O cantor acaba de entrar para o seleto grupo dos cantores que venderam mais de 100 milhões de discos no mundo. Elvis Presley, Barbra Streisand e Michael Jackson são os primeiros a atingirem a marca. Mas nem mesmo isso foi capaz de amolecer o coração do detalhado. Depois de 10 anos sem se apresentar fora do Brasil, Roberto está em Miami para gravar cd e DVD em espanhol. Como é comum nas apresentações do cantor, a platéia chora, grita e se entrega ao romantismo. Tem sido assim em todas as apresentações feitas em Miami.
Roberto Carlos confessou que vai ditar sua biografia revelando os detalhes da sua vida, mas como ele acha que deve ser. Reclamou do fato de não ter sido consultado para autorizar a biografia, uma vez que está vivo. Mas quando a repórter perguntou se ele autorizaria Paulo César, se o escreitor tivesse pedido autorização, Roberto foi rápido em dizer que não. Alegando se valer do direito à privacidade, consultou seus advogados e correu atrás dos seus direitos. “Uma coisa que eu quero explicar, que fique muito claro. O livro saiu de circulação por um acordo. O livro não foi proibido pela justiça. Eles poderiam não ter topado o acordo.” Defendeu-se. O cantor afirmou ter lido o livro do começo ao fim, mas respondeu com um sorriso forçado, ainda não saber o que fazer com os 11 mil livros que estão sob sua proteção. Roberto se mostrou ressentido com o que ele chamou de ataques a sua atitude. “Logicamente que todos esses ataques, esses comentários acerca da minha atitude, tem me incomodado muito. Mas eu estou consciente da minha atitude, estou tranqüilo em relação ao que eu fiz. Tenho certeza que não fiz nada de errado. Porque sobretudo, eu fiz aquilo que a lei me permite. Eu acho que a lei protege as pessoas que agem corretamente.” A reportagem fez menção de pelo menos, outros três livros que tentaram desvendar a vida do rei e que ele impediu. “Gostaria que minha biografia fosse orientada por mim. Eu contaria minha história da forma mais detalhada possível.” Deixa transparecer que o livro de Paulo César ainda não foi fundo o suficiente nos detalhes. Para o leitor que comprou e leu o livro, fica a certeza de que tem em mãos uma obra pesquisada, bem elaborada e portanto séria, sobre a vida do cantor popular. “Eu queria que Roberto Carlos tivesse também, um livro que analisasse em profundidade sua trajetória na música popular brasileira”. Paulo César conseguiu fazer uma obra completa em relatos históricos e entrevistas ao longo de 15 anos de dedicação. É triste para quem não conseguiu comprar o livro (eu como exemplo, estava juntando as sobras do meu contado dinheirinho, mas não cheguei a tempo), que não poderá usufruir as informações que o livro contém. Se foi censura, maldade ou marketing, o fato conseguiu atrair a opinião pública e levantar uma polêmica em torno de um assunto que apavora a liberdade de expressão. O escritor Paulo Coelho, procurado para opinar sobre a polêmica, jogou lenha na fogueira: “Daqui a pouco vamos está assistindo a volta da censura”. Na minha modesta opinião, Roberto jamais deveria ter agido assim. Um cantor que conseguiu ser consagrado pelo povo como “rei”, que é querido e tão famoso no nosso país, tem mais é que se aproximar do seu público, e o livro era uma forma disso acontecer. Mas apesar de tudo, fica muito pequeno, pois nem mesmo o povo que fez das suas músicas as mais pedidas nas rádios, tem direito a assistirem ao show do cantor. Roberto tinha mais era que aplaudir o trabalho de Paulo César, uma vez que nenhum outro pesquisador se interessou em contar a sua história. Com isso, pessoas que tinham pouca admiração pelo trabalho do cantor, agora não tem nenhuma.
Um comentário:
Grande post, Josué. Concordo plenamente com você. Roberto Carlos vacilou. Mas parece que Paulo césar ainda não desistiu da biografia. Ele pode entrar com uma ação rescisória na justiça para reaver o acordo, alegando que foi coagido.
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