07 abril 2008

SUCESSO INDEPENDENTE DE MALLU MAGALHÃES, CANTORA PAULISTA DE 15 ANOS DE IDADE, FENÔMENO NA INTERNET, ANTECIPA O FIM PRÓXIMO DAS GRAVADORAS.

DEPOIS DE LUCRAREM MILHÕES DE DÓLARES NOS ANOS 80 COM OS CANTORES MIRINS, QUATRO DAS GRANDES GRAVADORAS EXISTENTES NO BRASIL, BRIGAM PELO PASSE DA CANTORA DE FOLK.
Acabou-se o que era doce. Frase piegas, mas que se encaixa perfeitamente no atual retrato das gravadoras do país. Só para refrescar a memória, parece que foi ontem, quando Michael Jackson ainda menino, no inicio da década de 70, sacudiu o mercado vendendo mais discos que gente grande. Seu passe sustentava um gigante do disco americano. Coincidentemente, seu esfacelamento artístico ocorre exatamente quando as gravadoras se desintegram, deixando expostas as fraturas que abalaram suas bases. Foram construídos tantos ídolos para convencer os jovens a comprarem discos, que fica difícil trazer a memória os nomes dos mesmos. Muita gente ainda se lembra de Nikka Costa e Luiz Miguel, para citar dois dos fenômenos infantis que trocaram seus talentos por cifras astronômicas. Por aqui, as gravadoras também não esquecem do tempo em que a pequena Simony, na frente do infantil Balão Mágico, vendia mais do que Roberto Carlos. Simony é o exemplo de sucesso perfeito para explicar o surgimento de Angélica, Gabriela, Aretha Marcos, Donizette, e depois os grupos Trem da Alegria, Abelhudos, Chocolate e muitos outros. O Brasil oitentista, em plena descoberta do rock nacional, com as prévias do sertanejo dando sinal, teve que engolir “a palo seco” _para citar o nome de um disco do cantor Belchior, que nada tem a ver com infantil ou coisa parecida_ a desafinada Xuxa e seus números infindáveis de discos. Estava tudo muito ruim para o ouvinte, mas para as gravadoras não poderia ser melhor, como reclamar se o dinheiro estava entrando sem parar? Pois bem, a mamata acabou. Se por um lado está a gravadora que afirma não poder investir nos cantores, do outro lado surge no panteão da música, os cantores que dispensam as gravadoras, empreendendo por ideologia os seus próprios trabalhos.

Mallu Magalhães não é uma cantora infantil, a propósito, ela é a reação da nova geração de artistas que se descobre dona das próprias pernas para fazer seu trabalho chegar ao público. Não importa mais ter o nome ligado à gravadora, a Internet é o patrão da vez. Quanto mais o artista vislumbra a potencialidade da rede, mais ele se integra ao novo padrão de comportamento musical. Não há porque questionar a venda avulsa de músicas, se elas estão na casa de quem as deseja. Cinco cliques no mínimo encurtam o trabalho que é ter que sair de casa para comprar um cd com 12 ou 15 faixas, sendo que o interesse é por uma única música. MP3, MP4, Ipod, celular, you tube, MySpace, são recursos utilizados pelos jovens com poder aquisitivo, que ajudam fincar cruzes sobre os túmulos das gravadoras. Isto é, quem realmente pode comprar o disco caro, proposta indecorosa das gravadoras, está em casa criando seu estilo, pensando nos milhões de internautas que vão acessar sua obra prima amanhã cedinho, ou meia noite, quem sabe?
Sexta-feira, dia 28 de abril de 2008, no Cinematèque, em Botafogo, encerrando o Festival Evidente, Mallu Magalhães levou o público ao delírio. Os 200 ingressos vendidos antecipadamente, garantem _aos olhos da gravadora_ o sucesso de Mallu além da Internet. Os diretores das gravadoras Warner, EMI, Universal e Deckdisc, se apressaram na disputa pelo passe da menina prodígio. Conforme matéria publicada no Jornal do Brasil, assinada pelo jornalista Bráulio Lorentz, a disputa foi acirrada. São quatro propostas oficiais ainda não respondidas por Mallu, e parece que vão continuar sem, pois se depender do empresário dela, o gaúcho Rafael Rossato, existe a possibilidade de manter a independência e de fechar com produtores internacionais por conta própria. Contudo não se assuste se em poucos dias Mallu aparecer engessada no padrão de alguma gravadora, é que eles sabem como conversar com os pais, que certamente tem planos para a filha. Não há proposta que uma gravadora não possa cobrir, principalmente quando se trata de uma divisora de águas. No pouco tempo que teve para sentir o gosto da fama, Mallu já deu entrevistas para Jô Soares, Serginho Groisman e outros.
Em apenas cinco meses, ela conseguiu 500 mil acessos no MySpace, um ano e meio depois, o contador já registrava 6 mil. Talentosa, ela canta e compõe canções folk, como as já conhecidas dos internautas “Tchubaruba” e “Get to Denmark”. Mallu também faz versões, e faz com estilo. Imprimiu sua marca nas versões “I´ve just seen a face”, dos Beatles, e “Folson prison blues”, de Johnny Cash. O bom de poder conhecer Mallu, é imaginar que por trás do seu surgimento, se esconde uma onda que vai definir o mercado nos próximos anos. Que venham milhares de Mallus! Chega de festivais que não revelam nada e ainda por cima semeiam falsas ilusões sobre a mente e as emoções dos incautos calouros. O Jornal do Brasil acertou em cheio, quando deu destaque a performance da menina prodígio, apontando para a tendência do mercado. Até quando inocentes vão cair nas ilusões dos programas como Fama, ídolos, Pop Star e outro do gênero? Até quando, figuras que se acham preparadas vão dizer na cara dura, que sicrano ou beltrano não está preparado para o mercado? Atenção senhores juizes. Mirem-se no exemplo da pequena Mallu. Corram pra casa e tentem descobrir o segredo do mercado.




2 comentários:

Thiago de Góes disse...

Este blog está cada vez melhor. Eu só quero saber como fazer na literatura o mesmo que está sendo feito na música.

Fernando disse...

rapaz...
escuta isto aqui que vc vai pirar
www.instiga.com
abraço

Relembre a estreia de Ricardo Braga e a opiniäo de Roberto Carlos em 28/05/1978

A estreia da cantora Katia em 1978 cantando Tão So

Mate a saudade de Nara Leao cantando Além do Horizonte em 1978

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Glória Pires e Lauro Corona cantam Joao e Maria

CLA BRASIL E MARINÊS

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