhecem a obra de Raimundo Soldado e Jackson do Pandeiro. É certo reprovar uma criança do interior do Maranhão num trabalho de interpretação de texto sobre Chico Buarque? Não seria mais justo, que primeiro ela conhecesse sua própria cultura e fizesse contato com a obra de artistas local?

Andy Warhol foi quem melhor descreveu o mecanismo frio de desumanização levado à prática pelos modernos meios de comunicação de massas. Ele disse: “Quando vemos várias vezes seguidas uma fotografia macabra, acaba por não nos causar nenhum efeito.”
E o que dizer de Carlos Drummond de Andrade em “Eu, etiqueta?” “Já não me convém o título de homem. Meu novo nome é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.” Drummond chutou o balde diante do consumo exagerado, derramando repugnância sobre a coisificação geral daquilo que podia ser chamado de homem. Pascal foi mais além e desnudou a ética encapsulada da moral, envernizada de erros, mostrando suas vergonhas e deslizes, como de fato a ética está. “A verdadeira moral zomba da moral.” Nos versos de “A Lesma”, do poeta italiano Trilussa, que viveu no tempo de Mussolini, podemos consentir com o exemplo dado sobre a necessidade inerente do homem de se fazer eterno por meio do que ele próprio faz e deixa. “Exausta, a pobre Lesma da vanglória, ao atingir o cume do obelisco, disse, olhando da própria baba o risco: Meu rastro ficará também na História”.





ANTES DO REYNALDO GIANECHINNI DERRETER OS CORAÇÕES FEMININOS NO ANO 2000. UMA SAFRA DE GALÃS MEXIA COM O IMAGINÁRIO DO BRASILEIRO.

ELES CANTAVAM, DANÇAVAM, VENDIAM MUITOS DISCOS E AINDA NÃO CONHECIAM OS ANOS 80
















O TROPICALISTA TOM ZÉ É O AUTOR DO PRIMEIRO CD VIRTUAL LANÇADO PELA GRAVADORA TRAMA.



ENQUANTO ISSO, NO MOVIMENTO RETARDADO DA ANTROPOFAGIA MUSICAL, O GENIVAL LACERDA BERRA: DE QUEM É ESSE JEGUE? ELE QUER ME MORDER.
Qual será resposta para a crise na qual o mercado fonográfico encontra-se atolado, sem que ninguém lhe estenda a mão, ou lhe deixe de vez, enterrado e esquecido, assim como uma coisa ultrapassada que já não serve mais. Será que tem cura para essa espécie de isquemia que paralisou as gravadoras? Os últimos acontecimentos dão sinal de que a saída pode está muito mais longe (dependendo da distância entre a Internet e o consumidor) do que pensamos. A gravadora Trama, patrocinada pela VR, anuncia nas páginas centrais, inteiras, do jornal O Globo (espaço mais caro atualmente em jornais cariocas), o lançamento do primeiro cd virtual. A campanha alerta para o fato de que o interessado no produto não vai gastar nada, mas o artista ganha normalmente seu dinheirinho. A VR paga pelo download.
O disco não poderia ser de outro artista senão do mais perfeito protótipo de artista que o Brasil já produziu depois de Oswald de Andrade, que vem a ser o baiano Tom Zé. Artista fiel e coerente que desde sua estréia tropicalista, mantêm-se na contramão-mirrada do sistema deficiente e precário de se fabricar ídolos. Por escassez total de uso comercial em seu trabalho _pois Tom Zé não canta para platéias inteligentes, ou platéias que sabem e cantam suas músicas de cor, muito menos, canta para ser cantado_ Ele canta para os distraídos que não esperam muito de uma música, para quem espera que no mínimo, a música tenha algum sentido literário, nem que seja antropofágico, no sentido da devoração cultural das técnicas importadas. O que explica a crítica enviesada do blog que se destina a comentar sobre a música popular do Brasil, escrever sobre o primeiro cd virtual, e logo do Tom Zé? Alguém conhece pelo menos uma música do Tom Zé? A explicação vem a galope, e mais: tem a ver com a matéria que escrevi recentemente sobre Malu Magalhães, a cantora de 15 anos que entrou para a história como a resposta às crises das gravadoras. Para entender de uma vez por toda, Malu Magalhães deu nome ao lugar para onde os empreendedores da música estão olhando, vislumbrando uma saída que eles ainda não entendem muito bem, mas que muito breve, será apenas mais um meio, um novo meio de se sobreviver de música. Enquanto a gravadora Trama anuncia sua novidade (?), publicando em jornais a sua conquista, não seria melhor para seus estrategistas anunciarem nos milhares de blogs que compreendem e aplaudem a iniciativa? Quando escrevi sobre “o fenômeno” Malu Magalhães, estava reconhecendo que a resposta para a crise da música no Brasil, viria de outras empresas que não das gravadoras, como a Levi’s, a Coca-Cola e agora a VR, que investe numa aposta que tende a ser, num futuro muito próximo, a porta larga por onde vão entrar os artistas integrados com o seu tempo e o com o sistema no qual estão inseridos.
Isquêmica ou não, a veia musical não pode estancar. Genival Lacerda, Pinduca, e muitos outros artistas irreverentes como Tom Zé, precisam de bases financeiras para levar os trabalhos adiante. Quem se arrisca a associar sua empresa com nomes de artistas tão maculados?

09 julho 2008

BIANCA, DIANA E MISS LENE


MISS LENE CONTINUA CONQUISTANDO FÃS

BIANCA TEM UM VERDADEIRO EXÉRCITO DE FÃS QUE NÃO LHE ESQUECE


O SUCESSO QUE VAI ALÉM DOS 15 MINUTOS

Apesar de estarem ausentes da grande mídia há muito tempo, elas continuam queridas e sempre lembradas pelos fãs. Os leitores se manifestaram, postando recados de carinho, saudades e incentivos para Diana, Bianca e Miss Lene. As três cantoras, são detentoras de sucessos estourados nas paradas do rádio, no Brasil inteiro. Diana abriu a década de 70, como “a cantora apaixonada do Brasil”, interpretando sucessos, até hoje executados nas rádios. Músicas como Porque Brigamos, Canção dos Namorados, Fatalidade, Lero Lero, A Música da Minha Vida, Uma Vez Mais, e outras, foram sucessos na sua original interpretação. Enquanto que Miss Lene, “a Tina Charles do Brasil”, fez todo mundo correr para as pistas, só para dançar ao som das suas músicas Deixa a Música Tocar e Quem é Ele? Em 1978, Miss Lene, então com 15 anos, foi lançada ao estrelado, deixando suas bonecas de lado, para rodar o país fazendo shows. Por onde se apresentou, reuniu milhares de pessoas, marcando para sempre, toda uma geração de jovens. A dimensão do sucesso de Miss Lene como cantora, está registrado nos nomes dos filhos dos fãs. Só aqui no blog, estão arquivados pelos menos, 3 postagens de mulheres que têm o mesmo nome da cantora. Homenagem dos pais à Miss Lene, que era a única a ter o nome. E o que dizer de Bianca? Mineirinha de Ituiutaba, que surgiu no cenário artístico em 1979, como “a roqueira mais jovem do Brasil”, título dado à Bianca pelo comunicador Carlos Imperial. Bianca encantava o público com as músicas Vou pra Casa Rever os Meus Pais, Oh Susie, Sou Livre (Agora chega), Minha Amiga e Os Tempos Mudaram (o que me importa). Bianca abriu a década de 80, engordando os cofres da gravadora RGE. Seu primeiro LP (1980), arregimentou equipe pra lá de especial. Os cantores Ralf (antes da dupla com o irmão Christian), Jessé (Porto Solidão) e as integrantes do Harmony Cats, fizeram vocal para o disco da Bianca.

Bianca, Diana e Miss Lene, fazem parte de um período importante das gravadoras. Tempo em que divulgar um artista era muito mais fácil, pois quem mandava era o público, era ele quem decidia o sucesso do artista. Ao contrário do que vemos no mercado fonográfico atual, onde as gravadoras (multinacionais) tomam posturas determinantes, querendo meter nas nossas goelas, todos os tipos que eles chamam de qualquer coisa, até mesmo de música. Alegam crises advindas dos altos preços dos discos (CD), dos custos de produção, da pirataria, da larga disseminação do MP3, e esquecem do gosto e da preferência do público. O disco no Brasil sempre foi caro, mas eles esquecem que Diana vendia barbaridade, que Miss Lene bateu a marca de um milhão de cópias em menos de um ano, que Bianca fazia sucesso porque o público gostava mesmo era de suas músicas, e não por ela ser jovem e engraçadinha.

A GRAVADORA CBS DIVULGOU EM JORNAIS E REVISTAS DA ÉPOCA, A IMPORTÂNCIA DA CANTORA DIANA


CANTORA DIANA GANHA SITE HOMENAGEM

Aos fãs das três cantoras queridas e inesquecíveis, fica registrado aqui, o reconhecimento por parte do blog, do sucesso das artistas que atravessam décadas sem cair jamais no esquecimento do povo. Diana, Miss Lene e Bianca, sempre terão espaços garantidos no blog da música popular do Brasil. Novidades sempre são bem-vindas, portanto, aos fãs da cantora Diana, ou melhor, fãs da “cantora apaixonada do Brasil”, vale a pena aguardar mais um pouco, pois não vai demorar muito para entrar na rede mundial de computadores, o site contendo fotos, biografia e discografia da cantora lançada em 1970 por Raul Seixas. A iniciativa de homenagear Diana com um site, partiu de um fã, morador de Minas Gerais, que trabalha a todo vapor para que o site saia perfeito, a fim de atender as expectativas dos fãs da cantora, que vale acrescentar, que são muitos. Em breve, o blog vai conversar com o autor do site e divulgar os detalhes da estréia.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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