26 janeiro 2009

ABÍLIO FARIAS, MAIS UM CANTOR POPULAR QUE O POVO PERPETUOU


O CANTOR EM DOIS MOMENTOS: NO INÍCIO E ATUALMENTE

Nascido em 1946, na capital da Zona Franca, Abílio é um dos poucos artistas que, independente de tocar em rádios, gravar discos anualmente, e da força de uma gravadora, tem seu nome defendido pelos amantes da música popular. Seu estilo musical segue o padrão imortalizado por Waldick Soriano, ou seja, canta o que o povo entende e gosta de ouvir. Cantando como amador desde os 14 anos de idade, foi assim que ele descobriu que tinha um público fiel, resultado de suas apresentações na Rádio Baré. Abílio Farias já tinha um nome, quando foi levado para o Rio de Janeiro em 1977, para gravar o seu primeiro LP Abílio Farias, pela gravadora Tapecar. A mesma gravadora já tinha uma estrela que luzia no Norte e Nordeste, vendendo muitos discos e introduzindo para sempre, na história da música popular, um nome que provavelmente ficará para sempre., tratava-se de Bartô Galeno, cantor e compositor que a partir da segunda metade da década de 70, se estabeleceu no mercado fonográfico arregimentando um exercito de admiradores, e de cantores seguidores. Não foi por acaso que para o disco de Abílio Farias, a gravadora tenha recorrido ao talento e a fama de Bartô, participando do LP de Abílio com quatro composições: “Que Pena” (Bartô Galeno), “Vou Fechar o Cabaret” (Bartô Galeno e Abílio Farias), “Fica Comigo Esta Noite” (Bartô Galeno e Antonio Pires) e “É Muita Maldade” (Bartô Galeno). A interpretação de Abílio na música Vou Fechar o Cabaret, foi o suficiente para a consagração como artista popular, até os dias de hoje a música permanece em catálogo como destaque de inúmeras coletâneas. Abílio entrou para a galeria dos cantores populares, se destacando dentre os respeitados e queridos do público nortista e nordestino. Mesmo sem aparições na mídia, sua interpretação para as dezenas de sucesso que o povo conhece, fez dele um dos maiores representantes do gênero vulgarmente chamado de "brega". É verdade que não podemos compará-los com Roberto Carlos, por exemplo, mas a sua interpretação para a música “Negue” (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos), popularizou ainda mais, um hit que já havia estourado no Brasil na voz de Nelson Gonçalves e Maria Bethânia. O maior sucesso da carreira de Abílio ainda é "Mulher Difícil, Homem Gosta"
“Eu iniciei minha carreira com 25 anos de idade, quando estudava e trabalhava ao mesmo tempo, enfim, sou um cantor popular como digo: canto para os mais humildes e assim vou correndo atrás dos meus sonhos”. Descreve o cantor no seu perfil do Orkut.

18 janeiro 2009

GOSTO MUSICAL SEMPRE SERÁ DISCUTIDO




De Ivan Lins a Sidney Magal, de Maria Bethânia a Tim Maia, de Caetano Veloso a Elis Regina, ao longo da carreira ninguém escapou da opinião ferina dos críticos, nem mesmo dos próprios colegas de profissão. O jornalista e crítico Daniel Mas, que depois virou autor de novelas na Rede Globo, talvez tenha sido o crítico mais ousado e sincero ao emitir uma opinião impiedosa sobre uma artista que vivia da unanimidade tanto do público quanto da crítica.
Ninguém concorda absolutamente com o mesmo gosto quando o assunto é música. Tem gente que sempre é do contra, atacando a todos e tudo, somente para defender sua opinião. Afinal, quem tem razão? O cantor, o público ou a crítica? Não importa, a verdade sempre vai ser parceira do público e é partindo dele que sao reveladas as estrelas consagradas. Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Ademilde Fonseca e Carmen Miranda, cantoras que viveram cada uma o seu apogeu, num momento sendo estrelas, noutro divinas, mas sempre na preferência do público. Bethânia, Gal, Zizi, Simone ou Fafá de Belém? Waldick Soriano, Chico Buarque, Caetano ou Peninha? São todos conhecidos do público, da crítica e da classe artística, mas certamente sao recomendados com advertências especiais por quem gosta ou não gosta, para quem ama ou odeia.

A voz da experiência e do bom censo de Eric Clapton

“(...) Sempre que eu ponho meu novo álbum na vitrola e começo a pensar que ele é ótimo, eu ponho Stevie Wonder logo depois para mostrar a mim mesmo que há coisas melhores. Eu acho ele incrível, sem contar a predileção natural que tenho por cantores. Nunca compro um disco por causa da guitarra-lider mas, pela voz do cara”. Eric Clapton. Matéria publicada na revista Ele Ela em abril de 1975

A revolta de Wanderléa

“(...) Antes as críticas eram mais violentas ainda. Hoje até que suavizaram um pouco. Mas acho que há um preconceito muito rançoso em não perceber a importância nossa, a importância do movimento Jovem Guarda. Este movimento provocou uma revolução no comportamento dos jovens. Se hoje a música brasileira está mais solta, já utiliza instrumentos eletrônicos, isto tudo deve-se, também, ao nosso movimento. Mas os críticos não enxergam isto. Colocam a Jovem Guarda como um hiato entre a Bossa Nova e a Tropicália. Ora, nós fomos este bastão que ligou a Bossa Nova e a Tropicália. Então se os críticos, de um modo geral, não se tocaram ainda, burro é que são”.
Wanderléa. Em entrevista para Fatos e Fotos Gente em outubro de 1980.

A liçao de Sidney Magal

“(...) Olha, vou contar uma historinha: eu sou vidrado no Ivan Lins, no trabalho dele; acontece que é um trabalho dirigido pra pessoas já bastante esclarecidas. (...) O brasileiro é muito puro, ainda, e você tem de chegar, agradar naquilo que eles querem, depois lentamente, começar a fazer a cabeça deles. É o que eu me proponho a fazer. E atenção: há lugar para todo tipo de arte. Simplesmente porque há gosto pra tudo”.
Sidney Magal. Revista Fatos e Fotos Gente. Julho de 1980. em entrevista para Renato Sérgio.

O sucesso segundo Tim Maia



“O sucesso a qualquer preço não existe, porque ninguém faz sucesso porque simplesmente quer fazer sucesso. Sucesso é resultante de um carisma. Acontece que a falta de talento faz com que certas pessoas queiram levar o negócio na marra, usando meios que podem até parecer diplomáticos, mas que não são. Em suma: o que está faltando no Brasil é a união dos artistas. União dos Artistas! Nós temos uma força imensa”.
“Tirando hemorróidas, diarréia e dente cariado, a vida é maravilhosa! Principalmente no Brasil, que isso aqui é porta do terceiro milênio”.
O cantor Tim Maia. Em entrevista para Renato Sérgio à revista Ele Ela em novembro de 1987.

Crítica morde e assopra

“(...) Caetano é o mais apagado: sua nova composição Contudo não é nada, não diz nada realmente, mas salva a pele como cantor em Felicidade, de Lupicínio Rodrigues.” (...)
Maria Helena Dutra. Criticando o disco Temporada de Verão (Philips) com Caetano, Gal e Gil. Revista Nova. Junho de 1974.

Maria Bethânea é coerente

“Acho que todo mundo tem o direito de elogiar ou criticar. Quando tenho notícias de elogios ou de críticas, gosto de interpretá-las; quando ela é negativa, procuro entender, não fico preocupada; qualquer trabalho que faço é sempre o melhor que consigo realizar. Nunca vou fazê-lo pela metade.”
Maria Bethânia. Sobre como ver e recebe a crítica. Amiga, fevereiro de 1982.

O pior de Elis Regina segundo o crítico Daniel Más


Ela escolheu para seu repertório as duas músicas de que ela mais gosta do Lupicínio. Aliás, ambas com excelentes gravações da cantora Núbia Lafayette (Cadeira Vazia e Maria Rosa). Elis começa dando um tom dramático, o que poderia ser curioso. Mas não consegue o dramático. Fica no sério. Ela quer fazer um pouco o gênero de intérprete antiga. Mas a sua antiguidade não é antiguidade, “é fora de moda”.(...) No geral, o problema de Elis ainda é representar demais, o tempo todo, tanto em disco quanto no palco. Não passa um segundo de sinceridade. Nem mesmo quando, por um momento, ela volta à gaiatice dos velhos tempos cantando, de Gilberto Gil, Amor Até o Fim.(...) Não sei realmente o que há com Elis que não consegue entender as músicas e sobretudo as letras. Nem mesmo quando são feitas para ela e claras como a do Gil cuja letra vai assim: “O compositor me disse para cantar descontraidamente...” É claro que ela não consegue cantar descontraidamente. Jamais conseguirá.(...) Mais sanguinária que qualquer dos filmes de Pekinpah. Ela confunde grito e berreiro com agudos e outras coisas, enfim, enfiando no bolso aquela sua fase modesta e contida em que jamais levantava a voz, dando apenas técnica. Crítica de show assinada por D.M. (Daniel Más), publicada na revista Status de fevereiro de 1975. Daniel faleceu em 1989.

10 janeiro 2009

GILBERTO LEMOS COMPLETA 50 ANOS DE VIDA, POR ONDE ANDA O CANTOR?

Aquela rua não é mais a mesma rua, ficou tao diferente desde que você mudou... Foi com estas frases da música "A Rua em Que Você Morava", cantada quase chorando, que Gilberto Lemos conquistou em 1981 o que todo artista procura: o sucesso. De repente, da noite para o dia todas as rádios do país começaram a tocar a música e instantaneamente caiu no gosto do povo. Foi de repente também que as gráficas começaram a rodar pósteres e mais pósteres do novo ídolo, transformando o capixaba tímido em mais um queridinho das meninas do Brasil. Aparições na tevê, shows em caravanas de apresentadores importantes, disco de ouro, carrões e muita fama, deram para Gilberto a oportunidade de experimentar o que seu conterrâneo mais famoso, o “rei” Roberto Carlos, sentia desde o sucesso da Jovem Guarda.

Filho de uma família sem maiores recursos, Joubert Fernandes Lemos começou a trabalhar com 9 anos. Foi lavador de carros, engraxate, office-boy e balconista. Assim como Roberto, Joelma e Carlos Imperial, Gilberto também é de Cachoeiro de Itapemirim. Artísticamente, decidiu seguir carreira quando venceu um concurso de música na sua cidade, a partir daí começa a fazer constantes apresentações em shows realizados em boates e bailes da cidade. A oportunidade para estrear no disco veio com o apoio que recebeu do produtor Nunes Hernandes. Assina contrato com a RGE no auge dos seus 21 anos de idade e logo de primeira seu disco agrada em cheio, sendo um dos mais vendidos do ano de 1981. A gravadora percebeu o talento de Gilberto tanto para cantar, quanto para compor músicas românticas, quando chegou na gravadora o cantor já tinha mais de 50 composições escritas, prontas para gravação.

Lamentavelmente o sucesso de Gilberto Lemos foi rápido demais, sumiu na estrada, perdeu a direçao ou simplesmente foi descartado antes do tempo. Não foi somente A Rua em Que Você Morava que fez sucesso na voz de Gilberto, o cantor ainda emplacou outros sucessos, mas o tempo já era outro, e a supervalorizaçao que a mídia deu para o rock nacional acabou por prejudicar o romantismo dos nossos cantores nos anos 80, fazendo com que os jovens mudassem radicalmente a preferência musical, não totalmente para o rock, mas a debandada para as estações de FMs mudou o perfil do consumidor naquela época, período em que vivíamos o fim da inocência.
CONFIRA O ROMANTISMO DE GILBERTO LEMOS NO CLIPE AO LADO

Alguém conhece o paradeiro de Gilberto Lemos? Quero saber dele, e saber sobre o que tem produzido. Comente este post, deixe um recado, não importa se você é meu amigo, deixe.

05 janeiro 2009

DEPOIS DE "CHUPA QUE É DE UVA" O QUE VOCÊ ESPERA PARA A MÚSICA POPULAR EM 2009?


Como vai ser, musicalmente, o ano de 2009?
Depois do fenômeno “Chupa que é de uva”, que foi o hit (forçado) de 2008, que entrou reduzindo a nada a já tão renegada música popular do Brasil, espero que que os jovens que sonham com um lugar no palco, como realização profissional, produzam obras dignas de sobrevivência, pois nossos ouvidos já não aguentam mais tanta porcaria. Chega de tolerância com o intolerável, não dá pra não comentar. Infelizmente esse tipo de “coisa” vem do Nordeste do Brasil, região que já mandou para o mundo um exército de talentos ritmados no forró que nos orgulha só em falar os nomes de Marinês, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Coronel Ludugero, Elino Julião, Abdias, e os trios da vida, ou seja, o autêntico forró, não que o novo nos cause espanto, mas frases como chupa que é de uva, é velha, pois esse tipo de lixo pornográfico sempre rondou de perto a nobreza da música regional. Acredito que essa fatia da música que mistura ritmos de teclado e zabumba com bateria eletrônica piorou quando o cantor Frank Aguiar (que não canta nada, e que pode até ofender cantores de verdade quando se auto-intitula cantor) ganhou notoriedade fazendo apresentações em programas de tevê com alcance nacional _ programas que também não tem o menor interesse em divulgar uma boa música, mas empurrar no povo o que eles acham que o povo merece_ apresentações no Faustão, foram suficientes para contaminar o país inteiro. A raiz alastrou-se danificando o sistema, se transformando num câncer difícil de ser extirpado. O Brasil não vai resistir muito tempo a mais uma leva de Calypson, guardem o que estou ecrevendo neste post, se bandas como o Calypson continuar ganhando espaço na mídia, vamos regredir ao mais baixo nível cultural, apagando com cal e covardia a linda trajetória dos precursores. Nada contra o pessoal do Pará ou de qualquer lugar desse país maravilhoso, mas tudo contra o nada que foi inserido na produtividade musical brasileira. Chimbinha e Joelma bem que poderiam cantar o carimbó do Pará, mas não, o carimbó também está sendo banido do panorama atual, quem mora no Rio e tem menos de 30 anos não sabe nada sobre carimbó, Pinduca? O que é isso?
PRESERVE O RITMO MAIS RICO QUE O BRASIL POSSUI


É muito difícil para quem estudou o mínimo, aceitar calado a categoria atual que estão tentando encaixar o forró. Faz tempo que o forró foi banido da praça minha gente, se não fosse pelos jovens que estão resgatando a originalidade do ritmo, daqui a 20 anos ninguém iria ouvir forró. Os empresários donos de rádios são os maiores culpados, pois sem critério algum vão tocando as piores letras que lhes entregam, se há o mínimo de critério eles partem do seguinte: tem sacanagem na letra, então toca, o povo vai gostar. Vamos acordar Brasil, música só com qualidade. Por que não tocam Jorge de Altinho, Genival Lacerda, Nando Cordel, Alcymar Monteiro, essa gente ainda canta um forró que merece respeito, sem falar que são herdeiros legítimos dos pais do forró. (fotos do acervo de Jorge de Altinho)

MINISSÉRIE SOBRE MAYSA VAI SERVIR PARA ALERTAR SOBRE DIFERENÇA ENTRE TALENTO E VOCAÇÃO



Se você ainda acredita no potencial artístico e principalmente em talento, não deixe de acompanhar a minissérie Maysa – quando fala o coração, que começa hoje. Se Waldick foi um ícone da fossa, Maysa foi a criadora. Nenhuma outra intérprete foi tão fundo no sentimento contido numa canção como Maysa foi, a mulher que deu vida ao mito e deixou sangrar as perebas do coração fazendo o que de melhor sabia fazer, cantar até doer o coração. Ela bebeu na taça dos que aceitavam ser chamados de qualquer coisa, até mesmo de artista. Seria útil para o Brasil um debate sobre talento e vocação logo após a exibição do último capítulo, na mesa redonda Joelma (boiando), Chimbinha (boiando mais ainda e chorando), Frank Aguiar (envergonhado por ter sido chamado de cantor um dia), todos os jurados de programas de competição musical (ridicularizando o que eles aprovaram como melhor, mas também envergonhados por não saberem o principal sobre música, que é o gosto popular), ainda na mesa, lado-a-lado Faustão, Gugu, Raul, e todo mundo que pensa que sabe muito, incluindo na mesa, eu, que falo o que sinto inspirado no que vejo.

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

1 em cada 5 Brasileiro preferia o THE FEVERS 26/11/1978

Elizangela canta Pertinho de Você no Fantástico em 1978

Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

DOCUMENTÁRIO SOBRE EVALDO BRAGA / 3 PARTES - ASSISTA NA ÍNTEGRA

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